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H I S T Ó R I A
Música sertaneja é um gênero musical do Brasil produzido a partir da década de 1910 por compositores urbanos, rurais e outros chamada genericamente de modas, emboladas e fado português cujo som da viola é predominante.
 
Jararaca e Ratinho
Alvarenga e Ranchinho
Inicialmente tal estilo de música foi
propagado por uma série de duplas, com a utilização de violas e dueto
vocal. Esta tradição segue até os dias atuais, tendo a dupla geralmente
caracterizada por cantores com voz tenor (mais aguda), nasal e uso acentuado de um falsete típico. Enquanto o estilo vocal manteve-se relativamente estável ao longo das décadas, o ritmo, a instrumentação e o contorno melódico incorporaram aos poucos elementos de gêneros disseminados pela indústria cultural.
Tais modificações dentro do gênero
musical têm provocado muitas confusões e discussões no país a cerca do
que seria música caipira/sertaneja. Críticos literários, críticos
musicais, jornalistas, produtores de discos, cantores de duplas
sertanejas, compositores e admiradores debatem sobre as quais seriam as
formas artísticas de expressão do gênero, que levam em conta as mudanças
ocorridas ao longo de sua história. Muitos estudiosos seguem a
tendência tradicional de integrar as músicas caipira e sertaneja como
subgêneros dentro um só conjunto musical, estabelecendo fases e
divisões: de 1929 até 1944, como "música caipira" (ou "música sertaneja raiz"); do pós-guerra até a década de 1960, como uma fase de transição da velha música caipira rumo à constituição do atual gênero sertanejo; e do final dos anos sessenta até
a atualidade, como música "sertaneja romântica" Outros no meio
acadêmico, no entanto, consideram "música caipira" e "música sertaneja"
gêneros completamente independentes, baseado na ideia de que a primeira
seria a música rural autêntica e/ou do homem rural autêntico, enquanto a
segunda seria aquela feita, como "produto de consumo", nos grandes
centros .urbanos brasileiros por não-caipiras. Outros autores estendem o conceito de música caipira/sertaneja ao baião, ao xaxado e outros ritmos do interior do Norte e Nordeste.
Se for adotado o critério de que música
caipira e sertaneja, são sinônimos, pode-se dividir este gênero musical
em alguns subgêneros principais: "Caipira" (ou "Sertanejo de Raiz"),
"Sertanejo Romântico" e "Sertanejo Universitário".
Sertanejo musical "Certos locais
afastados, longe das cidades, ainda que seja mais presente sua relação
com o nordeste, do interior, que encontrou vegetação e clima hostis,
além da dominação política dos "coronéis", obrigando a desenvolver uma
cultura de resistência, do matuto, legitimamente sertanejo, conhecedor da caatinga. Difere-se da cultura caipira, especificamente originária na área q abrange os estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins.
Ali se desenvolveu uma cultura do colono que encontrou abundância de
águas, terra produtiva e um clima mais ameno, típico do cerrado.
É conhecida como "caipira" ou "sertaneja" a execução composta e
executada das zonas rurais, do campo, a antiga moda de viola. Os
caipiras, duplas ou solo, utilizavam instrumentos típicos do Brasil,
como viola caipira.
Primeira era

Cornélio Pires
Foi em 1929 que surgiu a primeira música sertaneja como se conhece hoje. Ela nasceu a partir de gravações feitas pelo jornalista e escritor Cornélio Pires de "causos" e fragmentos de cantos tradicionais rurais do interior paulista, sul e Triângulo Mineiros, sudeste goiano e matogrossense. Na
época destas gravações pioneiras, o gênero era conhecido como música
caipira, cujas letras evocavam o modo de vida do homem do interior
(muitas vezes em oposição à vida do homem da cidade), assim como a
beleza bucólica e romântica da paisagem interiorana (atualmente, este
tipo de composição é classificada como "música sertaneja de raiz", com
as letras enfatizadas no cotidiano e na maneira de cantar).
Vieira e Vieirinha
Além de Cornélio Pires e sua "Turma
Caipira", destacaram-se nessa tendência, mesmo que gravando em época
posterior, as duplas Alvarenga e Ranchinho, Torres e Florêncio, Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, entre outros, e canções populares como "Sergio Forero", de Cornélio Pires, "O Bonde Camarão" de Cornélio Pires e Mariano, "Sertão do Laranjinha", de Ariovaldo Pires e "Cabocla Tereza", de Ariovaldo Pires e João Pacífico.
Atualmente, a música sertaneja de raiz ainda sobrevive, sendo divulgada na Tv Cultura por, Inezita Barroso, com seu programa Viola Minha Viola e Tv. Aparecida com vários programas.
Segunda era
Uma nova fase na história da música sertaneja teve início após a Segunda Guerra Mundial, com a incorporação de novos estilos como polca europeia, os instrumentos (como o acordeom e a harpa). A temática vai tornando-se gradualmente mais amorosa, conservando, todavia, um caráter autobiográfico.
  
Zé Carreiro e Careirinho e Cascatinha e Inhana, Raul Torres e Florêncio
Alguns destaques desta época foram os duos Cascatinha e Inhana, Irmãs Galvão, Irmãs Castro, Sulino e Marrueiro, Palmeira e Biá, o trio Luizinho, Limeira e Zezinha (lançadores da música campeira) e o cantor José Fortuna (adaptador da guarânia no Brasil). Ao florzinha da década de 1970, a dupla que mais se destacou foi Milionário e José Rico que modernizou o sertanejo e sistematizou o uso de elementos da tradição mexicana mariachi com floreios de violino e trompete para
preencher espaços entre frases e golpes de glote que produzem uma
qualidade soluçante na voz.(Milionário e José Rico também são conhecidos
no meio sertanejo como "Os Pais Do Sertanejo Moderno").Outros nomes,
como a dupla Pena Branca e Xavantinho, seguiam a antiga tradição caipira, enquanto o cantor Tião Carreiro inovava ao fundir o gênero com samba, coco e calango de sexo.
Terceira era
 
Sergio Reis
Inhozinho
A introdução da guitarra elétrica e o chamado "ritmo jovem", pelas duplas Léo Canhoto e Robertinho e Belmonte e Amarai, no final da década de 1960,
marcam o início da fase moderna da música sertaneja. Tião Carreiro e
Pardinho deram uma roupagem bastante eloquente a musica sertaneja de
raiz. Um dos integrantes do movimento musical Jovem Guarda, o cantor Sérgio Reis passou a gravar na década de 1970 repertório tradicional sertanejo, de forma a contribuir para a penetração mais ampla ao gênero. Renato Teixeira foi
outro artista a se destacar àquela altura. Naquele período, os locais
de performance da música sertaneja eram originalmente o circo, alguns rodeios e principalmente as rádios AM. Já a partir da década de 1980, essa penetração estendeu-se às rádios FM e também à televisão - seja em programas semanais matutinos de domingo ou em trilhas sonoras de novela ou programas especial.
 
Nenete e dorinho
Leo Canhoto e Robertinho
Durante os anos oitenta, houve uma exploração comercial massificada do sertanejo, somado,
em certos casos, à uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da
Jovem Guarda. Dessa nova tendência romântica da música sertaneja
surgiram inúmeros artistas, quase sempre em duplas, entre os quais,
Milionário e José Rico (que também teve grande destaque e
ascensão), Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, Matogrosso & Mathias, Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano, Chrystian & Ralf, João Paulo & Daniel, Chico Rey & Paraná, João Mineiro e Marciano, Gian e Giovani, Rick & Renner, Gilberto e Gilmar, além das cantoras Nalva Aguiar, Sula Miranda e Roberta Miranda. Alguns dos sucessos desta fase estão "Sonhei Com Você", de José Rico e Vicente Dias, "Fio de Cabelo", de Marciano e Darci Rossi, "Apartamento 37", de Leo Canhoto, "De Igual Pra Igual", de Roberta Miranda e Matogrosso, "Pense em Mim", de Douglas Maio, "Entre Tapas e Beijos", de Nilton Lamas e Antônio Bueno, "É o Amor", de Zezé Di Camargo e "Evidências", de José Augusto e Paulo Sérgio Valle.
Contra esta tendência mais comercial da música sertaneja, reapareciam nomes como da dupla Pena Branca e Xavantinho, adequando sucessos da MPB à linguagem das violas, e surgiam novos artistas como Almir Sater, violeiro sofisticado, que passeava entre as modas de viola e os blues. Na década seguinte, uma nova geração de artistas surgiu dentro do sertanejo disposta a se reaproximar das tradições caipiras, como Roberto Corrêa, Ivan Vilela, e Miltinho Edilberto.
. 
Pena Brancae Xavantinho
Liu e Leo
Quarta era - Sertanejo Universitário
Atenta, a indústria fonográfica lançou na década de 2000 um movimento similar, chamado por alguns de sertanejo universitário, para muitos (breganejo) com nomes como Guilherme & Santiago, Maria Cecília & Rodolfo, João Bosco & Vinícius, César Menotti & Fabiano, Jorge & Mateus, Victor & Leo, Marília Mendonça, Henrique e Juliano, Fernando & Sorocaba, Gusttavo Lima, Luan Santana, Michel Teló, Marcos & Belutti, Thaeme & Thiago, Marília Mendonça, Henrique e Juliano, Cristiano Araújo, Lucas Lucco, Henrique & Juliano, Fred & Gustavo, Matheus e Kauan, Henrique & Diego, Israel Novaes, Munhoz & Mariano, Loubet, Pedro Paulo e Alex,João Neto & Frederico.
Como esse movimento não para e ganha cada vez mais adeptos, o mercado
que antes tinha como foco de surgimento de duplas e artistas sertanejos
no estado de Goiás, hoje tem eleito novos ídolos do estado de Mato Grosso do Sul como a revelação escolar Luan Santana e a dupla Maria Cecília & Rodolfo. Porém, Goiás não deixou de revelar nomes no cenário nacional, surgiram os já citados Jorge & Mateus e João Neto e Frederico sem falar de artistas vinculados ao sertanejo mais massificado da década anterior, como Guilherme & Santiago, Bruno & Marrone, Bruno & Barreto, Edson & Hudson, e outros.
Dança Sertaneja
A dança sertaneja moderna tem suas
origens nas danças sertanejas brasileiras. O termo "Sertanejo" foi
inicialmente cunhado pelos portugueses no período das navegações para
definir o interior da nova terra, diferindo-o do litoral. Mais tarde,
aplicou-se ao interior do país de um modo geral. Assim, sendo o Sertão
Brasileiro extremamente vasto, compreendendo as regiões interioranas do
país desde o Sul ao Nordeste brasileiro, e tendo em sua história
processos de colonização e choques culturais de diversos povos,
percebemos inicialmente uma pluralidade ímpar na formação das Danças
Sertanejas Tradicionais. Esta mescla de gêneros europeus, indígenas e
por vezes africanos originou diversas danças pelo Brasil, levando-se em
conta as particularidades históricas e culturais supracitadas de cada
região.
Observa-se que o estilo de Dança
Sertaneja Moderna (também conhecida como Dança Caipira Sertaneja ou
Sertanejo Universitário) tem se propagado e sofrido mutações com maior
intensidade em regiões da Grande São Paulo e interior deste estado, como
nas cidades de Taboão da Serra, Embu, Cotia, ABC Paulista e Região Metropolitana de Campinas, sendo toda esta região geográfica hoje o polo de vanguarda da Dança Sertaneja.
Podemos classificar hoje a Dança Sertaneja Moderna como pertencente á família das Danças a Dois ou Danças de Salão,
que caracterizam-se pelo improviso dado pela comunicação intrínseca que
ocorre entre o par durante a dança (comunicação esta chamada por seus
praticantes de "condução"), onde temos um "condutor" e um "conduzido".
Esta compatibilidade entre o Sertanejo e outras danças em casal acabou
por gerar, na Dança Sertaneja, grande influência e incorporação de
movimentos de outros gêneros de danças de salão com forte presença no
Interior Paulista e Grande São Paulo, sendo em maior grau o Forró, Samba-Rock, entre outros.
O vanerão ou vanera, tem se propagado na região sul do país, sob forte influência das culturas locais, embora possua forte ligação com o baião e o vanerão nordestino. Paralelamente é encontrado junto a outros estilos de dança em bares e bailes do gênero.
Na região Centro-Oeste é comum os
chamados "bailões", que apresentam as músicas sertanejas de toada mais
animada, predominantemente das três últimas décadas do século XX. O
estilo de dança é simples, sempre em par, comumente com passos de baião e
xote. O chamado "dois pra lá, dois pra cá" é o passo predominante, o
que levou o estilo a se popularizar nos bailões pelo fácil
acompanhamento.
 
Zé Fortunae Pitangueira
Palmeira e Biá
Com já foi dito o pioneiro da musica
sertaneja no Brasil foi o jornalista e escritor Cornélio Pires que
costumava trazer para os grandes centros os costumes dos caipiras. Desde
encenações teatrais a cantores de estilos como o catira, etc. Em 1912
Cornélio lançou um livro chamado Musa Caipira, que trazia versos
típicos. No início da década de 20 uma instituição liderada por Mario de
Andrade promoveu uma semana para divulgação da arte brasileira, onde
pela primeira vez foi montado um grupo intitulado de sertanejo, com
instrumentos simples como a viola caipira, misturando alguns ritmos como
o Catira, Moda de Viola, Lundu, Cururu, etc, valorizando ainda mais o
trabalho de Cornélio Pires. O primeiro registro de um grupo de música
sertaneja foi datado de 1924 (A Turma Caipira de Cornélio Pires),
formada por violeiros como Caçula e Sorocabinha e alguns outros tão
importantes da época. O primeiro registro fonográfico do estilo deu-se
em 1929 quando Cornélio Pires, desacreditado pela gravadora Colúmbia,
resolveu bancar do seu próprio bolso a gravação e edição do primeiro
álbum, que em poucos dias de lançamento esgotou-se nas lojas. Começava
daí o interesse pelo estilo por parte das gravadoras. Assim como na
música Country americana, uma gravadora que se interessou pela gravação
desse trabalho foi a RCA-Victor que convidou o violeiro Mandy para
montar um outro grupo intitulado Turma Caipira da Victor, nascendo uma
concorrência sadia entre os dois grupos e as duas gravadoras. Já com
inúmeros adeptos e crescendo a cada ano mais e mais, na década de 20
começaram a surgir as primeiras duplas como Mariano e Caçula, Zico e
Ferrinho, Sorocabinha e Mady, na maioria violeiros das turmas do
Cornélio e da Víctor. Na década de 30 surge, sem dúvida, uma das mais
importantes duplas sertanejas de todos os tempos (Alvarenga e Ranchinho)
que além de tudo eram muito alegres e engraçados. Uma curiosidade sobre
a dupla é que de tanta “descontração” foram presos pelo governo de
Getúlio Vargas. E muitas outras duplas formaram-se, algumas trazendo a
tristeza do sertanejo no peito, outras mostrando o lado alegre do
caipira, etc. No Ano de 1939 a dupla Raul Torres e Serrinha inovaram
introduzindo na música sertaneja o violão. Mais para frente Raul Torres e
Serrinha inovaram novamente criando o primeiro programa de rádio
dedicado à música sertaneja, transmitido pela Rádio Record, com a
participação de José Rielli, o programa chamava-se Três Batutas do
Sertão. Surgiram vários nomes importantes da música sertaneja e o
movimento que até então era apenas do eixo São Paulo-Minas Gerais passou
a se expandir por todo o país, nascendo influências regionais como as
do Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco (Estado de Raul Torres), Mato
Grosso, etc.
O TERMO
O termo sertanejo, do qual a expressão
música sertaneja deriva, significa o habitante do sertão nordestino,
isto é, a região seca do Nordeste brasileiro. Entretanto, o gênero
Música Sertaneja, se refere atualmente não à música da região sertaneja,
mas à música originalmente produzida e consumida na área cultural
caipira, localizada ao Sul da área sertaneja
AS TRÊS FASES DA MUSICA SERTANEJA
A história da música sertaneja pode ser
dividida em três fases, levando em consideração as inovações que vão
sendo introduzidas no gênero. De 1929 até 1944, como música caipira ou
música sertaneja raiz; do pós-guerra até os anos 60, numa fase de
transição; e do final dos anos 60 até a atualidade, como música
sertaneja romântica.
Primeira fase (1929 – 1944)
Na primeira fase os cantadores
interpretavam modas-de-viola e toadas, canções estróficas que após uma
introdução da viola denominada “repique” falavam do universo sertanejo
numa temática essencialmente épica, muitas vezes satírico-moralista e
menos frequentemente amorosa. Os duetos em vozes paralelas eram
acompanhados pela viola caipira, instrumento de cordas duplas e vários
sistemas de afinação (como cebolinha, cebolão, rio abaixo) e mais tarde
também pelo violão. Artistas representativos desta tendência, mesmo que
gravando em época posterior, são Cornélio Pires e sua “Turma”, Alvarenga
e Ranchinho, Torres e Florêncio, Tonico e Tinoco, Zé Carreiro e
Carreirinho Vieira e Vieirinha, Cascatinha e Inhana, Pena Branca e
Xavantinho.
Segunda fase (1945 – anos 60)
 
Tonico e tinoco - Irmãs Galvão
Os intérpretes mais famosos de música
caipira são a dupla Tonico e Tinoco. Em 1946, eles gravaram «Chico
Mineiro», de Tonico e Francisco Ribeiro (Continental 15.681), um
clássico da música caipira que narra a história de um boiadeiro que
descobre ser irmão de seu vaqueiro (Chico Mineiro). Mas este parentesco
só é revelado após a morte de Chico. Tonico e Tinoco, em sua performance
usam somente a viola caipira e o violão acústico como instrumentos
acompanhadores, e como todas as duplas de música sertaneja raiz cantam
toda a peça num dueto com vozes paralelas num intervalo de terça. Uma
narrativa típica descreve a dureza da vida no sertão e o caráter
reservado do sertanejo. Os personagens principais da música caipira são
ou vaqueiros, ou os animais com quem o vaqueiro lida no seu cotidiano:
gado, mulas, pássaros, etc. O caráter das peças é épico nas narrativas
que falam da vida, morte, e fatalidades da vida no sertão
Inezita Barroso Goiá Belmonte e Amarai
   
Rolando Boldrin
Após a guerra introduzem-se instrumentos
(harpa, acordeom), estilos (duetos com intervalos variados, estilo
mariachi) e gêneros (inicialmente a guarânia e a polca paraguaia e mais
tarde o corrido e a canção ranchera mexicanos). Surgem novos ritmos como
o rasqueado (andamento moderado entre a polca paraguaia e a guarânia), a
moda campeira e o pagode (mistura de catira e recortado). A temática
vai ficando gradualmente mais amorosa, conservando, no entanto um
caráter autobiográfico. Artistas desta fase de transição são Cascatinha e
Inhana, José Fortuna (adaptador da guarânia), Luizinho, Limeira e
Zezinha (lançadores da música campeira), Nhô Pai (criador do rasqueado),
Irmãs Galvão, Irmãs Castro, Sulino e Marrueiro, Palmeira e Biá, Tião
Carreiro (criador do pagode) e Pardinho e, já na década de 70,
Milionário e José Rico.
Almir Sater
Renato Teixeira
Tião Carreiro e Pardinho
   
Pedro Bento e Zé da Estrada
Fase Romântica
A fase moderna da música sertaneja
inicia-se no final dos anos 60 com a introdução da guitarra elétrica e o
chamado “ritmo jovem”, por Leo Canhoto e Robertinho. O modelo é a Jovem
Guarda, sendo que um de seus integrantes, Sérgio Reis, começa a gravar o
repertório tradicional sertanejo, contribuindo para a penetração mais
ampla do gênero. Nesta modalidade de música sertaneja os cantores
alternam solos e duetos para apresentar canções, muitas vezes em ritmo
de balada, que tratam principalmente de amor romântico, de clara
inspiração urbana. Algumas canções classificadas como sertanejas nas
paradas de sucesso são às vezes interpretadas totalmente por solistas
dispensando o recurso tradicional da dupla. Os arranjos instrumentais
dessas músicas adicionam instrumentos de orquestra além da base de rock,
já incorporada ao gênero. Artistas representativos desta última
tendência são Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé de Camargo e
Luciano, Christian e Half, Trio Parada Dura, Chico Rei e Paraná, João
Mineiro e Marciano, Teodoro e Sampaio, Nalva Aguiar e Roberta
Miranda Milionário e Zé Rico.
Milionário e Zé Rico
 
Paula Fernandes
Almir Sater
No final dos anos 60 o duo Leo Canhoto e
Robertinho introduziram a guitarra elétrica na música sertaneja,
começando uma tendência seguida por vários músicos. «Soldado sem farda»
de Leo Canhoto é um exemplo típico: instrumentação básica de rock
(guitarra elétrica, baixo elétrico, e bateria) e a batida chamada de
«ritmo jovem». A canção, escrita durante a ditadura militar, argumenta
que o trabalhador rural é tão defensor da pátria quanto o “soldado
fardado”.
Um marco na música sertaneja romântica é a
canção «Fio de Cabelo» de Marciano e Darcy Rossi, interpretada pela
dupla Chitãozinho e Xororó. A canção menciona um fio de cabelo
encontrado num paletó, um remanescente de uma relação amorosa. É escrita
em ritmo de guarânia, que como disse acima, foi incorporado ao gênero.
O estilo musical de «Fio de cabelo» se
encontra bastante distante da tradicional música caipira. Enquanto as
modas e toadas caipiras têm um contorno melódico mais próximo da
linguagem falada, a melodia ondulada da música sertaneja romântica cobre
uma extensão grande de notas. Enquanto os cantadores caipiras narram
suas canções épicas e bucólicas, acompanhados por viola e violão
acústicos, os cantores de música sertaneja romântica, interpretam suas
canções de amor acompanhados por uma orquestra de dança (cordas, sopros,
bateria, guitarra elétrica e ou teclado eletrônico, e baixo elétrico).
Chitãozinho
e Xororó Cesar e
Paulinho Daniel
  
Teodoro e Sampaio
Durante os anos oitenta, houve uma
exploração comercial massificada do sertanejo, somado, em certos casos, à
uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da Jovem Guarda. Dessa
nova tendência romântica da música sertaneja surgiram inúmeros
artistas, quase sempre em duplas, entre os quais, Trio Parada Dura,
Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo e
Luciano, Chrystian & Ralf, João Paulo & Daniel, Chico Rey &
Paraná, João Mineiro e Marciano, Gian e Giovani, Rick & Renner,
Gilberto e Gilmar, além das cantoras Nalva Aguiar e Roboberta Miranda.
Peão Carreiro e Zé Paulo
Tião Carreiro
Duo Glacial
   
Praião e Prainha
Duplas e cantores famosos
Leonardo Zé de Camargo e Luciano Cristian
   
Cristiano Araújo
Nos anos 70 e 80 uma série de duplas
sertanejas fizeram sucesso com canções inesquecíveis, duplas como:
Milionário e Zé Rico, Allan e Aladim, Christian e Ralf, Chitãozinho e
Xororó apareceram na mídia e fizeram grande sucesso com musicas
inesquecíveis.

Zé Fortuna
 
COM LICENÇA SERTÃO, COM LICENÇA AMIGO OUVINTE DOS MAIS
DISTANTES RINCÕES DE NOSSA PÁTRIA. VAMOS ENTRAR EM SUA CASA, NÃO PODENDO
APERTAR A SUA MÃO, PORQUE NOS ENCONTRAMOS DISTANTES, ACEITE ATRAVÉS
DESSE MICROFONE, O NOSSO CORDIAL BOA NOITE".

Zé Fortuna e o irmão Pitangueira
JOSÉ FORTUNA nasceu na cidade de
Itápolis, Estado de São Paulo, no dia 02 de outubro de 1923. Compôs sua
primeira música no dia 26 de setembro de 1942, mas desde cedo, ainda
criança, em suas andanças com o pai pela lavoura, já escrevia versos com
pedaços de madeira, no chão de terra por onde caminhava. Sua primeira
música gravada foi a Moda das Flores, no dia 04 de abril de 1944, por
Torres e Florêncio, e desde então nunca mais parou. Nos próximos
quarenta anos ele comporia e gravaria perto de duas mil músicas, algumas
com mais de cinquenta regravações.

Um de seus maiores sucessos foi a versão
da guarânia ÍNDIA, composta há sessenta anos, do outro lado de MEU
PRIMEIRO AMOR, também versão de José Fortuna, gravados originalmente por
Cascatinha e Inhana, no ano de 1952, músicas que chegaram a vender na
ocasião mais de um milhão de cópias. Estas duas composições foram
regravadas por dezenas de duplas sertanejas, como também por intérpretes
da música popular brasileira, como por exemplo: Agnaldo Timóteo, Ângela
Maria, Nara Leão, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, que
regravou ÍNDIA, nome dado a um de seus shows no Canecão-Rio de Janeiro.
Recentemente a obra foi tema da novela global ALMA GÊMEA, de Walcir
Carrasco, na interpretação de Roberto Carlos.
Meu Primeiro Amor, a versão para LEJANIA,
composta no mesmo ano para o outro lado de INDIA, e também muito
regravada, foi relançada nos últimos anos pelos intérpretes Joana e
Fagner. Uma curiosidade é que ÍNDIA, foi a responsável pela introdução
da guarânia como estilo musical no Brasil, posto que até então tal
gênero musical era desconhecido por aqui, não possuindo mercado propício
para a sua expansão, e assim sendo, após o enorme sucesso gravado por
Cascatinha e Inhana, intensificou-se o intercâmbio cultural entre Brasil
e Paraguai. Estas duas guarânias, bem como outras de autoria de José
Fortuna, tais como: ANAHY, SOLIDÃO, MINHA TERRA DISTANTE, VAI COM DEUS,
etc... geraram inúmeras regravações, inclusive no exterior.

Entretanto, José Fortuna não foi na sua
essência, um compositor de guarânias somente, mas sim de uma grande
versatilidade de estilos musicais. Outros de seus grandes sucessos foram
as músicas: LEMBRANÇA, PAINEIRA VELHA, BERRANTE DE OURO, CHEIRO DE
RELVA, TERRA TOMBADA, O SELO DE SANGUE, ROSTO MOLHADO, VINTE E QUATRO
HORAS DE AMOR, ESTEIO DE AROEIRA, A MÃO DO TEMPO, O IPÊ E O PRISIONEIRO,
O VAI E VEM DO CARREIRO, etc...todas com várias regravações.
Durante todo este tempo, e paralelamente
às suas atividades como compositor, José Fortuna mantêve um trio, do
qual pertencia também seu irmão Euclides Fortuna, o Pitangueira,
formando com Zé do Fóle o Trio OS MARACANÃS. Eles gravaram mais de
quarenta LPs e dezenas de discos ainda em 78 rotações, como também
muitos compactos com músicas de José Fortuna. Apresentaram-se em todas
as emissoras da Capital e do interior. Curiosamente foi o Trio que
inaugurou o canal 5, hoje Rede Globo de Televisão, no ano de 1950.

Além de compositor, José Fortuna foi
também autor e escritor de 42 peças de teatro, tais como O PUNHAL DA
VINGANÇA, O SELO DE SANGUE, VOZ DE CRIANÇA, LENDA DA VALSA DOS NOIVOS,
CRIME DE AMOR, OS VALENTES TAMBÉM AMAM, CORAÇÃO DE HOMEM, etc...
percorrendo por conseguinte todo o Brasil, e algumas cidades da América
do Sul, com sua Companhia Teatral Maracanã. Além de escritor, atuava
também como ator de destaque em todas as suas criações teatrais, e sua
Companhia Teatral acabou por receber inúmeros prêmios e troféus,
tornando-se assim conhecidos dentro do universo da música sertaneja como
OS REIS DO TEATRO.

Em meio a todas essas atividades,
publicou também 40 livretos com as letras de suas obras musicais e
dezenas de estórias completas, todas em verso - Literatura de Cordel.
Após o encerramento das atividades com
sua Companhia Teatral, por volta de 1975, passa então a se dedicar com
maior afinco à composição. É a época dos grandes Festivais de Música
Sertaneja promovidos pela Rádio Record, em que ele começa a trabalhar em
parceria com Carlos Cezar. Participa então seguidamente de mais de 20
Festivais, obtendo sempre as primeiras colocações, principalmente na
Capital, onde nos anos de 1979, 1980 e 1981 venceu-os consecutivamente.
Em um deles, no ano de 1979, obtém os três primeiros lugares com as
músicas: Riozinho(1º lugar), Berrante de Ouro(2º lugar) e Brasil
Viola(3º lugar).

Berrante de Ouro, por exemplo já tem mais
de setenta regravações. Isto tudo ocorreu em meio a Festivais onde
participavam mais de 13.600 concorrentes, durante um período de seis
meses, com eliminatórias em todas as Capitais e grandes cidades
brasileiras.
Em 1981, também no Festival da Rádio
Record, concorrendo com mais de dez mil composições, obteve o primeiro
lugar com a música O VAI E VEM DO CARREIRO, além de ganhar, juntamente
com Carlos Cezar, os troféus de melhor letra, melodia, orquestração,
interpretação e arranjo.
Ainda em 1979, a Secretaria do Trabalho
do Estado de São Paulo, oficializou O Hino do Trabalhador Brasileiro, de
José Fortuna e Carlos Cezar.

Anteriormente, os artistas se apresentavam nas emissoras de rádio e os shows eram realizados nos circos
No âmbito da música sertaneja pode-se
afirmar que não há um intérprete que não tenha gravado obras de José
Fortuna, desde Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, João Paulo e
Daniel, Milionário e José Rico, Tião Carreiro e Pardinho, Tonico e
Tinoco, estes inclusive gravaram um LP com doze faixas só com obras de
José Fortuna, homenageando o compositor), Sérgio Reis, Roberta Miranda,
Cezar e Paulinho, Mococa e Paraíso, enfim, todos os intérpretes do
gênero sertanejo, têm com certeza em seu repertório passado ou recente,
obras musicais de José Fortuna.
Um fato curioso acontecido em sua vida,
foi quando da inauguração da cidade de Brasília, ocasião em que José
Fortuna teve o prazer de receber das mãos do então Presidente da
República Juscelino Kubitschek de Oliveira, um cartão de congratulações e
mérito por sua composição SOB O CÉU DE BRASÍLIA, tida como o Hino
Inaugural de Brasília.
O Rádio também foi outra de suas grandes
paixões. Foi radialista durante toda a sua vida artística, e apresentou o
Programa José Fortuna em quase todas as Rádios da Capital: Tupi,
Piratininga, Gazeta, Jornal, Record, Nove de Julho, São Paulo, Cometa,
Nacional, Difusora, Globo, Morada do Sol, etc...
Ao longo de sua vida, teve o prazer de
receber inúmeros troféus, títulos e congratulações, destacando-se dentre
estes: o título de Cidadão Osasquense, o Cartão de Prata e a Medalha
Anchieta por iniciativa da Câmara Municipal do Estado de São Paulo, o
Título de Cidadão Paulistano, também por iniciativa da Câmara Municipal,
a Sala José Fortuna no Museu de sua Cidade Natal Itápolis, bem como a
Avenida José Fortuna, naquela mesma cidade, inaugurada por ele apenas
vinte dias antes do seu falecimento.
Outras cidades que o homenagearam, dando o
seu nome à algumas praças e ruas são: São Bernardo do Campo, na Grande
São Paulo, Guarulhos, São Paulo ( São Miguel Paulista), Osasco, Blumenau
(Santa Catarina), São Carlos, Mogi das Cruzes, Mogi-Mirim, etc...
José Fortuna faleceu no dia 10 de
novembro de 1983, em sua casa, na cidade de São Paulo, do mal de Chagas
que o acompanhou durante toda a sua vida, deixando sua esposa Durvalina e
suas duas filhas Iara e Marlene.

Deixou inéditas perto de novecentas obras
musicais, que foram sendo musicadas e gravadas por seus diversos
parceiros, dentre estes destacando-se com maior afinco Paraíso, co-autor
juntamente com José Fortuna de inúmeras obras musicais, tais como: O
IPÊ E O PRISIONEIRO, AVENIDA BOIADEIRA, ATALHO, RAÍZES DO AMOR,... sendo
também o responsável pela administração de todo o repertório atual de
José Fortuna.
O compositor está sepultado no Cemitério
do Morumbi, na Capital, e em sua campa há uma estrofe de um poema seu
musicado, que se intitula O SILÊNCIO DO BERRANTEIRO:
AQUI ESTOU MEUS VELHOS COMPANHEIROS
OLHEM PRA CIMA, PRA ME VER PASSANDO
EM MEU CAVALO, RAIO DE LUAR
PELO ESTRADÃO DE ESTRELAS GALOPANDO
O MEU BERRANTE HOJE SÃO TROMBETAS
QUE OS ANJOS TOCAM CHAMANDO A BOIADA
DE NUVENS BRANCAS NO SERTÃO DO ESPAÇO
VINDO AO CURRAL AZUL DA MADRUGADA.
Saiba mais sobre Zé Fortuna, acesse: www.josefortuna.com.br
Discografia: Parte dos discos gravados em vinil ao longo de 40 anos de carreira:
- Zé Fortuna e Pitangueira
- Nossos filhos – Zé Fortuna e Pitangueira
- 15 anos de sucesso - Zé Fortuna e Pitangueira
- Melodias do sertão nas vozes de - Zé Fortuna e Pitangueira
- Os grandes sucessos – Zé Fortuna e Pitangueira
- Céu sem estrelas
- Os Maracanãs – Zé Fortuna e Pitangueira
- O Sertão Canta - Zé Fortuna e Pitangueira
- Os donos da bola - Zé Fortuna e Pitangueira
- Rindo e chorando - Zé Fortuna e Pitangueira
- A Menina das tranças loiras - Zé Fortuna e Pitangueira
- Cavalo branco - Zé Fortuna e Pitangueira
- Venda do Serafim - Zé Fortuna e Pitangueira
- Zé Fortuna e Pitangueira
- Teatro e Música - Zé Fortuna e Pitangueira
- Onde canta os maracanãs - Zé Fortuna e Pitangueira
- O melhor de Zé Fortuna e Pitangueira
- Zé Fortuna e Pitangueira
- Folha seca - Zé Fortuna e Pitangueira
- Zé Fortuna e Pitangueira
- Mundo louco - Zé Fortuna e Pitangueira
- Homem d’água – Zé Fortuna e Pitangueira
- Folha seca - Zé Fortuna e Pitangueira
- Alma de pedra – Zé Fortuna e Pitangueira
- Sonho de corintiano – Zé Fortuna e Pitangueira
- Zé Fortuna e Pitangueira
- História dos times – Zé Fortuna e Pitangueira
- Pequeno mundo – Zé Fortuna e Pitangueira
- Paineira Velha – Zé Fortuna e Pitangueira
- Doce Lembrança – Zé Fortuna e Pitangueira
José Fortuna gravou com o irmão
Pitangueira 40 (quarenta) discos de vinil (LPs), 30 dos quais
catalogados neste site, com os respectivos textos poéticos das obras
musicais constantes nestes fonogramas, todas de autoria de José Fortuna,
ressalvadas raras exceções.
O trio " Os Maracanãs" (Zé Fortuna, Pitangueira, Zé do Fole), nome
popular dado as aves de pequeno porte do gênero Ara, por isso também
chamadas de ararinhas, gravou ainda dezenas de discos em 78 rotações,
alguns dos quais também catalogados aqui.
Se quiser adquirir algum dos discos, entre em contato conosco. www.josefortuna.com.br, contato@josefortuna.com.br, (11) 3222.5316
CONFIRA A LETRA DE DOIS GRANDES SUCESSOS DE ZÉ fORTUNA
Riozinho
toada
(José Fortuna/ Carlos Cezar - grav. Jorge Luiz e Fernando / Irmãs Galvão / Lourenço e Lourival)
Meu rio pequeno
Braço líquido dos campos
Rodeado de barrancos
Corroído pelos anos...
Vai arrastando
Folhas mortas e saudade
Pôr-do-sol de muitas tardes
Ilusões e desenganos...
Cruzando vales, chapadões e pantanais
Bebedouro de pardais
Branco espelho de luar...
O seu roteiro não tem volta
Só tem ida
Pra findar a sua vida
Na amplidão azul do mar...
Riozinho amigo
São iguais as nossas águas
Também tenho um rio de mágoas
A correr dentro de mim...
Cruzando n'alma campos secos e desertos
Cada vez vendo mais perto
O oceano de meu fim...
Riozinho amigo
Nasceste junto a colina
Era um fio d'água de mina
Que cresceu tão lentamente...
Margeando matas, ramagens, juncos e flores
Passarinhos multicores
Seguiram vossa corrente...
Riozinho amigo
Quantas vezes assistiu
Acenos de quem partiu
Encontros dos que chegaram...
Foi testemunha de muitas juras de amor
Quantas lágrimas de dor
Suas águas carregaram...
Riozinho amigo
Sob a areia do remanso
Animais em seu descanso
Ali vem matar a sede...
Borboletas em suas margens se amontoam
E depois alegres voam
Na amplidão dos campos verdes...
A brisa encrespa o seu rosto de menino
Como o mais terno e divino
Beijo da mãe natureza...
Lindas paisagens, madrugadas coloridas,
Encontros e despedidas
Seguem vossa correnteza...
LEMBRANÇA
guarânia
(José Fortuna - grav. Lurdinha Pereira / Zé Fortuna e
Pitangueira / Tonico e Tinoco/ Milionário e Zé Rico / Craveiro e
Cravinho / Sérgio Reis / Carlos Cezar e Cristiano)
Lembrança por que não foges de mim
Me ajude arrancar do peito esta dor
afasta meu pensamento do seu
porque vamos reviver este amor
amando nós padecemos iguais
eu tenho meu lar e ela também
é triste ser prisioneiro e sofrer
sabendo que a liberdade não tem
Vai... lembrança não voltes mais
para acalmar os meus ais
neste dilema de dor
Vai.... para bem longe de mim
não posso viver assim
devo esquecer esse amor.
Lembrança já imaginaste o que é
distante dois corações palpitar
querendo juntos viver sem poder
com outra ter que viver sem amar
enquanto você lembrança não for
é esse nosso dilema sem fim
pensando nela eu vivo a sofrer
e ela também sofrendo por mim.
Vai... lembrança não voltes mais
para acalmar os meus ais
neste dilema de dor
Vai.... para bem longe de mim
não posso viver assim
devo esquecer esse amor.
Borboletas em suas margens se amontoam
E depois alegres voam
Na amplidão dos campos verdes...
A brisa encrespa o seu rosto de menino
Como o mais terno e divino
Beijo da mãe natureza...
Lindas paisagens, madrugadas coloridas,
Encontros e despedidas
Seguem vossa correnteza...
Saiba mais sobre Zé Fortuna, acesse: www.josefortuna.com.br

TONICO E TINOCO,
A dupla coração do Brasil

Dupla sertaneja formada por João Salvador
Perez, o Tonico (São Manuel-SP, em 02 de março de 1917), e José Perez, o
Tinoco (nascido em uma fazenda de Botucatu – SP), que hoje pertence ao
município de Pratânia, em 19 de novembro de 1920.
A história dessa fantástica dupla inicia
em 1930, quando a família Perez trabalhava na fazenda Tavares, em
Botucatu, os dois irmãos ouviam discos da série caipira de Cornélio
Pires. João frequentava a escola rural e dava lições para os colonos
mais velhos. Dos amigos cobrava um litro de querosene por mês (para
manter os lampiões da sala de aula), mas dificilmente recebia alguma
ajuda.
José, o mais levado, gostava de caçar
passarinhos com arapucas (depois os soltava), de brincar com amigos do
arraial e aos sábados vestia-se de coroinha para ajudar a celebração da
Missa. Após a cerimônia acompanhava o Padre nas refeições, e voltava
para casa levando alimentos para os irmãos.
O gosto pela cantoria veio dos avós
maternos Olegário e Izabel, que alegravam a colônia com suas canções, ao
som de uma antiga sanfona. A primeira música que aprenderam foi
Tristeza do Jeca, em 1925. Em 15 de agosto de 1935 fizeram a primeira
apresentação profissional. Cantaram na Festa da Aparecidinha/São Manuel,
em uma quermesse. Junto com o primo Miguel, formavam o "Trio da Roça".

Em 1931, Tonico e Tinoco moravam em
Botucatu (SP), na fazenda Vargem Grande, de Petraca Bacci, com os pais,
Salvador Perez - um espanhol de Léon, na Astúrias espanhola, chegado ao
Brasil criança, em 1892 e Maria do Carmo, uma brasileira descendente de
negros com bugres. A exemplo de outras crianças da época, os dois
garotos, mal aprenderam a falar, já eram cantadores das modas de viola.
Aprendiam as letras com Virgílio de Souza, violeiro das redondezas.
Tonico e Tinoco participavam das
primeiras serenatas, alegravam festas e bailes de São João. Nas colônias
enfeitadas de bandeirinhas, comiam batata-doce assada na brasa,
pamonha, milho verde e bebiam quentão. "Os rapazes trabalhavam o ano
inteiro para fazer bonito nos bailes, junto às caboclinhas", conta
Tinoco. "Nós lá de calça cumprida, camisa xadrez e as botas penduradas
nas costas para não estragar o solado. As meninas com seus vestidos de
chita dançavam de pés descalços e com uma flor no cabelo cheirando
gostoso." A esperança dos moços e das moças era arrumar um namoro. Foi
num desses bailes que Tonico conheceu e apaixonou-se por Zula, filha do
administrador da fazenda, Antônio Vani. O pai proibiu o namoro e
magoado, Tonico compos Cabocla.
Naqueles anos 30, só existiam 65
emissoras de rádio e 30 mil aparelhos receptores em todo o país, para
uma população de 35 milhões de pessoas. Como não havia rádio na região, o
conjunto ficou famoso. Mas Tonico e Tinoco só cantavam em dupla nas
horas vagas ou nas folgas do trabalho, quando a turma parava para tomar
café. Cantavam as modas de viola de Jorginho do Sertão, um autor
imaginário, que utilizavam para assinar suas canções, que falava da
crise no país com as revoluções de 1930 e 1932.

No fim do ano agrícola de 1937, os Pérez
decidiram, com outras famílias, tentar a vida na cidade de Sorocaba
(SP). As irmãs Antonia, Rosalina e Aparecida foram trabalhar na fábrica
de tecidos Santa Maria. Tonico foi ser servente na Pedreira Santa
Helena, fábrica do cimento Votorantim. Tinoco virou engraxate na Estação
Sorocabana e Chiquinho engajou-se na construção da Rodovia Raposo
Tavares, que liga o sul de São Paulo ao Mato Grosso do Sul. A crise
econômica do país chega ao auge. Getúlio Vargas implanta a ditadura do
Estado Novo. Adolf Hitler invade e ocupa a Tchecoslováquia e depois a
Polônia. Começa a Segunda Guerra Mundial.
A vida em Sorocaba fica insuportável,
nada dava certo para os Pérez e eles decidem retornar ao campo, agora
para a fazenda São João Sintra, em São Manoel (SP). À volta, contudo,
possibilitou aos irmãos Perez a primeira chance de cantar numa Rádio. O
administrador da fazenda, José Augusto Barros, levou-os para cantar na
Rádio Clube de São Manoel - ainda hoje lá, na rua Coronel Rodrigues
Alves, no centro da cidade. Assim, até o final de 1940, eles ficam
trabalhando na roça durante a semana e aos domingos cantam na emissora
da cidade. Só por amor à arte, sem ganhar. As dificuldades levaram os
Pérez a uma derradeira migração.
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Em janeiro de 1941 chegam, de mala e cuia
- quatro sacos com os trens de cozinha e duas trouxas de roupa - a São
Paulo. À falta de profissão, as meninas foram trabalhar em casa de
família, Tinoco num depósito de ferro-velho, Chiquinho na metalúrgica
São Nicolau e Tonico, sem outra alternativa, comprou uma enxada e foi
ser diarista nas chácaras do bairro de Santo Amaro. Os tempos duros da
cidade grande tinham lá sua compensação, principalmente nos domingos,
quando a família ia ao circo, na rua Lins de Vasconcelos no então pacato
bairro do Cambuci. Num desses espetáculos, os manos conheceram
pessoalmente Raul Torres e Florêncio, a dupla de violeiros mais famosa
de São Paulo e que depois, com Rielli na sanfona, formaram na Rádio
Record o famoso trio "Os Três Batutas do Sertão. A Rádio Record era do
doutor Paulo Machado de Carvalho, que seria chamado "Marechal da
Vitória" quando chefiou as seleções brasileiras de futebol campeãs do
mundo em 1958 e 19ó2. Depois conheceram Teddy Vieira - um paulista de
Itapetininga que produziu um formidável acervo de 500 músicas sertanejas
da melhor qualidade - Palmeira e Piraci, artistas exclusivos da Rádio
Difusora, no programa "Arraial da Curva Torta", Zé Carreiro e
Carreirinho, os quais surgiram em 1950, por intermédio de Tonico e
Tinoco que queriam gravar a moda "Canoeiro" deles e os quatro fizeram um
acordo: deixariam Tonico e Tinoco gravar a moda se os mesmos arrumassem
um contrato na gravadora para eles gravarem também; existiam no país 76
emissoras de rádio e mais de 1,5 milhão de aparelhos receptores. Era ao
redor desses aparelhos que o país todo se debruçava para acompanhar
nervosamente o noticiário da guerra pelo Repórter Esso. Anunciado como
"testemunha ocular da História", esse noticioso foi o primeiro
radio-jornal a utilizar técnicas modernas no país e era transmitido
pelas rádios Nacional (Rio) e Record (SãoPaulo).
Em São Paulo, inscreveram-se no programa
de calouros comandado por Chico Carretel (Durvalino Peluzo), na Rádio
Emissora de Piratininga.
O capitão Furtado, que estava sem
violeiro em seu programa Arraial da Curva Torta, na Rádio Difusora,
promoveu então concurso para preencher a vaga: os dois irmãos, formando a
dupla "Irmãos Perez", cantaram o cateretê "Tudo tem no sertão"
(Tonico). Classificados para a final, interpretaram de Raul Torres e
Cornélio Pires, (esse último um radialista e pesquisador que foi
pioneiro no estudo da vida sertaneja, especialmente a paulista, e que
deixou uma extensa obra a respeito.) "Adeus Campina da Serra". Quando
terminaram, o auditório aplaudiu de pé, em meio a lágrimas. Todos pediam
bis àquela dupla que cantava diferente, com afinação, fino e alto.
Todos os outros violeiros foram abraçá-los. O cronômetro marcava 190
segundos de aplausos, contra apenas 90 segundos da dupla segundo
colocada.
Outra citação importante é que tomaram parte desse concurso junto com
os Irmãos Perez, duplas profissionais, conhecidas do Rádio como Nhô
Nardo e Cunha Junior, Serra Morena e Cafezal, mas o primeiro lugar
estava reservado para nossa querida dupla.
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No dia seguinte o Trio da Roça estava
contratado pela Rádio Difusora, que naquele período havia sido comprada
pela Tupi, parte de ofensiva do jornalista Assis Chateaubriand para
formar uma poderosa rede de veículos de comunicação - os Diários e
Emissoras Associados. Três meses depois o contrato foi renovado por dois
anos e o salário foi acertado em cruzeiros, a nova moeda que aposentara
os réis. Eram 1.200,00 uma fortuna, comparado ao salário mínimo, da
época, de 280,00. Já sem o primo Miguel, eles eram apenas os irmãos
Pérez. Um dia, durante um ensaio do programa Arraial da Curva Torta, o
Capitão Furtado - de batismo Arioswaldo Pires, sobrinho de Cornélio
Pires , apresentador do programa e também lendário divulgador da música
sertaneja - disse que uma dupla tão original, com vozes gêmeas, não
poderia ter nome espanhol. Batizou-os, na hora, de Tonico e
Tinoco.
A divulgação nos programas da rádio transformava a dupla em sucesso
imediato, fazendo surgir dezenas de convites para shows. A primeira
apresentação dessas foi no cine Catumbi, em São Paulo, hoje transformado
em uma casa de forró sertanejo. Depois rumaram para o interior, em
excursões que demoravam uma, duas, às vezes, três semanas. Entravam pelo
interior paulista de Taquaritinga, Santa Adélia e seguiam de trem por
toda a linha araraquarense. Na Mogiana, passavam por Brodosqui, Franca e
terminavam em Ribeirão Preto. Apresentavam-se em cinemas, clubes e até
em pátios vazios de armazéns. Quando terminaram a primeira excursão, no
Circo Biriba, em Ribeirão Preto, fizeram a partilha do lucro: quatro mil
e quinhentos cruzeiros para cada um.
A dupla estreou em disco, na Continental,
em 1944, com o cateretê "Em vez de me agradece" (Capitão Furtado, Jaime
Martins e Aimoré)e que foi lançada em 07/45). Na gravação de "Invés de
me Agradece" ocorreu um fato inusitado, pois eles a gravaram e em
seguida, quando foram gravar o lado B do disco soltaram a voz tão alto,
da forma como cantavam lá na roça e estouraram o microfone . Como o
processo de gravação era algo muito caro, o disco saiu apenas com um
lado, mas como punição a dupla precisou ficar seis meses fazendo aula de
canto para educar a voz e voltar a gravar. Por isso que o lançamento do
primeiro 78 RPM para o segundo é curto, pois eles gravaram a primeira
moda ainda em 1944. Bem sucedida com essa gravação, que serviu de teste,
gravou seu primeiro disco completo, a moda-de-viola "Sertão do
Laranjinha", motivo popular adaptado pela dupla e Capitão Furtado, e
"Percorrendo o meu Brasil" (com João Merlini), que foi sucesso imediato.
No ano seguinte (1946) o sucesso definitivamente chegou com "Chico
Mineiro" (Tonico/Francisco Ribeiro). Com o sucesso de Chico Mineiro a
dupla consagrou-se definitivamente e tornou-se a dupla sertaneja mais
famosa do Brasil. Uma curiosidade: quando Tonico e Tinoco foram gravar
Chico Mineiro a gravadora havia informado que esse seria o último disco
da dupla, pois eles já haviam gravado 5 discos e existia sempre uma
reclamação dos ouvintes com relação a dupla, alegavam que não era
possível entender a pronuncia deles nas letras das músicas, os fãs não
entendiam o que eles estavam dizendo, aí surgiu Chico Mineiro e tudo
mudou, inclusive com o dinheiro que eles ganharam com essa música
conseguiram comprar sua 1ª casa para viver com a família. Desde então,
tornou-se a dupla sertaneja mais famosa do país.
Ao final da Segunda Guerra, o número de
emissoras de rádio saltou para 117, e os aparelhos receptores eram 3
milhões. Tonico e Tinoco estão agora na Rádio Nacional de São Paulo onde
nasceu um de seus mais marcantes programas. Um dia, o auditório estava
ocupado com um ensaio e como eles precisavam entrar no ar, puxaram os
microfones para fora e fizeram a apresentação do corredor. O locutor
Odilon Araújo perguntou de onde o programa estava sendo transmitido e
Tinoco respondeu: "Da Beira da Tuia". O nome ficou. Com o término da
guerra consolidou-se a influência cultural norte-americana em várias
partes do planeta, no Brasil inclusive. As grandes orquestras
pontificavam com o swing e sua versão mais dançável, o fox-trot. A parte
brilhante do Brasil era o Rio de Janeiro, embora a pedra mais vistosa
de sua coroa, o cassino da Urca, já não faiscasse mais, ofuscada pela
proibição do jogo, em 1946.
Nos anos 40, na São Paulo provinciana
ainda havia espaço, via ondas de rádio, para programas sertanejos de
grande prestígio: "Manhã na Roça" de Chico Carretel, na Cruzeiro do Sul;
"Arraial da Curva Torta" do Capitão Furtado, na Difusora e "Alma
Cabocla" do Nhô Zé, na Nacional. Nos turbulentos anos 40 já existiam
boas duplas e que dividiam popularidade com Tonico e Tinoco assim como,
Raul Torres e Florêncio (1942), Serrinha e Caboclinho (1942), Alvarenga e
Ranchinho (1934), Irmãs Castro (1948), Zé Fortuna, Pitangueira e
Coqueirinho (1949), Sulino e Marrueiro (1949).
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Tonico e Tinoco -1945 |
No início dos anos 50 a música sertaneja
obteve sua época de ouro e Tonico e Tinoco continuavam absolutos.
Programas famosos surgiram nessa década como: "Brasil Caboclo" do
Capitão Barduíno, "Onde Canta o Sabiá" do Comendador Biguá e "Serra da
Mantiqueira" com Zacarias Mourão na Bandeirantes. Quase todos os grandes
nomes da música sertaneja surgiram nessa década: Zé Carreiro e
Carreirinho (1950), Zico e Zeca (1952), Irmãs Galvão (1954), Tião
Carreiro e Pardinho (1956), Liu e Léu (1957), Craveiro e Cravinho (1959)
e muitas mais, mas sem dúvida nenhuma Tonico e Tinoco eram "Os
Expoentes Máximos da Música Sertaneja". Apesar da popularidade o
trabalho para dupla sertaneja era garantido, porém limitado aos circos
somente. Felizmente nessa época apenas em São Paulo estavam baseados
cerca de 200 circos que iam ao interior para apresentação dos ídolos
sertanejos do rádio.
Quer ouvir na voz da dupla Tonico e
Tinoco sua saudação matinal diária para o programa "Onde canta o sabiá",
do Capitão Barduino, na famosa Rádio Bandeirantes?
A dupla começou a acumular sucessos no
longínquo 1946, com Chico Mineiro (Tonico/Francisco Ribeiro). Ainda na
época do 78 RPM, na Continental, fizeram sucesso e imortalizaram páginas
como “Boiadeiro do Norte” (Zulmiro) em 1951, “Fim de Baile” (Tonico/Zé
Paioça) em 1954 e “Maldita Cachaça” (Tonico/Ana Maria Pereira/Capitão
Furtado) em 1956. Em 1955 gravam de Mário Vieira com a participação
especial de Araci de Almeida, os cateretês “Tô Chegando Agora” e
Ingratidão”.
No ano de 1960 transferem-se para a
Philips e permanecem lá até 1963 onde gravam “Canta Moçada” (Tonico/Nhô
Fio), Boiada (Zé Paioça) e Moreninha Linda (Tonico/Priminho/Maninho) em
1960. “Morão da Porteira” (Raul Torres/João Pacífico) e “Chofer de
Caminhão” (Tonico/Ado Benatti) são sucessos de 1962. No último ano na
Philips lançam 02 LP´s e emplacam com “Gaúcho Alegre” (Tonico/Zé
Carreiro).
Em 1961 estreiam no Cinema com o filme
“Lá no Meu Sertão” de Eduardo Llorente, filme baseado na vida e obra de
Tonico e Tinoco. No final de 1960 a dupla recebera um golpe quase
mortal, quando Tonico, tuberculoso desde 1940, precisou ser internado
num hospital em Campos do Jordão/SP, cedendo lugar para o irmão
Chiquinho tanto nos shows, quanto nos programas de rádio e gravações de
discos. Tonico fez uma cirurgia e um tempo depois deixou o hospital com a
certeza que não voltaria mais a cantar. Tinoco, através da Rádio
Nacional onde faziam o programa, pediu para os fãs rezarem pela saúde de
Tonico, o qual ficou curado, e voltou a cantar com mais força e beleza.
Em devoção a Nossa Senhora Aparecida, a quem a dupla atribuiu sua cura,
construíram na Vila Diva em São Paulo/SP uma capelinha que recebe
romeiros e devotos até hoje.
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Reestreia da dupla Rádio Nacional - 1946 |
No ano de 1964, já com 20 anos de
carreira, Tonico e Tinoco voltam para a Continental e lançam de sua
autoria “Arrasta-pé na Tuia” e “Baianinha”. Nesse mesmo ano são
contratados pela Chantecler onde permanecem até 1966 e lançam 05 LPs
destacando-se “Rei dos Pampas” (Raul Torres) e “Pinho Sofredor” (Fêgo
Camargo/Capitão Furtado) em 1964. “Brasil Caboclo” (Tonico/Walter
Amaral), “Beijinho Doce” (Nhô Pai) e “As Três Cuiabanas” (Zé
Carreiro/Carreirinho ) são sucessos de 1965. Nesse mesmo ano filmam
“Obrigado à Matar” de Eduardo Llorente, um filme baseado na lenda do
Chico Mineiro. No ano de 1966 lançam “Adeus Mariana” (Pedro Raimundo),
“Curitibana” (Tonico/Pirigoso) e “Artista de Circo” (Zé Tapera) com
estrondoso sucesso.
Sempre com grande sucesso, no ano de 1967
são contratados com exclusividade pela RCA-Victor já de imediato
“estourando” com “Viola Cabocla” (Tonico/Piraci). Ficaram nessa
gravadora apenas dois anos: 1967 e 1968. Apesar de pouco tempo na
RCA-Victor, fizeram sucesso com “Seresteiro do Sertão”
(Tonico/Garrafinha) em 1967. Já em 1968 gravaram “Querer Bem” (Irmãos
Motta), “Pé da Letra” (Tonico/Augusto Autran), “Carreiro Triste”
(Tonico/Bolinha), “Canoeiro do Mar” (Tonico/Alencar) e “Presépio”
(Tonico), assim foi sua memorável passagem pela etiqueta do cachorrinho,
onde suas músicas são relançadas e permanecem em catálogo até hoje.
Ano de 1969, novas mudanças na carreira
de Tonico e Tinoco, eles estreiam na Rádio Bandeirantes onde permanecem
até 1983. Voltam a pertencer ao Cast da Continental, gravam 04 Lps nesse
ano, dois deles em comemoração ao aniversário de carreira da dupla: “26
Anos de Glória” gravado no Teatro da Rádio Bandeirantes com a
apresentação do Carlito e “27 Anos” onde gravam antigos sucessos
imortalizados nas vozes de grandes intérpretes, tais como, “Maringá”
(Joubert de Carvalho), “Chuá, Chuá” (Pedro de Sá Pereira/Ary Pavão),
“Luar do Sertão” (Catulo da Paixão Cearense).
No cinema, em 1969, fizeram “A Marca da Ferradura” de Nelson Teixeira Mendes.

Raul Torres e Florêncio foram desde 1942
ídolos da música caipira, os próprios Tonico e Tinoco se espelharam na
dupla no início da carreira. Raul Torres (Vide Link Compositores) ao
lado de João Pacífico foram uma das maiores duplas de compositores que
já existiram no gênero caipira. Em 1970 Tonico e Tinoco resolvem lançar
um LP intitulado “Recordando Raul Torres” em homenagem a esse grande
ídolo. Conseguiram a autorização para gravar as músicas, entre elas,
“Moda da Mula Preta”, “Pingo d´Agua” e “Chico Mulato” (Raul Torres/João
Pacífico), mas infelizmente Raul Torres não chegou a ouvir as gravações,
tendo falecido dois meses antes.
Em 1971 lançaram “Chalana” (Mário
Zan/Arlindo Pinto) e vários sucessos em homenagem ao Mato Grosso e ao
Paraguai no LP “Laço de Amizade”. Gravaram em referência a famosa
estrada do norte do Brasil, “Transamazônica” (Tonico/Caetano Erba) e em
homenagem a sua terra natal, São Manoel/SP “Minha Terra, Minha Gente”
(Tonico). Filmaram ainda nesse ano “Os Três Justiceiros” de Eduardo
Lorente, uma espécie de bang-bang, sem muito sucesso.
Em 1972, já com um enorme prejuízo,
filmam “Luar do Sertão” de Osvaldo de Oliveira e desistem da carreira de
atores. Quase faliram nessa incursão pelo cinema. Mazzaropi fazia
sucesso e fortuna pois produzia, distribuía e fiscalizava seus filmes,
já Tonico e Tinoco sem condições de ter um fiscal na porta de cada
cinema onde seus filmes eram exibidos, foram passados para trás, arcando
com um prejuízo imenso.
Em 1979, precisamente no dia 6 de junho,
Tonico e Tinoco fazem o que nenhum caipira havia sonhado: apresentam-se
no Teatro Municipal, em São Paulo, num show de três horas que reúne um
público recorde de 2.500 pessoas. Da beira da tuia, celeiros centenários
onde cantavam no passado, os irmãos Perez chegavam a um dos mais
famosos teatros do mundo, que até então só abria suas portas para
óperas, balés e concertos eruditos.
Permaneceram na Continental até 1982,
emplacando vários sucessos. Nesse ano resolvem ir para a Copacabana onde
mudam seu repertório, passam a gravar músicas mais alegres, arrasta-pés
divertidos e Nadir Perez, esposa de Tinoco passa a assinar várias
músicas com a dupla. Gravam Loira, Loirinha (Tonico eTinoco e Nadir),
“Cidade Grande” (Pelé) em 1982 e “Baile na Roça” e “Viva a Viola” de
Tinoco e Nadir em 1983. No ano de 1983 estreiam o programa “Na Beira da
Tuia”, na TV Bandeirantes e lançam o filme “O Menino Jornaleiro”, só que
dessa vez como cooprodutore

Receberam na época do rádio mais de 100 mil cartas
Em 1984 participam do filme “A Marvada
Carne” de André Klotzel, como convidados especiais e voltam para a
Chantecler que nessa época já havia feito a fusão com a Continental e
passaram a ser uma só, onde lançam Rei dos Boiadeiros (Tinoco/Nadir). Em
1987 é sucesso Festa na Roça (Tinoco/Nadir). No ano de 1988 gravam
“Caipirinha do Arraiá” (Tinoco/Nadir).

Em 1989 voltam para a Copacabana e gravam
“Mãe Natureza” (Tinoco/José Carlos). Nesse disco Tonico já se
encontrava bastante debilitado mas continuava sua carreira maravilhosa.
Em 1991 na RGE gravam “Juventude no Arrasta-pé” (Tinoco/Nadir).
No ano de 1994 na Polygram com a produção
de José Homero e Chitãozinho gravam seu último trabalho, onde
destaca-se, “Coração do Brasil” (Joel Marques/Maracaí) com participação
especial de Chitãozinho & Xororó e Sandy & Júnior, e “Chora
Minha Viola” (Nilsen Ribeiro/Geraldo Meirelles).
Cantando em todos os canais de televisão
de São Paulo, com programa exclusivo na TV Bandeirantes, a dupla
excursionou pelos Estados do Centro e Sul do país. Vale citar que Tonico
e Tinoco tinham uma aceitação fenomenal na região Sul do Brasil, uma
região marcada pelo seu tradicionalismo mas que sempre teve as portas
abertas para Tonico e Tinoco. A dupla por sua vez em todos Lps sempre
homenageava a região Sul com músicas e o público lhe era fiel por isso. A
viola e o violão deles sempre possuiu uma harmonia perfeita com a
"Cordeona" dos gaúchos, catarinenses e paranaenses. Sempre preferiu,
entretanto, as estações de rádio, onde atuou com programas exclusivos na
Tupi, Nacional e Bandeirantes, de São Paulo.

Tonico faleceu em 13 de agosto de 1994 e a
partir de então, sem arrefecer, Tinoco e Tinoquinho, continuam a nos
encantar com suas modas inesquecíveis!
Finalizando esta biografia, em um belo e
rico resumo, podemos afirmar que Tonico e Tinoco, a maior dupla
sertaneja de todos os tempos, foram protagonistas dos eventos abaixo
descritos, ao longo de sua belíssima carreira de 60 anos:
- Quase 1000 gravações divididas em 83
discos de 78 RPM, 14 compactos Duplos, 09 Compactos Simples e 84 LPs de
33 rpm. A era dos CDs a dupla não acompanhou devido ao falecimento do
Tonico em 1994, mas mesmo assim as gravadoras a que eles pertenceram já
lançaram no mercado um total de 60 CDs. Tonico e Tinoco venderam mais de
cento e cinquenta milhões de cópias, realizando cerca de 40.000
apresentações em toda a carreira.
- Participaram de sete filmes de longa metragem:
"Lá no Meu Sertão", com direção de Eduardo Llorente, 1961.
“LÁ NO MEU SERTÃO”

Cinematográfica Cruzeiro do Sul Ltda
Produção: João Salvador Perez e José Perez
Produção Executiva: Eduardo Llorente
Duração: 89 minutos (Preto e Branco)
Categoria: Drama
Ano: 1963
Filmagens: Descalvado - SP; Fazenda da Lagoa Alta e Fazenda Santa Maria
Sinopse: Numa fazenda, com casas de pau-a-pique, planícies, cachoeiras e lago moram Glorinha,
filha de fazendeiros, e José, filho de colonos da fazenda e os dois jovens apaixonam-se.
Janjão, também filho de fazendeiros é apaixonado por Glorinha e pede a moça em casamento,
porém ela o rejeita provocando com isso uma luta entre os rivais.
Os irmãos João (Tonico) e José (Tinoco) partem com a família para São Paulo para participarem
num concurso promovido pelo programa “Arraial da Curva Torta” pela Rádio Difusora.
Devido ao sucesso, a dupla passa a percorrer outros Estados e participar de programas de auditório
(Rádio Nacional) ganhando o sucesso e a fama.
O filme trata com muita propriedade da própria história da dupla Coração do Brasil – Tonico e Tinoco.
Elenco:
Tinoco
Tonico
Figueiredo, Maximira
Chiquinho
Marçal, Liria
Martins, Wanderley
Militello, Humberto
Fernandes, Linda
Tito Neto
Nhá Barbina
Nhô Zé
Pirolito
Dandrello, Iracema de
Castro, Alberto de
Batista, Enoque
Ferreira, Paulo
Priminho
Rosa, José
Torrinha
Filizola, Pedro
Jorge, Rogerio
Diniz, Carla
Aparecida, Ilze
Gavino, Luiz
Camargo, Benedito
Souza, Osvaldo de
Gomes, Carlos
Bigua
Biguasinha
"Obrigado a Matar", com direção de Eduardo Llorente, 1965.

“OBRIGADO A MATAR... (Baseado na lenda de Chico Mineiro)”
Sinopse: Já é quase noite. Compadre Tião (Tonico), velho boiadeiro, percorre com poucas cabeças de gado aqueles
sertões de Goiás. Relembra os velhos tempos e revive, naqueles caminhos, sua juventude.
Foi por aqueles campos que Chico Mineiro viveu!
Isso aconteceu há muitos anos atrás.
Honório Aragão, rico boiadeiro, após acampar seus animais num dos “pousos” seguiu para a cidade.
Mal sabia que estava sendo vigiado e quase prestes a ser atacado pelo mais temível bandoleiro da região,
Primo Barbosa, desejoso de apoderar-se de sua bolsa.
Felizmente, na cidade a indiscrição de um dos “capangas” de Primo Barbosa fez com que a notícia do assalto
chegasse aos ouvidos do valente peão Chico Mineiro (Tinoco), de quem afirmavam que só matava em defesa
própria ou daqueles que amava.
Chico Mineiro então, no exato momento em que Honório estava sendo atacado salvou-lhe a vida. E, deste dia
em diante os dois homens não mais se separaram.
Mas, Chico era um tipo estranho e Honório, embora sendo-lhe muito grato temia-o. O peão falava em não matar
e matava; falava constantemente em Deus e violava suas leis. Chico Mineiro desde menino fora “obrigado a
matar” e, por isso ficara marcado!
Um dia, quando os dois boiadeiros atravessavam o rio, avistaram à margem terrível cena: atado a uma árvore,
um jovem estava sendo brutalmente espancado por outro indivíduo. Honório, enraivecido, enfrentou o malfeitor
subjugando-o e, qual não foi sua surpresa ao verificar que o moço maltratado era uma jovem mulher; Marta!
Com a morte do pai, Arruda, irmão de Marta, assumira a chefia da família, tornando-se autêntico déspota.
Sabedor dos amores de Marta e Olegário, filho de um seu antigo desafeto, Arruda mutilara-o barbaramente e,
perante a revolta de Marta, decidira castigá-la também, quando imprevistamente surge Honório.
Agora, já eram três: Chico, Honório e Marta. Durante a caminhada para Barretos, a jovem tentou por todos os
meios conquistar as boas graças de Honório, vendo nele o instrumento ideal para sua vingança contra o irmão.
Chico Mineiro, adivinhando as intenções de Marta, temia por Honório, advertindo-o a respeito. Arruda, por sua
vez, prosseguia perseguindo o grupo, provocando inclusive um estouro da boiada, momento em que Honório
chegou quase a matá-lo, não fosse a intervenção de Chico, leal seu companheiro.
Numa noite fria, usando o blusão de Honório, Chico Mineiro iniciava sua ronda costumeira pelo acampamento.
Arruda, escondido à espreita de hora propícia, vislumbrando apenas uma silhueta que pensou ser de Honório,
assassinou barbaramente, o valente peão.
Sua morte surpreendeu a todos, consternando-os profundamente. Mais chocado ainda ficou Honório Aragão
ao descobrir através de documentos que Chico era seu legítimo irmão, aquele irmão que conforme lhe contava
sua mão, saíra um dia de casa para não mais voltar.
Iniciou então, intensa perseguição contra Arruda, impelido sobretudo por Marta. Mas, certo dia caiu em si,
perguntando-se se caberia a ele fazer justiça com suas próprias mãos. A jovem também se arrependeu.
E, no instante em que os dois homens se defrontaram armados, Marta, interferindo na luta foi mortalmente ferida.
O mesmo sucedeu a Arruda que, talvez por vontade divina, encontrou a morte em sua própria arma.
Honório, desde então, tendo vendido todos os seus pertences, embrenhou-se sertão adentro e dele nunca
mais se soube.
Compadre Tião continua relembrando. Aquela cruz humilde marca a sepultura de Chico Mineiro.
E a noite caí por completo.
FICHA TÉCNICA
Data e local de produção
Ano: 1965
País: BR
Cidade: São Paulo
Estado: SP
Certificados
Certificado de Censura Federal 26.110 de 15.10.1965, livro 5, 3 cópias, 16mm, 3.073m,proibido para menores
de 14 anos.Certificado de Censura Federal 26.118 de 15.10.1965, livro 5, 127m, trailer, 9 cópias, 35mm, trailer,
proibido para menores de 14 anos.
Produção
Companhia(s) produtora(s): Cinematográfica Cruzeiro do Sul Ltda.
Produção: Perez, João Salvador; Perez, José
Produção executiva: Llorente, Eduardo
Assistência de produção: Moreira, Pedro L.
Gerente de produção: Filizzola, Pietro B.
Distribuição
Companhia(s) distribuidora(s): B.G. Filmes Ltda.
Argumento/roteiro
Roteiro: Llorente, Eduardo
Diálogos: Perez, João Salvador
Adaptação: Perez, João Salvador; Llorente, Eduardo
Direção
Direção: Llorente, Eduardo
Assistência de direção: Martini, Martino
Fotografia
Direção de fotografia: Attili, Giorgio
Assistência de câmera: Kolozsvari, Gyula; Toloni, Pedro Carlos
Arranjos musicais: Migliori, Gabriel
Elenco
Tonico e Tinoco
Rony, Mirian
Nabuco, Maurício
Karan, Jorge
Castro, Alberto
Chiquinho
Martins, Wanderley
Perez, Elcio
Castro, Alberto de
Carvalho, Genê
Martins, Isa
Souza, Durvalino de
Paula, Glória de
Lima, Nestor
Oliveira, Douglas de
Fernandes, Linda
Lins, Ivone de
Labella, Cilene
Costa, Noel
Dias, Cristobal
Simão, Antonio
Barreto, Roberto
Chaud, Cláudio
Nhô Quitério
Pirajá
Carvalho, José de Oliveira
Portiolli, Cláudio
Passaia, José
Hreczynski, Franz
Santos, Edwaldo
Costa, José Celestino da
"A Marca da Ferradura",com direção de Nelson Teixeira Mendes, 1969.

A MARCA DA FERRADURA
Data e local de produção:
Ano: 1971
País: BR
Cidade: São Paulo
Estado: SP
Sinopse:
Um homem cruel, que matara a mulher por ciúmes e que odeia a filha cega, domina
a região rural do interior de São Paulo. Regressando à cidade depois de muitos anos,
Tonico e Tinoco disfarçam-se em mascarados e procuram fazer justiça. O homem cruel,
num último acesso de fúria, se converte quando a filha, no altar de Nossa Senhora,
recupera a visão.
Gênero:
Musical; Sertanejo
Dados de produção:
Companhia(s) produtora(s): N. T. M. - Nelson Teixeira Mendes Produtora e Distribuidora de Filmes
Produção: Mendes, Nelson Teixeira
Direção de produção: Moreira, José Paulo
Companhia(s) distribuidora(s): N. T. M. - Nelson Teixeira Mendes Produtora e Distribuidora de Filmes
Autoria: Oliveira Filho e Tonico
Roteirista: Luchetti, Francisco Rubens
Estória: Baseada em peça teatral Marca da Ferradura, A de Oliveira Filho e Tonico
Direção: Mendes, Nelson Teixeira
Direção de fotografia: Lombardi, Guglielmo
Câmera: Lombardi, Guglielmo
Montagem: Wani, Walter
Cenografia: Boy, Big
Música (Genérico): Mastroianni, Giuseppe
Identidades/elenco:
Tonico
Tinoco
Chiquinho
Leforet, Nelson
Galã, José
Leme, Cecília
Campanha, Silvia Maria
Matos, Antônio Eugênio
Alan, Joia
Magalhães, Faria
Silva, Zélia
Santos, Eduardo de Oliveira - Cel.
Simões, June
Souza, Berenice
Borges, Valda
Lancer, Roy
Barreto, Roberto
Casseca, Arnaldo Vieira
Pires, Aparecida Firmino
Arouasse, Elie Robert
Inellas, Gabriel Zaccaria
Rizzo, Sebastião
Leal, Lourdes
Leal, Léa
Carijo, Luciano
Fernandes, Jota
Soares, Flávio Augusto
Dandoro, Joane
Participação especial Moraes, Ruthinéa de
"Os Três Justiceiros", com direção de Eduardo Llorente, 1971.

OS TRÊS JUSTICEIROS
Data e local de produção:
Ano: 1972
País: BR
Cidade: São Paulo
Estado: SP
Sinopse:
"Bento de Souza, devoto de São João, em cuja honra promove anualmente festas famosas, não é
correspondido por sua esposa, Inocência, que o trai com Trindade, um homem vadio e asqueroso
que vive às custas do próprio Bento. Naquele ano, revoltado com os boatos a seu respeito, Bento
resolve dar sua última festa e expulsar Trindade de casa. Mas nem assim terminam suas desgraças.
O "coronel" Tancredo, homem de baixos instintos e sem escrúpulos, apaixona-se por Jurema,
filha mais nova de Bento, e planeja raptá-la. Mas Serapião, namorado de Candinha, outra filha de Bento,
consegue salvar Jurema da trama. Defende-a contra os capangas de Tancredo que, furioso, ataca o
lugar, disposto a aniquilar Bento. Avisado por amigos de Serapião, Tonico e Tinoco, com a ajuda de
Chiquinho, formam o trio de justiceiros que vêm em socorro de Bento, restabelecendo a ordem no vilarejo."
Gênero:
Aventura rural
Dados de produção:
Companhia(s) produtora(s): N. T. M. - Nelson Teixeira Mendes Produtora e Distribuidora de Filmes
Produção: Mendes, Nelson Teixeira
Direção de produção: Moreira, José Paulo
Produção executiva: Spadoni, Américo
Coordenação de produção: Scarlatti Jr., Alfredo
Companhia(s) distribuidora(s): Difibra Distribuidora de Filmes Ltda.
Autoria: Peres, João Salvador
Roteirista: Mendes, Nelson Teixeira
Estória: de Peres, João Salvador
Direção: Mendes, Nelson Teixeira
Direção de fotografia: Lombardi, Guglielmo
Câmera: Lombardi, Guglielmo
Montagem: Leme, Roberto
Cenografia: Boy, Big
Música (Genérico): Mastroiani, Giuseppe
Elenco:
Tonico
Tinoco
Chiquinho
Leforet, Nelson
Galã, José
Carvalho, Edilse de
Mayor, Miriam
Astrogildo Filho
Pires, Jorge
Silva, Euripedes da
Pirulito
Jardim, Alexandre
Barreto, Roberto
Dantas, René
Teixeira, Mário Lúcio
Participação especial Moraes, Ruthinéa de
"Luar do Sertão", com direção de Osvaldo de Oliveira, 1972.

LUAR DO SERTÃO
Data e local de produção:
Ano: 1971
País: BR
Cidade: São Paulo
Estado: SP
Sinopse:
Numa cidadezinha do interior paulista, todos vivem felizes: Tinoco e sua noiva Joana, Pirulito e Nhá Barbina.
Um dia chegam os homens encarregados de abrir uma estrada de ferro e, com eles, os aborrecimentos.
Paulo, um dos engenheiros, tenta afastar Joana de Tinoco. Este é acusado do roubo do dinheiro dos
operários e vai preso. Tonico pressiona o delegado a investigar o caso, para que Tinoco prove sua
inocência.
Gênero:
Musical
Dados de produção:
Companhia(s) produtora(s): Titanus Filmes; Servicine - Serviços Gerais de Cinema Ltda.
Produção: Palácios, Alfredo; Galante, Antonio Polo
Direção de produção: Camargo, Letacio
Companhia(s) distribuidora(s): Titanus Filmes
Argumento: Tonico e Tinoco; Palacios, Alfredo
Roteirista: Souza, Márcio de; Oliveira, Osvaldo de; Lucia, Ana
Direção: Oliveira, Osvaldo de
Direção de fotografia: Oliveira, Osvaldo de
Câmera: Oliveira, Osvaldo de
Técnico de som: Cabalar, Julio
Montagem: Renoldi, Sylvio
Elenco:
Tonico
Tinoco
Simplicio
Barbina, Nhá
Pirolito
Costa, Marlene
Bakker, Petrus
Camargo, Letacio
Sacomani, Luiz
Santiago, Baby
Louzada, Wilson
"O Menino Jornaleiro", com direção de André Klotzel, tendo Tonico e Tinoco, como convidados especiais, 1984.

“O MENINO JORNALEIRO”
Sinopse: Bebeto, filho de Tonico e sobrinho de Tinoco, abandona a vida confortável na fazenda de
seu pai e seu tio para ser charreteiro de Sonia, filha de um fazendeiro vizinho e a quem ela ama em
segredo. O jovem leva diariamente sua amada à escola da cidade, onde ela é professora, passeia
com ela pelos campos e a acompanha a festas, até que um dia lhe confessa seu amor. Sonia revela
que seus sentimentos por ele não vão além de uma forte amizade: ele lhe é como um irmão;
Bebeto no entanto, continua a alimentar suas ilusões, até que certo dia chega à fazenda um agrônomo
contratado pelo Sr. Paulo, pai de Sonia. O agrônomo, um jovem bem apessoado chamado Rodrigo.
Sonia e o rapaz se apaixonam a primeira vista. Bebeto transtornado, muda totalmente o comportamento.
E promete à Sonia que, se ela casar com Rodrigo, ele o matará. Sonia queixa-se ao pai, que depois de
uma violenta briga com Bebeto na cidade, o despede. Bebeto junta-se a outros elementos anteriormente
despedidos da fazenda do Sr. Paulo e que também antipatizavam com o agrônomo e passa os dias
bebendo em sua companhia no armazém do seu Manuel. Um dia eles cercam Rodrigo e, apesar das
tentativas que Bebeto faz para impedir os demais , eles espancam barbaramente o agrônomo.
Inutilizado pela surra, Rodrigo desiste do casamento, torna-se amargo e passa a viver em função de
vingar-se. Com Sr. Paulo e alguns jagunços ele parte em perseguição aos agressores, dando início a
uma série de tocaias, confrontos violentos cujo desfecho será trágico.
Paralelamente a esta história, desenrola-se o drama do pequeno jornaleiro Joãozinho, menino conhecido
e querido na cidade que deve trabalhar duramente apesar de sua pouca idade para ajudar a mãe e o pai,
um carpinteiro que se encontra gravemente enfermo.
A par da ação, o filme é pontilhado de canções da dupla Tonico e Tinoco. Entre elas: Filho de Carpinteiro,
Brasil Caboclo e muitas outras.
Gênero
Drama rural
Dados de produção
Companhia(s) produtora(s): ACES
Produção: Caversan, Alcides; Sales, Edson
Direção de produção: Paulo, José; Pereira, Verginia
Produção executiva: Caversan, Alcides; Sales, Edson
Equipe de produção: Paulo, José; Pereira, Verginia
Companhia(s) distribuidora(s): Cobra Filmes
Argumento: Caversan, Alcides
Roteirista: Caversan, Alcides
Direção: Caversan, Alcides
Direção de fotografia: Alves, Renato
Câmera: Alves, Renato
Técnico de som: Ventura, Jorge
Efeitos especiais de som: Marcos, Anires
Montagem: Wani, Walter
Cenografia: Sales, Edson
Música (Genérico): Tonico e Tinoco; Marcos, Anires; Viana, Renato
Locação: Santana do Parnaiba - SP; Piracaia - SP; Saresópolis - SC; Fazenda Santa Rita - SP;
Luís Carlos, Município de Guararema - SP; Fazenda do sr. Miro, Guararema - SP
Identidades/elenco:
Tonico
Tinoco
Barbosa, José Luis
Ayala, Daliléa
Caversan, Alcides
Fontaine, Alan
Bruno, Renato
Oliveira, Arcilio C. de
Maris, Verginia
Veloso, Julia
Barbosa, Jak
Rodrigues, Aroldo
Santos, Benedita dos
Mecennas, Dalvan
Grey, Deborah
Coutinho, Danilo
Carvalho, Dorival Pereira
Caversan, Elizio
Cataldo, Francesco
Alves, Hiandra
Caversan, João
Sardinha, José
Gomes, Jorge
Luz, José Francisco da
Abreu, Lurdes de
Fernandes, Lucio
Francisco, Luis
Freitas, Marcos
Serra, Marcos Peres
Souza, Nalva de
Vieira, Nilson Fernandes
Oliveira, Nivaldo de
Soares, Paulo
Vianna, Renato
Alves, Renato
Coutinho, Sérgio
Santos, Sonia de Sousa
Frank, Valdir de Mello
"A Marvada Carne", com direção de André Klotzel, tendo Tonico e Tinoco, como convidados especiais
 
A MARVADA CARNE
Direção e local de produção:
Ano:1985
País: BR
Cidade:
Estado:
Sinopse:
Nhô Quim vive nos cafundós em companhia do cachorro e da cabra de estimação.
Aquela vidinha besta no meio do mato não dá pé e ele resolve cair no mundo e
procurar a solução para duas questões que o incomodam: arranjar uma boa moça
para o casório e comer a tal carne de boi, um desejo que fica ruminado, sem parar,
dentro dele. Nas suas andanças Nhô Quim, vai dar na casa de Nhô Totó, cuja filha
está em conflito com Santo Antonio, que não anda colaborando para ela arranjar
um bom marido.E logo Nhô Quim descobre que o pai da moça tem um boi reservado
para a ocasião do casamento da filha.Será este o momento para Nhô Quim seus dois
maiores desejos?
Gênero: Comédia
Dados de Produção:
Companhia Produtora:Tatu Filmes
Produção:Cláudio Kahns
Direção de Arte:Adrian Cooper
Música: Rogério Duprat e Passoca
Roteiro:
André Klotzel e C.A. Sofredini
Argumento e Produção:André Klotzel
Elenco:
Adilson Barros
Fernando Torres
Dionísio Azevedo
Genny Prado
Regina Casé
Lucélia Machiavelli
Paco Sanches
Henrique Lisboa
Chiquinho Brandão
Tio Celso.
Shows somente nas emissoras de rádio e circos

- Durante 40 anos apresentaram-se em
Circos e Teatros. Criaram uma Companhia Circense, com a qual percorreram
todo o País. Em cada Circo realizavam três sessões por noite. São
autores de muitas peças teatrais circenses, entre elas: Chico Mineiro,
Tristeza do Jeca, Mão Criminosa, A Marca da Ferradura, Nós e o Destino, É
Crime Não Saber Ler, Justiça Divina, Lar Infeliz, Mágoas de Palhaço,
Tentação do Vício, Papai Noel Chorou, Último São João, As Madrastas
Também Choram, Curitibanas, Morro do Girau, Cabocla, Velho Pai, Deus
Tarda Mas Não Falha, Inocente Condenado, Nossa Mãe Honrarás, Última
Confissão, Bolo de Amor, Vestido de Noiva. Trabalharam 50 anos em Rádio
na seguinte ordem: Rádio Difusora, Rádio Tupi, Rádio Nacional (hoje
Globo)e Rádio Bandeirantes. Realizaram um trabalho de utilidade pública
durante muitos anos, pois o Rádio era o único meio de comunicação que
atingia todo o País. Através de seus programas os ouvintes se
comunicavam com parentes distantes.
- Participaram da primeira transmissão da
Televisão Brasileira, no ano de 1950. Apresentaram o Programa Na Beira
da Tuia nas seguintes emissoras - Bandeirantes(1983),e SBT(1988),
Cultura (Viola, Minha Viola).
- Realizaram grandes eventos, como: A
Grande Noite da Viola, no Maracanãzinho/Rio de Janeiro(1981), Teatro
Municipal de São Paulo(1979), Semana Cultural Tonico e Tinoco no Centro
Cultural de São Paulo(1988) e o Troféu Tonico e Tinoco (1992). No mesmo
ano, realizaram um show em conjunto com Chitãozinho e Xororó na cidade
de São Bernardo do Campo/SP, onde reuniram um público estimado pela
Polícia Militar em 100.000 pessoas.

- Entre as inúmeras premiações
destacamos: 04 Roquetes Pinto, Medalha Anchieta(Comenda da Cidade de São
Paulo), Ordem do Trabalho (Ministro do Trabalho Almir Pazzianoto),
Ordem do Mato Grosso (Comendador), Troféu Imprensa, 02 Prêmios Sharp de
Música e o Prêmio Di Giorgio.
-O slogan "A Dupla Coração do Brasil",
surgiu em 1951, quando o humorista Saracura resolveu batizá-los assim,
pela interpretação de todos os ritmos regionais.
FIM DA DUPLA TONICO E TINOCO

Tonico (João Salvador Perez), faleceu no
dia 13 de agosto de 1994, após uma queda da escada do prédio onde
morava. O último show da Dupla Tonico e Tinoco, foi na cidade
matogrossense de Juína, no dia 07 de agosto de 1994. Tinoco encontrou
forças no amor que recebeu dos fãs, e na saudade do companheiro que
partiu. Realizou mais de trinta apresentações contratadas anteriormente a
morte do irmão.
TINOCO E ZÉ PAULO
No início do ano de 1995 Tinoco
encontrou-se com Zé Paulo, que durante muitos anos cantou ao lado de
Peão Carreiro. Deste encontro surgiu uma nova parceria no meio
sertanejo. A Gravadora Transcontinental lançou o único CD da dupla no
mesmo ano. Em junho de 1996, os amigos decidiram seguir seus próprios
caminhos.
TINOCO E TINOQUINHO
Uilton Antônio dos Santos, 27 anos de
carreira, gravou 02 compactos e 02 CDs. Trabalhou na década de 70 com a
Dupla João Mineiro e Marciano. No início de 1980, resolveu formar sua
Banda, realizando grandes eventos pelo interior do Estado de São
Paulo.
Em 1992, "Uilton Santos" (nome artístico) trouxe a sua Banda para integrar o Show de Tonico e Tinoco.
Com o passar do tempo foi batizado como "Tinoquinho", e adotado de
coração por Tinoco como filho. Em junho de 1996 surge a nova formação
"Tinoco e Tinoquinho".

No ano de 1997 lançaram um CD voltado
para a Entidades Carentes. Trabalharam em Comunidades e Associações da
cidade de São Paulo. Realizaram mais de 300 apresentações em 15 meses de
trabalho.
Em 1998 a Gravadora Movie-Play lançou no mercado fonográfico um CD com
Tinoco cantando as duas vozes. Esta foi a forma que Tinoco encontrou
para homenagear Tonico, seu eterno parceiro.

Perto da virada do século, "Tinoco e
Tinoquinho" resolveram homenagear os 500 Anos do descobrimento. Através
da música "Brasil Caipira", a Dupla canta e conta a história do nosso
País. O nome do CD não poderia ser outro, "Brasil Caipira", que está
recheado de sucessos já conhecidos do grande público. É mais um
lançamento da Gravadora Movie-Play, que resgata assim, a obra da Dupla
Caipira mais importante do nosso século, "Tonico e Tinoco".
No dia 21 de novembro de 2000, Tinoco
comemorou 80 anos de vida, e 65 anos de carreira no Olympia/São Paulo,
com a presença de vários amigos como: Chitãozinho e Xororó, Sérgio Reis,
Bruno e Marrone, Jaine, Gilberto e Gilmar entre outros. Mais de 1500
pessoas lotaram o Olympia, homenageando o maior mito da Música
Sertaneja: "Tinoco do Brasil". Em março de 2001, a Gravadora Movieplay
lançou o CD Show da Vida.
No dia 17 de julho de 2001, Lançou-se na
Casa de Espetáculo Olympia em São Paulo, o Show "Arraial Tinoco do
Brasil", que consiste em um espetáculo que se passa dentro de uma Festa
Caipira, com direito a quadrilha, casamento, música country/caipira,
dentro de um cenário original e a participação do violeiro Rodrigo
Mattos. O espetáculo contou com a participação de novos talentos, como
foi o caso da Dupla Luiz Ricardo e Perceu, que hoje fazem parte da
caravana dos Shows de Tinoco e Tinoquinho que percorrem todo o Brasil.

Museu em São Manoel S. Paulo em homenagem a Tonico e tinoco
Juntamente com o Jornalista Gildo
Sanches, de São Manuel, Tinoco prepara-se para lançar um livro com sua
biografia, até chegarmos aos dias de hoje . Nome do livro que será
lançado pela Editora Perez: "Tinoco, um Herói do Sertão", que conta com
comentários do Prefeito Municipal de Pratânia Roque Jonner (cidade natal
de Tinoco), e tem o prefácio escrito pelo Presidente do Tribunal do
Trabalho, Ministro Almir Pazzianotto Pinto. (Obs: lançado em 2004)
TONICO E TINOCO
ARQUIVO DE DOCUMENTOS DE TONICO E TINOCO
Complementando esta bela biografia da nossa querida dupla, colocamos a seguir, alguns documentos
importantes de suas vidas. Eles nos foram enviados pelo grande amigo
Ramiro Viola, da dupla sertaneja Ramiro Viola e Pardini, de Botucatu,
que foram muito amigos de Tonico e principalmente do Tinoco, tendo um
contato muito grande com ele, até o fim de sua vida.
Certidão de casamento dos pais da dupla de cantadores.

Certidão de nascimento do Tonico. Este documento vem fazer uma correção
importante, quanto à data exata de seu nascimento. Ela sempre foi
divulgado, inclusive por nós , como sendo 02/03/1917, quando na verdade
ele nasceu em 06 de abril de 1917, conforme certidão anexa.
Certidão de nascimento do Tinoco, com data correta.

Certidão de casamento do Tinoco.

Certidão de Nascimento do Tinoco

catuCertidão de Batismo do Tinoco ocorrido em Botuv4


Tião Carreiro

José Dias Nunes, conhecido como Tião
Carreiro (Montes Claros, em 13 de dezembro de 1934. Transferiu-se para
São Paulo, em 15 de outubro de 1956), foi um cantor brasileiro de música
sertaneja de raiz e muitas duplas são influenciadas por sua música.
Criado numa fazenda nos arredores de Araçatuba, Interior do estado de
São Paulo, começou a tocar violão ainda pequeno, com 8 anos de idade,
quando também já cuidava do arado e dos afazeres na roça.
Aprendeu a tocar Viola na adolescência, praticamente sozinho, sem nunca
ter tido um professor. Isto porque em 1950, com apenas 13 anos, Tião
Carreiro trabalhava no Circo Giglio, onde já cantava em dupla com seu
primo Waldomiro da dupla Palmeirinha & Coqueirinho. O dono do circo
dizia que "dupla de violeiros tinha que tocar viola" enquanto que na
época, Tião tocava violão.

Tião Carreiro e Pardinho - Reis e criadores do Pagode no Brasil
No mesmo ano, o mesmo circo apresentava
em Araçatuba a dupla Tonico & Tinoco. E enquanto os irmãos estavam
no hotel, Tinoco havia deixado sua viola no circo e Tião aproveitou para
"decorar a afinação escondido".
Tião Carreiro cantou em diversas duplas, tendo adotado diferentes nomes
artísticos, tais como Zezinho (com Lenço Verde), Palmeirinha (com
Coqueirinho) e Zé Mineiro (com Tietezinho). Lenço Verde e Coqueirinho
eram pseudônimos do mesmo parceiro, o Waldomiro, que era primo de Tião
Carreiro. Suas parcerias mais famosas foram com Antônio Henrique de Lima
(o Pardinho) e Adauto Ezequiel (o Carreirinho).

Pardinho
Alcançou sucesso ao formar dupla com
Pardinho, e foi o inventor do pagode sertanejo, não se confunda
com o pagode do samba, mas hoje em dia, esse termo é pouco utilizado.
Dentre os maiores sucessos de Tião Carreiro temos: Pagode em Brasília,
que foi o primeiro pagode, criado juntamente com Lourival dos Santos, em
1959, Boi Soberano, Filhinho de Papai, Amargurado, Saudade, Arapô,
Cochilou Cachimbo Cai entre outros. A discografia de Tião Carreiro
soma mais de 45 discos, tonando-se hoje em dia considerada "Cult" pelos
admiradores de Música Sertaneja, é encontrada facilmente em qualquer
loja de discos do Brasil.
Tião ficou doente ainda no auge de sua carreira, com diabetes. Veio a falecer no dia 15 de outubro de 1993 em São Paulo.

Filha Alex e a Viuva dona Nair, do saudoso Tião Carreiro
Em 1954, Tião Carreiro conheceu Pardinho no Circo Rapa/Rapa, em Pirajuí, quando Tião ainda tinha o pseudônimo de Zé Mineiro. Lá, eles cantaram pela primeira vez. Em 1956, resolveram tentar a sorte em São Paulo, onde conheceram o prestigiado compositor sertanejo Teddy Vieira que, ouvindo a dupla, batizou José Dias Nunes de Tião Carreiro. Em novembro de
1956, gravaram o primeiro disco juntos com destaque para as músicas
"Cavaleiro do Bom Jesus" (de João Alves, Nhô Silva e Teddy Vieira) e
"Boiadeiro Punho de Aço" (de Teddy Vieira e Pereira).

Pardinho - Xororó - Tião Carreiro - Tonico e Tinoco - Chitãozinho - Cesar
A dupla Tião Carreiro e Pardinho é tida
como uma das principais da música sertaneja de raiz e inventores do
pagode, considerados artistas de primeira linha no gênero. Encenaram
também duas peças teatrais, "O Mineiro e o Italiano", um melodrama
baseado na música, e "Pai João", o drama de um velho carreiro, e
gravaram o filme Sertão em Festa, ambos com grande sucesso. Tião Carreiro e Pardinho chegaram a gravar quase 30 LPs, todos remasterizados em CDs, que continuam em catálogo.
Outras informações sobre Tião Carreiro

Como já mencionamos anteriormente, José
Dias Nunes começou cantando com o nome de Zezinho em parceria com Lenço
Verde. A dupla não fez muito sucesso e ele trocou o nome para Palmeira e
passou a fazer dupla com Coqueirinho. Posteriormente, passou a
chamar-se Zé Mineiro e formou dupla com Tietezinho. Já Antônio Henrique
de Lima iniciou fazendo dupla com Miranda e posteriormente com Zé
Carreiro. A dupla Tião Carreiro e Pardinho formou-se em 1954. A dupla se
apresentou em circos e praças públicas. Venceram o torneio de violeiros
patrocinado pela Rádio Tupi de São Paulo em 1956 com o cururu
"Canoeiro", de Zé Carreiro. A apresentação chamou a atenção de Teddy
Vieira, compositor e então da Colúmbia, que os convidou para gravarem um
disco. Foi Teddy Vieira quem criou os nomes da dupla, mudando o nome de
Carreirinho para Pardinho e o de Tião Mineiro para Tião Carreiro. Tião
Carreiro substitui o famoso Zé Carreiro, da dupla Zé Carreiro e
Carreirinho.
Família de Tião Carreiro fica indignada com destino de viola
Alexandre Souza - 18/8/20

Viola estava ontem encostada a parede no Centro Ferroviário
Matéria publicada na Folha da Região
MONIQUE BUENO
Terça-Feira - 19/08/2008 - 03h01
A notícia de
que uma viola de grandes dimensões, construída em homenagem ao cantor
Tião Carreiro, estava no chão, em meio a fezes de pombos, no Centro
Cultural Ferroviário de Araçatuba, causou indignação nos familiares do
violeiro, que moram em São Paulo. A viúva do cantor, Nair Avanço Dias,
73, e a filha Alex Marli Dias, 52, ficaram abaladas com o destino do
instrumento. Ontem, a viola permanecia no local, encostada em uma
parede. 'Muitos fãs do meu pai nos ligaram inconformados', disse Alex
Marli. 'Fiquei triste, pois além de menosprezarem a viola, instrumento
pelo qual meu pai era apaixonado, acabaram depreciando a imagem dele.'
A viola foi construída por João Espósito Neto, o João Viola, de Maringá
(PR), conhecido como 'Gepeto dos instrumentos'. Tem 5,15 metros de
altura e 1,61 de largura, segundo João da Viola. Foi feita com cedro,
virola e caxeta. 'As cordas foram importadas da Alemanha', afirma.
João Viola idealizou o instrumento para homenagear o cantor Tião e decidiu doá-lo à Secretaria de Cultura e
Turismo de Araçatuba. 'Eu ia até doar para o Museu Tião Carreiro a
menor viola do mundo e um cavaco gigante, mas agora estou chateado e não
vou mais fazer isso. Não importa onde ela fique exposta, o que importa é
o cuidado', diz o criador. O Museu Tião Carreiro, em Araçatuba, foi
anunciado, mas depende de reformas e ampliação do acervo para
inauguração.
A filha do cantor, morto em 1993, afirmou que não foi contatada pelo
município quanto à conclusão da reforma do museu e local para exposição
do instrumento. 'A viola deve ser enrolada em cobertor ou outro tecido
para evitar a ação do tempo enquanto
a reforma do museu continua. Ficamos tristes porque meu pai teve uma
grande parte de sua história em Araçatuba. A gente gostaria que a viola
ocupasse um lugar de destaque', afirmou. 'Se o suporte que encosta a
viola quebrou, há serralheiros na cidade que fazem o conserto. O que não
pode é ficar em qualquer canto', emendou a viúva.
Ela diz ainda que está muito chateada com a Prefeitura e com os
vereadores da cidade, pois na entrega do instrumento, muitas solenidades
foram realizadas e agora desprezam a homenagem. 'Não tem viola como
essa no Brasil para ficar abandonada', reclamou.
Na reunião do Conselho Municipal de Cultura ontem, a conservação do
acervo histórico foi tema de destaque. 'A notícia nos atentou sobre a
preservação do patrimônio cultural; a viola deveria estar pelo menos bem
acondicionada', disse a presidente do conselho, Eliete Godoy de
Almeida, 43. Ela pretende discutir com a Secretaria de Cultura a reforma
dos prédios destinados à conservação desse patrimônio.

Viola de Tião Carreiro que encantou o Brasil
SEM ESPAÇO - A vereadora Marly Garcia
(PMN) se disse chateada com a situação e admitiu que faltou um cuidado
maior com a viola. Quando o instrumento foi doado à cidade, em 2003,
Marly era diretora de Cultura de Araçatuba. 'Assim que a recebi,
colocamos em uma sala de vidro, na secretaria', disse. A vereadora
afirma que a viola não será exposta no Museu Tião Carreiro por falta de
espaço. 'Ela será atrativo do teatro Castro Alves, que também está em
reforma', diz.
O secretário da Cultura e Turismo de Araçatuba, Alexandre Sonego, diz
que o local onde se encontra a viola no momento foi limpo e o suporte já
foi consertado. 'A viola não ficou abandonada, ela só estava mal
acomodada, mas agora já está levantada. Entre segunda e terça, ela irá
para o prédio da Prefeitura, onde ficará exposta até acabar a reforma do
teatro Castro Alves', afirmou. De acordo com ele, a sala de vidro
também passa por reformas.
Veja publicação abaixo uma das
composições gravadas pela dupla Tião Carreiro e Pardinho, ao longo de
sua carreira. Reconhecidamente, dentre inúmeros sucessos um dos maiores
já lançados até hoje.
Pagode em Brasília
Tião Carreiro e Pardinho
Compositor: Lourival dos Santos / Teddy Vieira
Quem tem mulher que namora
Quem tem burro empacador
Quem tem a roça no mato me chame
Que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora
E o burro empacador eu corto ele de espora
E a mulher namoradeira eu passo o coro e mando embora
Tem prisioneiro inocente no fundo de uma prisão
Tem muita sogra increnqueira e tem violeiro embruião
Pro prisioneiro inocente eu arranjo advogado
E a sogra increnqueira eu dou de laço dobrado
E os violeiro embruião com meus versos estão quebrado
Bahia deu Rui Barbosa
Rio grande deu Getúlio
Em minas deu Juscelino
De São Paulo eu me orgulho
Baiano não nasce burro e gaucho é o rei das cochilhas
Paulista ninguém contesta é um brasileiro que brilha
Quero ver cabra de peito pra fazer outra Brasília
No estado de Goiás meu pagode está mandando
No bazar do Vardomiro em Brasília é o soberano
No repique da viola balancei o chão goiano
Vou fazer a retirada e despedir dos paulistano
Adeus que eu já vou me embora que Goiás tá me chamando
No mesmo ano, gravaram seu primeiro disco
pela Colúmbia. Era um 78 rpm com as músicas "Urutu cruzeiro" e
"Resposta de bombardeio". Ainda em 1956, começaram a trabalhar na Rádio
Tupi de São Paulo onde permaneceram por seis anos. O primeiro grande
sucesso da dupla foi "Cavaleiro do Bom Jesus", de João Alves, Nhô Silva e
Teddy Vieira. Gravaram, também, "Facão do Cristiano", de Dito Mineiro e
Zé Carreiro, e "Boiadeiro feliz", de Zé Carreiro e Pardinho. Tião
Carreiro é considerado juntamente com Lourival dos Santos o criador do
pagode sertanejo, um estilo especial de tocar, dedilhando a viola de 10
cordas, assim como um jeito especial no versejar. O pagode foi lançado
em 1959, com a música "Pagode de Brasília", composição de Lourival dos
Santos e Teddy Vieira. Gravaram 15 discos de 78 rpm. " Rei do gado",
"Boiadeiro punho aço", "Hoje eu não posso ir" e "Terra roxa", foram
alguns de seus sucessos. O maior sucesso avulso foi "Rio de lágrimas",
também conhecida como "Rio de lágrimas", de Lourival dos Santos, Tião
Carreiro e Piraci, lançada no LP "A força do perdão". O LP de maior
vendagem foi "Levanta patrão".

Tião Carreiro e Praiano
Em 1968, gravaram o LP "Em tempo de
avanço", pela Chantecler, onde se destaca a música "A beleza do
ponteio", biografia de Tião Carreiro de autoria de Capitão Furtado com
música de Tião Carreiro. Em 1970, foram os principais intérpretes do
filme "Sertão em festa", de Oswaldo de Oliveira, que ficou 32 semanas em
cartaz no Cine Art Palácio em São Paulo. Naquele filme, Tião Carreiro e
Pardinho interpretaram "Caboclinha malvada", de Serrinha, "Em tempo de
avanço", de Lourival dos Santos e Tião Carreiro, "Gerimu", de Arlindo
Pinto, "Mestre Carreiro", de Raul Torres, "Oi vida minha", moda de pião,
de Cornélio Pires, e "Pagode", de Tião Carreiro e Carreirinho. A dupla
separou-se por seis vezes. Uma delas em 1978, iniciando o maior período
de afastamento, que terminou quando a dupla se reuniu em 1982, para
gravar um novo LP. Gravaram mais de 55 discos com cerca de 700 músicas.
Trabalharam nas Rádios Nacional, Record e Globo. Em 1976, o compositor e
produtor caipira, Nonô Basílio, colocava a dupla como campeã de vendas à
frente de Leo Canhoto e Robertinho, e com todos os discos em catálogo.
No início dos anos 90, a dupla ainda fazia de três a quatro shows por
semana nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo. Em
1991, a dupla separou-se definitivamente, com Tião Carreiro passando a
formar dupla com Praianinho e Carreirinho indo cantar com João Mulato.
Tião Carreiro faleceu em 1993, sem conseguir gravar nenhuma música de
Luiz Gonzaga, conforme pretendia. Em 1996, ele foi homenageado no CD
"Tião Carreiro e seus amigos", lançado pela Continental, em que suas
músicas foram cantadas por artistas como Sérgio Reis, Zezé Di Camargo e
Luciano, Irmãs Galvão, Almir Sater e Chitãozinho e Xororó.
Título de Cidadania honorária

Tião Carreiro e Pardinho dando entrevista em rádio local, no dia que receberam Título de Cidadania Honorária de Ituiutaba
Tião Carreiro e Pardinho receberam em
vida, uma das mais importantes homenagens de suas carreiras gloriosas,
através da Câmara Municipal de Ituiutaba, por iniciativa do vereador,
programador e apresentador sertanejo (Programa Tarde Noite Cabocla),
Hairton Dias (1989), em reconhecimento pela composição feita e gravada
por eles: “Saudade de Ituiutaba”, onde divulgava a cidade, uma das mais
progressistas do Triângulo e de Minas Gerais, nos quatro cantos do país.
No dia da outorga aproximadamente dez mil pessoas compareceram a Praça
Cônego Ângelo (Praça da Prefeitura da cidade), aonde se localiza o
prédio daquela edilidade, lotando as suas dependências, para
assistir e ouvirem Tião Carreiro e Pardinho, não só cantar, mas
discursarem também. Veja letra abaixo em homenagem a Ituiutaba.
Saudade de Ituiutuba
Tião Carreiro e Pardinho
As dores que já senti só uma que não acaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
Quem conhece Ituiutaba não esquece nunca mais
É onde se vê progresso e as belezas naturais
É uma terra abençoada coberta de amor e paz
Seu povo é uma família, é um diamante que brilha
No chão de Minas Gerais
As dores que já senti só uma que não acaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
Quando vou à Ituiutaba vou cantando triunfante
Quando chego vejo a vida mais bonita e fascinante
Na despedida eu choro porque vou ficar distante
Espero um dia na vida nesta terra tão querida
Também ser um habitante
As dores que já senti só uma que não acaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
Álbuns (LPs), mais tarde remasterizado em CDs.
· 1961 - Rei do Gado
· 1963 - Casinha da Serra
· 1964 - Linha de Frente
· 1964 - Repertório de Ouro
· 1965 - Os Reis do Pagode
· 1966 - Boi Soberano
· 1967 - Pagode na Praça
· 1967 - Os Grandes Sucessos de Tião Carreiro & Pardinho
· 1967 - Rancho dos Ipês
· 1968 - Encantos da Natureza
· 1968 - Tião Carreiro & Pardinho e Seus Grandes Sucessos
· 1969 - Em Tempo de Avanço
· 1970 - Sertão em Festa
· 1970 - Show
· 1970 - A Força do Perdão
· 1971 - Abrindo Caminho
· 1972 - Hoje Eu Não Posso Ir
· 1973 - Sucessos de Tião Carreiro & Pardinho
· 1973 - Viola Cabocla
· 1973 - A Caminho do Sol
· 1974 - Modas de Viola Classe "A"
· 1974 - Esquina da Saudade
· 1974 - Tangos em Dueto
· 1975 - Modas de Viola Classe "A" - Volume 2
· 1975 - Duelo de Amor
· 1976 - Rio de Pranto
· 1976 - Os Grandes Sucessos de Tião Carreiro & Pardinho - Volume 2
· 1976 - É Isto que o Povo Quer
· 1977 - Pagodes
· 1977 - Rancho do Vale
· 1978 - Terra Roxa
· 1979 - Disco de Ouro
· 1979 - Golpe de Mestre
· 1979 - Pagodes - Volume 2
· 1979 - Tião Carreiro em Solo de Viola Caipira
· 1981 - Modas de Viola Classe "A" - Volume 3
· 1982 - Navalha na Carne
· 1983 - No Som da Viola
· 1984 - Modas de Viola Classe "A" - Volume 4
· 1985 - Felicidade
· 1986 - Estrela de Ouro
· 1988 - A Majestade "O Pagode"
· 1994 - Som da Terra
· 1994 - Som da Terra - Volume 2 - Pagodes
· 1994 - Som da Terra - Volume 3 - Modas de Viola
· 1996 - Saudades de Tião Carreiro - Diversas Duplas
· 1998 - Sucessos de Ouro de Tião Carreiro & Pardinho - As Românticas
· 1999 - Popularidade
· 2001 - Warner 25 anos
· 2003 - Os Gigantes
· 2006 - Warner 30 anos
Observação: como já foi dito, em 1978,
Houve o anúncio do fim da dupla, na época, Tião Carreiro formou dupla
com o cantor e compositor Paraíso e lançaram 3 LPS, Sendo um ( 1978)
pela Gravadora Continental e outros dois ( ambos em 1980) pela Gravadora
Chantecler. Já Pardinho, formou a dupla Pardinho & Pardal, lançando
5 LPS (1 em 1978,1 em 1979, e 2 em 1980 e o último em 1981), depois fez
dupla com Praiano, mas durou pouco tempo. tendo gravado apenas um LP.
Tião Carreiro deixa seu nome registrado
nas páginas douradas e da eternidade, da musica sertaneja do Brasil,
tendo sido ao longo de sua carreira um dos mais importantes e
consagrados interpretes, compositor, arranjador, produtor, ator e
músico, sendo considerado o maior tocador de viola caipira do Brasil.
Até hoje influência muitos violeiros em início de carreira. A ele nossa
eterna saudade.

Goiá

Goiá bem moço em Coromandel/MG
Gérson Coutinho da Silva, mais conhecido
como Goiá, Nasceu em 11 de Janeiro de 1935, em Coromandel, MG, na Rua
Raul Soares. Desde pequeno Goiá gostava de "falar versos" (recitar
trovas), e como sempre recebia em troca um "cachê" (doce, queijo,
requeijão, etc.). Ele ganhou do pai uma gaita de boca, que foi sua
companheira por muitos anos, até que a trocou por um cavaquinho, mas,
sua maior alegria foi quando ganhou um violão.
 
ILIACA GOIÁ - PARENTE DO COMPOSITOR GOIÁ
Começou a cantar e fez dupla com vários
parceiros, dentre eles, Anterino Coutinho, seu irmão Nelson, Geraldo
Telles (Geraldinho do Vigilato) e seu irmão José (Zé do Vigilato). Goiá
começou a estudar música com José Ferreira, e, após passar uma
temporada em Lagamar, em casa de sua irmã Maria e do cunhado "Fulô". Em
companhia de Miguelinho mudou-se para Patos de Minas, onde cantou
por alguns meses, no programa do "Compadre Formiga", seu amigo
Padre Tomaz Oliveira. Mas ele não suportava passar mais que dois meses
fora de Coromandel! Saía e voltava, voltava e saía... Em 1953 ele
foi para Goiânia, onde ficou por dois anos, aprendendo muito, em todos
os sentidos! Lá formou o "Trio da Amizade", (o primeiro nome artístico
foi "Rouxinol"). Com programas diários na inesquecível Rádio Brasil
Central.

Goiá compondo
O Trio da Amizade foi o primeiro do
Estado a gravar discos em São Paulo (2 discos 78 RPM na antiga
Columbia, atual CBS). Foi por causa de Goiás que ele acabou com o
apelido de Goiá. Em 1955 ele foi para São Paulo. E foi na capital
paulista que fez amizade com Belmonte. Os dois não gravaram juntos, mas
compuseram Saudade de Minha Terra, que se tornaria o Hino Nacional
Sertanejo do Brasil!
Em São Paulo Goiá gravou alguns discos
com o "Trio Mineiro" e após uma temporada na Rádio Nacional, nos
programas do amigo "Nhô Zé", transferiu-se para a Rádio Bandeirantes,
onde foi contratado como apresentador de programas. Na Rádio
Bandeirantes Goiá teve suas composições gravadas por quase todas as
grandes duplas da época, como Pedro Bento e Zé da Estrada, Liu e Léo, as
Irmãs Galvão, Zilo e Zalo, Caçula e Marinheiro, Tibagi e Miltinho,
Souza e Monteiro, Primas Miranda, Milionário e José Rico, Chitãozinho e
Xororó, Belmonte e Amaraí, Sergio Reis, Clayton Aguiar e João Renes e
Reni.

Amigo de Goiá
A partir da década
de 60, Goiá largou o microfone e passou a viver apenas como compositor.
Um dia, para a alegria do povo de Coromandel, a dupla, Goiá e Biá, grava
o seu primeiro LP, com todas as composições de Goiá, e muitas falando
de Coromandel e Estado de Goiás, sendo que nesta época o seu parceiro e
"cunhado" era bem conhecido na música sertaneja, através da dupla
"Palmeira e Biá", assim concretizando de vez os seus sonhos acalentados
no âmago de sua alma. Mas sentindo certas dificuldades ao cantar em
dupla, não com relação a Biá, que sempre foi o seu
"parceiro-amigo-irmão", como ele mesmo dizia, separou-se de Biá para
gravar individualmente o seu primeiro LP em duas vozes, sendo um dosigo de Goiá primeiros no Brasil a gravar neste estilo.
Nos últimos anos de sua vida, Goiá já
escrevia para o estilo sertanejo moderno e já era gravado por
Chitãozinho e Xororó, João Mineiro e Marciano, Cesar e Paulinho,
Milionário e José Rico, Duduca e Dalvan, Chico Rey e Paraná e muitos
outros.
Goiá compôs inúmeras músicas, uma delas
virou trilha sonora do filme "A Vingança de Chico Mineiro", embora, ao
que conste, ele pouquíssimo recebeu por um trabalho de tão boa
qualidade.
Curiosidade da vida de Goiá

Radialista e jornalista Hairton Dias visitando a estátua
de Goiá no centro de Coromandel
Apesar de gostar muito de Coromandel-MG,
sua cidade natal no Triângulo Mineiro, fora da qual não suportava passar
mais que dois meses, Goiá tinha um carinho todo especial pelo Estado de
Goiás, principalmente por sua capital Goiânia, onde fez grandes
amizades.
Radialista e jornalista HD ao lado da estátua deGoiá no centro de Coromandel
E em 1955, um novo rumo: a Capital
Paulista, para onde partiu com lágrimas nos olhos, mas Goiá estava
ciente da importância dessa grande Metrópole para o desenvolvimento de
sua carreira artística.

Belmonte e Amarai, a primeira dupla a gravar "Saudade da minha terra", sucesso imortal de Goiá
Saudades da Minha Terra
De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus, paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão quero voltar
Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada começa a cantar
Com satisfação arreio o burrão
Cortando o estradão saio a galopar
E vou escutando o gado berrando
Sabiá cantando no jequitibá
Por nossa senhora, meu sertão querido
Vivo arrependido por ter te deixado
Esta nova vida aqui na cidade
De tanta saudade, eu tenho chorado
Aqui tem alguém, diz que me quer bem
Mas não me convém, eu tenho pensado
Eu fico com pena, mas essa morena
Não sabe o sistema que eu fui criado
Tô aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando com o rádio ligado
Que saudade imensa do campo e do mato
Do manso regato que corta as campinas
Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas
Que doce lembrança daquelas festanças
Onde tinham danças e lindas meninas
Eu vivo hoje em dia sem ter alegria
O mundo judia, mas também ensina
Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas
Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida, que me viu nascer
Já ouço sonhando o galo cantando
O inhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando a estrada
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer
Uma consideração interessante sobre seu
grande sucesso “Saudade da Minha Terra": corria o mês de Novembro de
1955. Goiá escreveu a música logo que se transferiu de Goiânia para São
Paulo. Com saudade de Coromandel-MG, sua terra natal, vagava pelas ruas
dessa grande metrópole, na Praça da Sé, recordando seus tempos de
infância, as poéticas madrugadas, o cantar da passarada. Alguns anos
mais tarde, quando foi gravada pela primeira vez por Belmonte e Amarai
fez grande sucesso. Goiá ficou surpreso com o grande sucesso alcançado.
Hoje tem mais de quarenta gravações, pelos mais diferentes artistas.
Uma curiosidade, em um trecho da música “Saudade de Minha Terra”,
chama à atenção de alguém que a ouve: “tem alguém chorando com o rádio
ligado”. Segundo o próprio Goiá, quem chorava com o rádio ligado era a
sua mãe, morrendo de saudade dele.
Por volta do ano de 1.971, começa um
tempo negro em sua vida; Goiá passou a ser portador de diabetes, e como
ele mesmo dizia, abusava muito de sua saúde, não se alimentando
corretamente, passando longos períodos de viagens e cantorias, ficando
até três anos sem fazer um exame de sangue sequer. E foi em dezembro do
ano de 1.979, nos exames realizados em Uberlândia ficou comprovado: além
do açúcar no sangue, Goiá tinha "Cirrose Hepática", já bem acentuada, e
"Ascite", água no Peritônio.

Goiá já muito doente
De volta a São Paulo, começou a
corrida aos hospitais na tentativa de estacionar a cirrose, e com isso
ele perdia peso assustadoramente. Foi quando em novembro de 1.980, já
vivendo praticamente só de cama, transferiu-se para Uberaba, ficando
mais perto de Coromandel, podendo ser visitado frequentemente pelos seus
conterrâneos, trazendo para si, forças para continuar, mesmo acamado, a
escrever suas canções.
Goiá recebendo homenagem no leitor de dor
E no dia 20 de Janeiro de 1.981, às 8 da
manhã, morreu em Uberaba, Minas Gerais, Gerson Coutinho da Silva, o
Goiá, aos 46 anos de idade. Seu corpo foi levado para Coromandel onde
era esperado por uma multidão de pessoas, exatamente na placa de 5 Km,
onde outrora foi sempre esperado pelo seu povo.
Goiá deixa uma grande lacuna na música sertaneja clássica, e para seus fã e adimiradores uma eterna saudade.


Memorial a Goía no centro de Coromandel sua terra natal

Inezita Barroso
“A dama da música Sertaneja”

Apresentado o progrma Viola, Minha Viola TV Cultura
Inezita Barroso, nome artístico Ignez Magdalena Aranha de Lima - São Paulo capital, nasceu em 4 de março de 1925. Foi cantora, atriz, instrumentista, bibliotecária, folclorista, professora, apresentadora de rádio e televisão brasileira.
Ganhou o título de doutora honoris causa em folclore e arte digital pela Universidade de Lisboa e atuou também em espetáculos, álbuns, cinema, teatro e produzindo espetáculos musicais de renome nacional e internacional. Adotou o sobrenome Barroso ao se casar, em 1947, aos 22 anos, com o advogado cearense Adolfo Cabral Barroso.
Inezita, ou Inês Madalena Aranha de Lima,
começou a cantar e estudar violão aos sete anos. Aos 11 iniciou seu
aprendizado de piano. Estreou profissionalmente em 1950, na Rádio
Bandeirante.

Inezita bem jovem
Mais precisamente em 1953 gravou na RCA Victor, "Canto do Mar" e "Marvada Pinga", entre outras.
A partir de 1954 passou a apresentar-se
na TV Record, em programas folclóricos, tema ao qual se dedicou
definitivamente e que a consagraria. Em 1955 atuou no filme "Carnaval em
Lá Maior" e lançou o seu primeiro LP, "Inezita Barroso", pela
Copacabana, que incluía "Banzo", "Funeral dum Rei Nagô" e "Viola
Quebrada".
O sucesso não parou mais. Lançou: "Canta
Inezita", "Coisas do Meu Brasil", "Lá Vem o Brasil", "Vamos Falar de
Brasil" e "Inezita". Em 1956 publicou seu livro "Roteiro de um violão".
Nos anos 60, lançou "Eu Me Agarro na
Viola", "Inezita Barroso" e "O Melhor de Inezita", com Lampião de Gás e
Moda da Pinga. Depois foi a vez de "Clássicos da Música Caipira"(volume
1), com as canções Chico Mineiro e Pingo-d'agua.

Inezita aos 30 anos de idade
Para representar o Brasil na Expo 70, no
Japão, Inezita produziu um documentário. Em 1972 saiu o volume 2 de
"Clássicos da Música Caipira", com Rio de Lágrimas. Em 1975 "Inezita em
Todos os Cantos" trazia Negrinho do pastoreio e Asa Branca.
Inezita realizou programas especiais para
diversos países. Na década de 80, gravou o LP "Joias da Música
Sertaneja" e "Inezita Barroso, a Incomparável".
Desde os anos 80 ela comanda o programa
"Viola, Minha Viola", na TV Cultura de São Paulo. E desde 1990 faz a
apresentação e a direção musical e folclórica do programa "Estrela da
Manhã", da Rádio Cultura AM, de São Paulo.

Inezita e o cantor Daniel
Professora de folclore, com mais de 70
discos gravados, produziu documentários e programas de televisão,
viajando por todo o mundo com seu repertório folclórico, ou "de raiz",
como prefere chamá-lo, para realçar o caráter original, as raízes da
musicalidade popular brasileira.
Inezita Barroso, 89, repassa sua carreira em nova biografia

GIULIANA DE TOLEDO
FOLHA DE SÃO PAULO
Perto de completar 90 anos, em março de
2015, Inezita Barroso diz que "ficou tarde para pensar em
aposentadoria". "Vou trabalhar até o fim. Parar de cantar e de trabalhar
não está nos meus planos", diz ela à Folha.
A cantora e apresentadora está há 35 anos
à frente do programa "Viola, Minha Viola", da Cultura. Antes de
comandar a atração dedicada à música caipira, porém, Inezita percorreu
muita estrada. Literalmente.

Uma das passagens mais saborosas da
biografia "Inezita Barroso - Rainha da Música Caipira", recém lançada
pelo jornalista Carlos Eduardo Oliveira, conta justamente as jornadas da
paulistana pelos rincões do Brasil na década de 1950, dirigindo ela
mesma um jipe.

De família quatrocentona, proprietária de
fazendas, Inezita já havia enfrentado os parentes para se tornar
cantora – seria, então, a primeira a gravar o sucesso "Ronda", escrito
por Paulo Vanzolini. Nas viagens de carro, vivenciando de perto os
costumes e a música regional, nascia ali também o seu trabalho como
folclorista.

A rotina de pesquisadora ela faz questão
de manter até hoje. "Muitas vezes as pessoas acham que é só ir até lá e
gravar [o Viola, Minha Viola']. Mas se esquecem que a equipe do programa
e eu escolhemos cada atração. Se ela está lá é porque passou por uma
reunião e uma avaliação interna", diz.
"Escutamos, em média, 20 discos a cada reunião. Ouvimos muita coisa boa, mas muita coisa ruim também."
Voz própria

O livro, que tem prefácio do cantor
sertanejo Daniel, é o primeiro a contar a vida da artista em primeira
pessoa, dividida em capítulos curtos e ilustrada com diversas fotos de
seu arquivo pessoal.
"É um livro de fã, um pequeno livro
despretensioso, no qual eu preferi dar voz a ela mesma, para que as
pessoas a conheçam melhor", explica Oliveira, 47, editor na revista de
gastronomia "Gula". As entrevistas que resultaram no livro começaram há
cerca de quatro anos.

"Acho
que ficou uma obra engraçada, porque a vida da Inezita é curiosa",
avalia ele, que destaca, entre as histórias menos conhecidas dela, o
fato de ter montado um restaurante na avenida Santo Amaro, em São Paulo,
nos anos 1970. O negócio, mantido em paralelo com a música, durou
pouco, por falta de tempo para administrá-lo.
Oliveira, que se define como "roqueiro
nato", diz ter aprendido a gostar de moda de viola por causa dos
programas de Inezita na TV, assistidos na juventude nos sábados à noite,
antes de ir para a balada. "Inezita foi o primeiro pilar feminino na
MPB", defende o autor.
Aos 90 anos, morre a cantora caipira Inezita Barroso Ela estava internada no hospital Sírio-Libanês desde o dia 19 de fevereiro

Presença do Governador de São Paulo Geraldo Alkimin no velória de Inezita
Uma das vozes femininas mais famosas da
música sertaneja, Inezita Barroso morreu na noite deste domingo, ao 90
anos. A informação é do site da TV Cultura, onde a cantora comandava
desde os anos 1980 o programa Viola, Minha Viola. Inezita Barroso
deixa uma filha, Marta Barroso, três netas e cinco bisnetos.
A cantora e apresentadora estava de
férias com a família quando ficou com febre e foi socorrida pela família
no dia 19 de fevereiro. Ela havia completado 90 anos na quarta-feira
passada. Antes desta internação, Inezita havia sofrido uma queda na casa
da filha no interior de São Paulo e foi hospitalizada com dores na
coluna, mas nenhum trauma foi detectado na época e ela foi liberada.
Com mais de 60 anos de carreira, a cantora também foi atriz. No cinema,
atuou em filmes como O preço da vitória e Mulher de
verdade com o qual conquistou os prêmios Saci de melhor
atriz em 1955 e Governador do Estado, na mesma categoria e ano.
Confira a biografia de Inezita, do site da TV Cultura:
Ignez Magdalena Aranha de Lima, nome de
batismo de Inezita Barroso, nasceu em 4 de março de 1925, no bairro da
Barra Funda, em São Paulo. Filha de família tradicional paulistana,
passou a infância cercada por influências musicais diversas, mas foi na
fazenda da família, no interior paulista, que desenvolveu seu amor pela
música caipira e pelas tradições populares. Formada em Biblioteconomia
na USP (Universidade de São Paulo), Inezita foi uma grande pesquisadora
da música caipira brasileira. Por conta própria, percorreu o interior do
Brasil resgatando histórias e canções. Reconhecida por este trabalho,
foi convidada a dar aulas sobre folclore em uma universidade paulista.
Pelo seu trabalho como folclorista, e por ser uma enciclopédia viva da
música caipira e do folclore nacional, recebeu o título de doutora
Honoris Causa em Folclore pela Universidade de Lisboa.
O nome artístico foi criado aos 25 anos, quando ela juntou seu apelido de infância, Inezita, ao sobrenome do marido, Barroso.
A artista Inezita Barroso era cantora, instrumentista, folclorista,
atriz e professora. Começou a cantar e estudar violão aos sete anos.
Depois, começou com viola e piano. Tomou gosto pelo universo rural já
nos primeiros anos de sua vida e na adolescência realizou recitais e
shows. Sua primeira gravação em disco foi realizada no ano de 1951 pela
gravadora Sínter. A partir daí, Inezita gravou cerca de 100 discos.
O primeiro DVD musical da dama da música de raiz, Inezita Barroso –
Cabocla Eu Sou, foi lançado em dezembro de 2013 e sintetiza os mais de
60 anos de carreira da cantora.
É uma das cantoras mais premiadas do Brasil, sendo detentora de mais de
200 prêmios, entre eles o Prêmio Sharp de Música na categoria Melhor
Cantora Regional, o Grande Prêmio do Júri do Prêmio Movimento de Música,
em homenagem aos 47 anos de carreira, e o Prêmio Roquette Pinto como
Melhor Cantora de Rádio da Música Popular Brasileira. Sua longa carreira
foi coroada com o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de
Críticos de Arte (APCA), em 2010, e com a escolha de seu nome para
ocupar uma das cadeiras da Academia Paulista de Letras, em 2014. Inezita
seria empossada oficialmente em meados de março deste ano.
Em 2009, Inezita recebeu do governo do Estado de São Paulo o título
vitalício de Grande Oficial pelo compromisso com as raízes culturais do
país e pela contribuição significativa para o entretenimento dos
brasileiros.
Na tevê, sua carreira começou junto com a TV Record, onde foi à
primeira cantora contratada. Depois, passou pela extinta TV Tupi e
outras emissoras, até chegar à TV Cultura para comandar o Viola,
Minha Viola.
Na rádio, Inezita esteve à frente de microfones da Record, USP e Rádio
Cultura AM, onde apresentou, por 10 anos, o programa diário Estrela da
Manhã.
O começo de tudo
O mais antigo programa de música da TV brasileira no ar, O Viola, Minha
Viola estreou no dia 25 de maio de 1980, com apresentação de Moraes
Sarmento (1922-1998) e Nonô Basílio (1922-1997), nos estúdios da TV
Cultura, na Barra Funda. A partir da terceira edição, em junho, Inezita
Barroso passou a participar da atração como convidada fixa e logo já
conquistou a simpatia do público. Meses depois, em agosto, Nonô deixou o
programa e Moraes ganhou como parceira a mulher que, anos mais tarde,
tornar-se-ia a dama da música caipira no País.
Nessa época, a atração também ganhou espaço exclusivo: mudou-se para o
Auditório Franco Zampari, na região da Luz, em São Paulo. Durante algum
tempo, o Viola foi itinerante e viajou por diversas cidades do interior
paulista, voltando, mais tarde, a fixar-se no Zampari.
Inezita Barroso gravou mais de 1500 edições do Viola, Minha Viola,
voltado a modas de viola, música de raiz, lendas e danças folclóricas.
Tendo se tornado um verdadeiro centro da
tradicional música de raiz, ao longo dos anos, o palco do Viola recebeu
os maiores astros do gênero, como Tonico e Tinoco; João Pacífico; As
Galvão; Pedro Bento e Zé da Estrada; Cascatinha e Inhana; Milionário e
José Rico; Tião Carreiro e Pardinho; Almir Sater; Daniel; Chitãozinho
& Xororó; Renato Teixeira: Sergio Reis; entre muitos outros célebres
do cenário musical caipira.
Inezita Barroso, considerada a “Dama da
Música Sertaneja” sempre será lembrada por sua fidelidade as raízes da
música e do folclore brasileiro, ao longo dos 60 anos de carreira. Ela
deixa registrado nas páginas da eternidade do folclore e da música de
raiz, o seu nome.
Dino Franco

Dino Franco – Um dos maiores compositores da música sertaneja
Terceiro dos doze (12) filhos de José
Lázaro Franco e Maria das Dores Ramos Franco. Dino Franco nasceu na
cidade paulista de Osvaldo Franco (Paranapanema), no dia 8 de setembro
de 1936. Enquanto que Mouraí, Luiz Carlos Ribeiro nascido
(Ibirarema, 19 de julho de 1946. Formaram a dupla da música sertaneja do
Brasil “Dino Franco e Mouraí”.
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A dupla foi formada em 1980 e atuou
por mais de 12 anos e lançaram 11 discos. Dino Franco & Mouraí foram
pioneiros na regravação de antigos sucessos da música sertaneja, entre
as quais, "Sertaneja" e "A volta do caboclo". Fizeram diversos shows
pelo Brasil. Fizeram parte de seu repertório entre outras as composições
"Minha mensagem" uma moda ecológica de Dino Franco e Nhô Chico e
"Família do interior". Em seu trabalho sempre procuraram cultivar a
chamada música caipira. Em 1992 lançaram o décimo primeiro disco,
interpretando além das músicas de raiz, guarânias, polcas e boleros.
Destacando-se como maiores sucessos da dupla as músicas "Caboclo na
cidade", "Manto Estrelado" e "Cheiro de relva". Com a morte de Mouraí,
Dino Franco continua carreira solo.
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Osvaldo Franco (Dino Franco) nasceu em 08 de setembro de 1936, na cidade paulista de Paranapanema.
Desde muito cedo se inclinou para a vida artística. Em 1954 já
trabnalhava na Rádio Marconi de Paraguaçu Paulista. Dois anos após, em
1956, estava na Capital e cantou com Tibagi (da dupla com Miltinho).
Nessa época Dino Franco tinha o nome artístico de Pirassununga.
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A parceria com Tibagi foi desfeita.
Dino arruma um novo parceiro e deixa de ser o Pirassununga para se
tornar o Junqueira da nova dupla Juquinha e Junqueira. A união desses
cantadores durou apenas dois anos.
Em 1963 retorna com o antigo nome (Pirassununga) e faz dupla com Piratininga.
Gravam para a CBS e posteriormente para a Continental. Essa dupla
também foi desfeita, só que dessa vez, com a morte de seu novo
companheiro.
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Como sempre, Dino Franco consegue outro parceiro: Belmonte.
Pirassununga e Belmonte gravaram na Chantecler, acompanhados pelo
sanfoneiro Zé Maringá. A parceria com Belmonte também se desfez.
O poeta violeiro não desanimou. Dino Franco começou a viajar com
duplas famosas da época, fazendo parte da companhia teatral, tais como:
Zico e Zéca, Liu e Léu, e Abel e Caim.
O Brasil havia perdido uma de suas maiores estrelas, o Palmeira, da dupla Palmeira e Biá.
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Biá (Sebastião Alves da Cunha)
nascido em Coromandel/MG em 26 de novembro de 1927, se ajusta com Dino
Franco e os dois formam uma nova parceria. Esta união faz sair de cena
novamente o Pirassununga e em seu lugar aparece então o nome Dino Franco
na vida artística. Gravaram juntos 6 LP’s, mas, repetindo o mesmo
caminho das anteriores, essa união, do mesmo modo, também se desfaz.
Dino Franco se volta para a carreira solo. Como tal chegou a gravar um
LP – “ Dino Franco e seus Mariachi”, e tempos depois faz parte de um
trio em que atuavam Miltinho Rodrigues e Orlando Silveira. O trio era
chamado “Os Medalhões” e chegou a gravar um LP.
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Corre o tempo e Dino Franco torna-se
produtor do “cast” da gravadora Chantecler, produzindo duplas famosas
como Lourenço e Lourival, Abel e Caim, Liu e Léu, entre outras.
Após tantas e tantas experiências, aí sim, teve a felicidade de
encontrar Mouraí (Luiz Carlos Ribeiro) nascido em Ibirarema/SP, em 19 de
julho de 1946, com quem gravou um total de 16 discos. A dupla só veio
apartar com a morte de Mouraí ocorrida em 17 de outubro de 2005.
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78 ROTAÇÕES
TIBAGI E PIRASSUNUNGA
A - Peão de Minas (Zé Claudino e Anacleto Rosas Jr)
B - Falsos Carinhos (Pirassununga e Benedito Seviero)
JUQUINHA E JUNQUEIRA
06/1960 - RCA CANDEM - CAM1004
A - Mineiro Não Perde o Trem (Silveira e Junqueira)
B - Cela Fria (Silveira e Junqueira)
JUQUINHA E JUNQUEIRA
10/1960 - RCA CANDEM - CAM1017
A - Maldita Aliança (Juquinha)
B - Três Mulheres (Juquinha e Silveira)
JUQUINHA E JUNQUEIRA
02/1961 - RCA CANDEM - CAM1036
A - Estrada da Lama (Juquinha, Dino Franco e Jorge Paulo)
B - Paineira Velha (Pirassununga e Juquinha)
JUQUINHA E JUNQUEIRA
05/1961 - RCA CANDEM - CAM1055
A - Moça Linda (Lourival dos Santos e Piraci)
B - Traidor (Piraci e Jeca Mineiro)
JUQUINHA E JUNQUEIRA
08/1961 - RCA CANDEM - CAM1073
A - Perto do Coração (Raul Tôrres e João Pacífico)
B - Prisioneiro do Amor (Ramon Cariz e Sebastião Victor)
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JUQUINHA E JUNQUEIRA
02/1962 - RCA CANDEM - CAM10095
A - Até nos Campos (Ramon Cariz e Jorge Paulo)
B - Mentira (Juquinha e Pirassununga)
JUQUINHA E JUNQUEIRA
1962 - RCA CANDEM - CAM1118
A - Romance de um Burrico (Urbano Reis e Piraci)
B - Sombra que o Vento Leva (Pirassununga e Juquinha)
JUQUINHA E JUNQUEIRA
1962 - RCA CANDEM - CAM1145
A - O Punhal da Vingança (José Fortuna e Nino Silva)
B - Filho de Minas Gerais (Pereirinha e Cicero Silva)
JUQUINHA E JUNQUEIRA
1963 - RCA CANDEM - CAM1168
A - Silenciou o Berrante (Junqueira)
B - Lágrimas de Sangue (Juquinha)
JUQUINHA E JUNQUEIRA
01/1963 - SERTANEJO - CH-10325
A - Nossas Juras (Juquinha e Junqueira)
B - Meu Consolo é Beber (Juquinha e Junqueira)
JUQUINHA E JUNQUEIRA
08/1963 - SERTANEJO - CH-10363
A - Gaúcho o Trem Não Pega (Zé Caboclinho e G. I. Oliviera)
B - A Mulher e o Serviço (Pereirinha)
PIRASSUNUNGA E PIRATININGA
CABOCLO - CS-639
A - Cuidado Moço (Arlindo Pinto e Zé Cupido)
B - Somos de Alguém (Pirassununga e Piratininga)
PIRASSUNUNGA E PIRATININGA
CBS - Nº 3355
A - Aventureira (Pirassununga)
B - Capricho do Destino (Pirassununga e Piratininga)
PIRASSUNUNGA E PIRATININGA
FARROUPILHA - FR-2002
A - A Dança do Chula (Arlindo Pinto e Zé Cupido)
B - Tafuleira (Ado Benatti e Mirinho)
PIRASSUNUNGA E PIRATININGA
A - Juramento (Pirassununga e Sebastião Víctor)
B - Coração de Fera (Pirassununga e Piratininga)
BELMONTE, PIRASSUNUNGA E ZÉ MARINGÁ
1965
A - Coração de Fera (Dino Franco e Zé Maringá)
B - A Fronha (Belmonte e Anacleto Rosas Jr)
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Outras informações de Dino Franco

Antes de se tornar um compositor famoso,
trabalhou na roça colhendo algodão; viveu em Rancharia e Paraguaçu
Paulista, onde fez o Tiro de Guerra e começou sua carreira musical na
Rádio Marconi, passando também pelos microfones da extinta Rádio
Difusora de Rancharia. Começou a compor no ano de 1951 e afirma ter
composto milhares de obras; Dança da Chuva e Tafuleira, em parceira com
Piratininga, foi sua primeira gravação, em 78 rotações; O Sertanejo é um
Forte é um de seus maiores sucessos.
Desde muito cedo se inclinou para a vida artística. Em 1954 já
trabalhava na Rádio Marconi de Paraguaçu Paulista. Dois anos após, em
1956, estava na Capital e cantou com Tibagi (da dupla com Miltinho).
Nessa época Dino Franco tinha o nome artístico de Pirassununga.
A parceria com Tibagi foi desfeita. Dino arruma um novo parceiro e
deixa de ser o Pirassununga para se tornar o Junqueira da nova dupla
Juquinha e Junqueira. A união desses cantadores durou apenas dois anos.
Em 1963 retorna com o antigo nome (Pirassununga) e faz dupla com Piratininga.
Gravam para a CBS e posteriormente para a Continental. Essa dupla
também foi desfeita, só que dessa vez, com a morte de seu novo
companheiro.
Como sempre, Dino Franco consegue outro parceiro: Belmonte.
Pirassununga e Belmonte gravaram na Chantecler, acompanhados pelo
sanfoneiro Zé Maringá. A parceria com Belmonte também se desfez.
O poeta violeiro não desanimou. Dino Franco começou a viajar com duplas
famosas da época, fazendo parte da companhia teatral, tais como: Zico e
Zéca, Liu e Léu, e Abel e Caim.
O Brasil havia perdido uma de suas maiores estrelas, o Palmeira, da dupla Palmeira e Biá.
Biá (Sebastião Alves da Cunha) nascido em Coromandel/MG em 26 de
novembro de 1927, se ajusta com Dino Franco e os dois formam uma nova
parceria. Esta união faz sair de cena novamente o Pirassununga e em seu
lugar aparece então o nome Dino Franco na vida artística. Gravaram
juntos 6 LP?s, mas, repetindo o mesmo caminho das anteriores, essa
união, do mesmo modo, também se desfaz. Dino Franco se volta para a
carreira solo. Como tal chegou a gravar um LP ? ? Dino Franco e seus
Mariachi?, e tempos depois faz parte de um trio em que atuavam Miltinho
Rodrigues e Orlando Silveira. O trio era chamado ?Os Medalhões? e chegou
a gravar um LP.
Corre o tempo e Dino Franco torna-se produtor do ?cast? da gravadora
Chantecler, produzindo duplas famosas como Lourenço e Lourival, Abel e
Caim, Liu e Léu, entre outras.
Após tantas e tantas experiências, aí sim, teve a felicidade de
encontrar Mouraí (Luiz Carlos Ribeiro) nascido em Ibirarema/SP, em 19 de
julho de 1946, com quem gravou um total de 16 discos. A dupla só veio
apartar com a morte de Mouraí ocorrida em 17 de outubro de 2005.
1991 - Aposentado, veio para Rancharia há quase cinco anos, depois de
passar por Mogi Guaçu e Ivinhema, devido aos parentes, às raízes e
"porque sempre buscouí um lugar tranquilo prá viver", mas não parou de
criar as composições que lhe deram prestigio e sucesso por todo o país.
Sua obra lhe garantiu vaga na Academia Municipalista Brasileira de
Letras, onde ocupa a cadeira número 14 que pertenceu ao compositor João
Pacífico.
Homem de hábitos simples, Dino vive exclusivamente da música e já
perdeu a conta de quantos discos gravou. Diz que já ganhou muito
dinheiro "com direito artístico e de vendagem", e muitas homenagens -
vários diplomas estão pendurados pelas paredes da sala - mas como ele
mesmo diz, "tenho diplomas, troféus, mas a gente não come homenagens,
mas sim do trabalho realizado".
Ganhador de dois festivais de música sertaneja, o primeiro do Brasil em
1967 com a música Natureza, com Abel e Caim, e Casa Pobre, com Mato
Grosso.
PEDRO BENTO E ZÉ DA ESTRADA

Joel Antunes Leme, o Pedro Bento, nasceu em Porto Feliz-SP em 08/06/1934; Valdomiro de Oliveira, o Zé da Estrada, conterrâneo de Tinoco, nasceu em Botucatu-SP (distrito que hoje é o recém emancipado município de Pratânia/SP) em 22/09/1929.
Aos 7 anos de idade, Joel Antunes já cantava Cururus em Porto Feliz-SP; considerado "menino-prodígio", também cantava em Festas do Divino nas regiões de Tietê e Piracicaba entre outras; e sua formação musical foi ao lado de cantadores como Sebastião Roque, Pedro Chiquito, Luís Bueno, João David e Zico Moreira. Pedro ainda fez parte do "Trio Paulistano" e atuou também na dupla "Matinho e Matão" a qual se apresentava na Rádio Clube de Santo André/SP. Participava também cantando no Programa de Nhô Zé na Rádio Nacional. E, aos 13 anos de idade, resolveu se mudar para a Paulicéia Desvairada.
Valdomiro, por outro lado, teve uma trajetória um pouco diferente: foi retireiro e agricultor. Oriundo de família de Cantadores, consta que seu bisavô teria cantado com D. Pedro II e dele recebeu uma viola de madrepérola, com a qual fez questão de ser enterrado. Valdomiro foi também caminhoneiro, resultando daí o seu nome artístico de Zé da Estrada. Além de caminhoneiro, Valdomiro foi também administrador de fazendas. Na carreira musical, além de ter sido cantor mirim, fez parte do trio "Os Fazendeiros", juntamente com Paizinho e com o acordeonista Perigoso, e com sucesso nas rádios Cultura e Nacional.
Foi em São Paulo-SP, no ano de 1954, no programa "Manhãs Na Roça" de Chico Carretel, na Rádio Cruzeiro do Sul, que Joel Antunes conheceu Valdomiro que já residia há 17 anos na Capital Paulista e já havia adotado o pseudônimo de Zé da Estrada. E em 1956 a dupla recém criada passou a atuar na Rádio Cultura e em circos, participando também de campanhas políticas.
E em 1957 a dupla gravou o primeiro 78 RPM na gravadora Continental, interpretando a "Santo Reis" (Pedro Bento - Paulo Vitor) e "Teu Romance" (Pedro Bento - Zé da Estrada - Braz Hernandez). No mesmo ano gravaram mais um disco onde se destacava o valseado "Seresteiro Da Lua" (Pedro Bento - Cafezinho - José Raia), considerado por muitos como o maior sucesso na carreira da dupla. Na época, Pedro Bento e Zé da Estrada eram acompanhados pelo acordeonista Coqueirinho.
Em 1960 passaram a ser acompanhados pelo acordeonista Célio Cassiano Chagas, o Celinho, formando o trio "Pedro Bento, Zé da Estrada e Celinho", conjunto que se apresentou na Rádio Bandeirantes e, logo depois, na Rádio Tupi, ambas na Capital Paulista. Celinho continua até hoje tocando o Acordeon nos shows de Pedro Bento e Zé da Estrada.
Apesar da Música Caipira ser um Estilo Musical Genuinamente Brasileiro, ela não ficou livre de influências estrangeiras as quais aconteceram em toda sua história. Conforme já foi dito por Cornélio Pires, o estilo nasceu da fusão das Culturas Europeia (Portuguesa, principalmente), Africana e Indígena.
A influência da Música Folclórica de outros países latinos também se fez presente em nossos ritmos, como por exemplo, a Guarânia Paraguaia que influenciou os ritmos de composições de Nhô Pai e Mário Zan e, também não podemos deixar de mencionar, as diversas Guarânias Paraguaias, com versões para a Língua Portuguesa feitas por José Fortuna e que estouraram nas paradas de sucesso nas vozes de Cascatinha e Inhana. Não esquecendo também de mencionar algumas influências da Música Americana Rural através de versões para o Português gravadas pela dupla Belmonte e Amarai (por exemplo "Os Verdes Campos de Minha Terra" (Putman - versão: Geraldo Figueiredo) que é uma versão do Country "The Green Green Grass of Home").
Não abandonando a autêntica Música Caipira Raiz, Pedro Bento e Zé da Estrada, que também eram fãs da Música Mexicana, passaram a vestir trajes típicos com os característicos "Sombreiros Mexicanos" e passaram a interpretar também músicas típicas desse interessante país latino-americano, entre 1963 e 1971, acompanhados também pelo trompetista Ramón Pérez. E a dupla passou a ser conhecida como "Os Amantes das Rancheiras".
De acordo com a entrevista concedida pela dupla no programa "Viola Minha Viola" que foi ao ar no dia 23/07/2005 pela TV Cultura de São Paulo-SP, após uma visita de Miguel Aceves Mejia ao Brasil, Pedro Bento e Zé da Estrada (que, além da Moda de Viola, já haviam começado a interpretar canções mais românticas, além de Boleros e Rancheiras) resolveram então "plagiar" o célebre cantor mexicano. O primeiro "chapelão mexicano" foi confeccionado em Brotas-SP, com três chapéus de palha, encaixados um sobre o outro. E quando Pepe Ávila havia chegado do México junto com um conjunto de lá, foi que os Amantes das Rancheiras adquiriram as roupagens por completo.
As características dos Mexicanos tanto nas vestimentas como também na música, na instrumentação e nos "gritinhos dos Mariachis" (Ai, Ai, Ai... Hui, Hui, Hui... ) bastante comuns também nas interpretações de Miguel Aceves Mejia, harmonizaram-se com a Música Raiz Brasileira, não só com Pedro Bento e Zé da Estrada, mas também com outras duplas tais como Tibagi e Miltinho, Belmonte e Amaraí e também Milionário e José Rico, esses últimos tendo gravado não apenas versões, mas também composições próprias nos Ritmos Mexicanos.
Em sua brilhante carreira musical, de quase 50 anos, Pedro Bento e Zé da Estrada gravaram aproximadamente duas mil músicas, num número estimado de 16 discos de 78 RPM, 104 LP's e 22 CD's, com bastante sucesso em diversas composições que se tornaram verdadeiros clássicos da Música Caipira Raiz e que premiaram a dupla com diversos Discos de Ouro e também de Platina.
Dentre seus maiores sucessos musicais, podemos destacar, além de "Seresteiro Da Lua" (Pedro Bento - Cafezinho - José Raia), composições que são verdadeiras obras de arte tais como "Piracicaba" (Nílton A. Melo), "O Sonho do Matuto" (Capitão Furtado - Laureano), "Boi Soberano" (Carreirinho - Isaltino G. Paula - Pedro L. Oliveira), "Mourão Da Porteira" (Raul Torres - João Pacífico), "Sinhá Maria" (René Bittencourt), "Os Três Boiadeiros" (Anacleto Rosas Jr.), "Romaria" (Renato Teixeira) e "Mágoa de Boiadeiro" (Índio Vago - Nonô Basílio), apenas para citar algumas Brasileiras Autênticas!

Pedro Bento e Zé da Estrada continuam cantando, gravando e se apresentando em shows sempre calorosamente aplaudidos por inúmeros Apreciadores por todo o Brasil. São exemplos de talento e força de vontade, indispensáveis quando se fala na autêntica Música Caipira Raiz. A dupla gravou um dos seus mais recentes CD, lançado em Janeiro de 2003 pela Atração Fonográfica: "Do Jeito Que o Povo Gosta" o qual contém a seleção de repertório escolhida pelo próprio Pedro Bento, com músicas de diversos autores renomados. Destaque para uma regravação de "Mágoa de Boiadeiro" (Índio Vago - Nonô Basílio) que conta com a participação especial de Daniel.
Em uma passagem rápida aqui pela nossa cidade, Pedro Bento, Zé da Estrada e seus músicos estiveram há alguns anos atrás hospedados aqui no Tabatinga Palace Hotel para a realização de um show de final de anos aqui na vizinha cidade de Nova Europa. Na oportunidade nos dirigimos até o hotel onde pudemos conhecer a dupla.
Geferson Sgarbi - Pedro Aravéquia - Tibério Mem - Pedro Bento e Zé da Estrada e Eu
CD PEDRO BENTO E ZÉ DA ESTRADA 50 ANOS - ANO 2007

Contato para shows: (11) 221-0727 ou (11) 221-4017
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A DUPLA POSSUI UM MUSEU HISTÓRICO NA CIDADE DE PRATÂNIA SP, ABERTO DIARIAMENTE À VISITAÇÃO PÚBLICA ONDE EXISTEM OBJETOS COMO TROFÉUS, DISCOS, FOTOS, INDUMENTÁRIAS E INSTRUMENTOS MUSICAIS ANTIGOS USADOS PELA DUPLA.
PEDRO BENTO E ZÉ DA ESTRADA NÃO FIZERAM SUCESSO APENAS NA MÚSICA. NA DÉCADA DE 60, FOI LANÇADO PARA O CINEMA O FILME COM O TÍTULO “OS TRÊS BOIADEIROS”, ONDE A DUPLA TEVE UM BOM DESEMPENHO EM INTERPRETAR PERSONAGENS DE DESTAQUE, JUNTAMENTE COM O ATOR CHICO DE FRANCO. MAS ISSO É UMA OUTRA HISTÓRIA...
Fontes: www.boamusicaricardinho.com
www.pedrobentoezedaestrada.com.br

MÚSICAS:
1-A lua é testemunha
2-Coxinilho
3-Amanheci em teus braços
4-Penas de minha alma
5-Tropas e boiadas
6-Mulher de ninguém
7-Desejo antigo
8-Vinte anos
9-Ébrio de amor
10-Galopeira
11-Caminho de minha vida
12-Sete palavras
13-Cavalo preto valente
14-Canção para ti
15-Serenata de amor
16-Contra o vento
17-Fracasso do boêmio

João Sant'Ângelo e José Marciano, ou simplesmente João Mineiro e Marciano foi uma dupla de músicos brasileiros do estilo sertanejo. Fizeram sucesso nos anos 80, tendo um programa na TV, mas separaram em 1993.
A dupla sertaneja João Mineiro e Marciano teve início em 1970 após João Mineiro desfazer uma parceria que já durava 8 anos com a dupla João Mineiro e Zé Goiás tendo a sorte de encontrar José Marciano, que planejava formar uma dupla sertaneja voltada para a música romântica. O primeiro álbum, da então dupla recém-formada, foi lançado em 1973 pela gravadora Chororó Discos, e obteve sucesso com as músicas: “Filha de Jesus” e “Chuvisco da Madrugada”, em parceria com o poeta Goiá a prensagem do disco foi paga por João Mineiro.
Devido ao sucesso, e também ao fato de que a música sertaneja ser muito tocada no Brasil, João Mineiro e Marciano chegaram a apresentar um programa musical no SBT nos anos 80, nas manhãs de domingo, que levava o nome da dupla. Apesar da carreira bem sucedida até aquele momento, e fazendo turnê nos Estados Unidos em 1990, gravando disco em espanhol em 1991, e lançando o disco “Dois Apaixonados”, a dupla se desfez em 1993, por razões ainda não muito esclarecidas, fazendo desse disco o último da carreira dos dois.
Após a separação em 1993 João Mineiro formou a duplas como: João Mineiro e Marino e João Mineiro e Marciano (isto mesmo sem o "O" no final) ambas formações gravaram um disco apenas pois a dupla que se consolidou foi João Mineiro e Mariano que se manteve até o dia 24 de Março, quando faleceu João Mineiro. Marciano seguiu carreira solo até os dias de hoje.

Em 2008, João Mineiro & Mariano, realizaram turnê pelo Brasil e estariam preparando um DVD com a participação de grandes nomes, como Milionário & José Rico, Teodoro & Sampaio, Cezar & Paulinho e outros. O DVD (intitulado “Coração não Cansa”) conteria quatro músicas inéditas.

No dia 24 de março, de 2012, uma noite de sábado, João Sant'Angelo, o João Mineiro, falecia em sua casa em Campo Limpo Paulista depois de passar mal e vindo á ter uma parada cardíaca, depois de complicações devido á uma cirurgia de vesícula. Ele sofria de Diabetes e estava internado em Jundiaí, onde foi velado até às 16:30 horas e depois levado para sua cidade natal Andradas Sul de Minas Gerais.

No final do ano de 2007 tive a oportunidade de conhecer a dupla João Mineiro e Mariano, no dia 30 de dezembro de 2007 fui convidado para abrir um show da dupla na cidade de Ibitinga.


Francisco dos Santos (Cascatinha), nascido em Araraquara (SP), em 20/4/1919, faleceu em São José do Rio Preto (SP), em 14/3/1996 e Ana Eufrosina da Silva Santos (Inhana), nascida em Araras (SP), nasceu em 28/3/1923, faleceu em São Paulo (SP) no dia 11/6/1981. Nascidos no interior de São Paulo, desde cedo a dupla apaixonou-se pela poesia da música sertaneja. Francisco dos Santos já tocava bateria e violão e se apresentava cantando modinhas, canções e valsas românticas. Quando da chegada do circo Nova Iorque na cidade de Araraquara, Francisco conheceu o cantor Chopp e resolveu formar dupla com ele, adotando então o nome artístico de Cascatinha, nome de famosa cerveja da época, para estar de acordo com o nome do parceiro. Por essa época, Ana Eufrosina se apresentava como solista em um conjunto formado por seus irmãos. A dupla Chopp e Cascatinha se apresentava em circos. Francisco e Ana se conheceram e casaram em 1941. Formou-se então o Trio Esmeralda, com Chopp, Cascatinha e Inhana, nome artístico adotado por Ana. O Trio Esmeralda viajou para o Rio de Janeiro obtendo relativo sucesso. Receberam prêmios nos programas César Ladeira na Rádio Mayrink Veiga, Manuel Barcelos e "Papel carbono", este de Renato Murce, ambos na Rádio Nacional.
Em 1942 o Trio se desfez com a saída de Chopp. Cascatinha e Inhana ingressaram então no Circo Estrela D'Alva, com o qual fizeram excursão pelo interior dos estados do Rio e de São Paulo, para onde retornaram. Em São Paulo continuaram a atuar em diversos circos, tendo permanecido por cinco anos no Circo Imperial. Em 1947 se apresentaram na Bauru Rádio Clube, que primeiro apresentou a nova dupla em rádios, nos programas "Luar do sertão" e "Cirquinho do Benjamim". Em 1948, passaram a atuar na Rádio América em São Paulo. Em 1950, foram contratados pela Rádio Record onde permaneceram atuando por doze anos.

Em 1951, estrearam em disco pela Todamérica cantando a canção "La paloma", de Iradier e Pedro Almeida, e a toada brejeira "Fonteiriça", de José Fortuna, um dos compositores favoritos de Cascatinha. Em 1952, gravaram aqueles que seriam dois de seus maiores sucessos, assim como da própria MPB. Eram a canção "Meu primeiro amor" de H. Gimenez com versão de José Fortuna e Pinheirinho Jr., e a guarânia "Índia" de J. Flores e M. Guerrero, com versão de José Fortuna. A guarânia "Índia" vendeu 300 mil cópias em seu primeiro ano de lançamento e até a segunda metade dos anos 1990 vendeu mais de três milhões de discos. "Índia" mereceu ainda diversas gravações ao longo do tempo como as de Dilermano Reis ao violão, Carlos Lombardi, Trio Cristas e Valdir Calmon e sua orquestra. Em 1973 Gal Costa regravou "Índia", que deu nome a seu LP daquele ano e que obteve grande sucesso. Cascatinha e Inhana receberam em 1951 e 1953 o Prêmio Roquette Pinto. Em 1953, gravaram a toada "Mulher rendeira" tema folclórico com arranjo de João de Barro. Em 1954, receberam a medalha de ouro da revista "Equipe" e ganharam o slogan de "Os sabiás do sertão", devido aos recursos vocais e às agradáveis nuances desenvolvidos pela dupla.

Em 1953, continuando a trajetória de sucessos, lançaram as Guarânias "Assunción", de José Fortuna e Federico Riera, e "Flor serrana", de Daniel Salinas e José Fortuna. A partir dessa época, seus nomes estiveram ligados à música paraguaia. Em 1955, estiveram no filme "Carnaval em lá maior", de Ademar Gonzaga, onde cantaram "Meu primeiro amor", outro grande sucesso. Em 1956, lançaram mais um disco com versões de compositores paraguaios: a canção "Recordações de Ipacaraí", de D. Ortiz e Z. de Mirkim, com versão de Juraci Rego, e a guarânia "Noites do Paraguai", de S. Aguayo e P. J. Carles com versão de Nogueira Santos. Em 1959, lançaram outro de seus maiores sucessos, a guarânia "Colcha de retalhos", de Raul Torres. No mesmo ano, Cascatinha foi promovido a diretor artístico da Todamérica, descobrindo vários talentos. Em 1972, alcançaram sucesso com "Olhos tristonhos", de Dora Moreno. Em 1978, apresentaram no Teatro Alfredo Mesquita em São Paulo espetáculo no qual contavam sua trajetória artística. Ao longo da carreira apresentaram-se em diversos estados brasileiros, cantaram em circos, teatros e gravaram cerca de 30 discos. Em 1996, a Chantecler, dentro da série "Dose dupla", lançou o CD "Cascatinha e Inhana", com 23 composições gravadas pela dupla, entre as quais, "Índia", "Solidão", "Meu primeiro amor" e "Colcha de retalhos".

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AS IRMÃS GALVÃO

Mary e Marilene: estas são As Galvão. Com mais de 300 músicas gravadas, o duo, que tem como lema uma frase de Albert Einstein "Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor... Lembre-se. Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor com ele você conquistará o mundo", continua a encantar seu público cativo e a conquistar novos fãs. Foi na Rádio Club Marconi, de Paraguaçu Paulista (SP), no ano de 1.947, que Mary, nascida em Ourinhos (SP), e Marilene, em Palmital (SP), nasceram artisticamente como Irmãs Galvão. Na época elas tinham sete e cinco anos, respectivamente. Incentivadas pelos pais, Bertholdo e Maria, e por Mário Pavanelli, a estréia foi em um programa comandado por Sidney Caldini. Depois de passarem pelas rádios Difusora de Assis (SP) e Cultura de Maringá (PR), elas sonhavam ir para São Paulo. A oportunidade veio por meio do Dr. Miguel Leuzi, proprietário de uma rede de emissoras, que as recomendou para uma apresentação na Rádio Piratininga de São Paulo. Lá chegando, foram inscritas em um programa de calouros, "Torre de Babel", sob o comando de Salomão Ésper. Não concorreram ao prêmio, mas cantaram, encantaram e se tornaram profissionais da emissora. A boa repercussão da participação rendeu-lhes uma melhor oferta para cantarem na Rádio Nacional, atual Globo e, em seguida, um contrato pela Rádio Bandeirantes, para os programas "Na Serra da Mantiqueira", apresentado por Comendador Biguá, e "Brasil Caboclo", por Capitão Balduíno. Agradaram em cheio e foram procuradas e contratadas por Diogo Mulero, o "Palmeira", diretor artístico da RCA Victor. Veio, então, o primeiro 78 rotações da carreira e a agenda, já bem recheada de shows, ficou repleta de compromissos devido ao sucesso que as músicas "Carinha de Anjo" e "Rincão Guarani" faziam nas rádios de todo o Brasil. Além da RCA, ao longo da carreira a dupla passou pelas gravadoras Chantecler, CBS, Phillips, Continental, Warner e, atualmente, a Atração. Circos, estúdios de rádios, teatros, ginásios, clubes, casas de cultura, praças. Por onde passavam deixavam impressos o valor, a dignidade e o respeito com que a música sertaneja pode e deve ser levada ao público, seja ele urbano ou rural. Mary e Marilene sempre se preocuparam com tudo em suas apresentações, principalmente com a maneira de vestir-se. O povo do campo se prepara com o que tem de melhor para ir às festas da cidade, daí o empenho de ambas em vestir suas melhores roupas, em respeito e retribuição ao público de modo geral, que sempre teve e tem para com elas, além de admiração, o maior carinho.

O sucesso dos primeiros programas exclusivamente sertanejos na televisão garantiu uma posição de prestígio a este gênero musical, que passou a ser mais executado do que a chamada "música urbana". E as Irmãs Galvão sempre estavam entre as figuras de proa no "Viola, Minha Viola", "Som Brasil", "Canta Viola", "Especial Sertanejo" e "Musicamp", entre outros. Este fato alavancou a comemoração do Cinquentenário da Música Sertaneja em um espetáculo realizado no Estádio do Pacaembu, tendo entre seus apresentadores nomes importantes como José Russo, Carlito Martins e Geraldo Meirelles. Em 1985, o Maestro Mário Campanha começa a produzir os discos da dupla e com ela inaugurar uma fase mais moderna. Assim, em 1985, lançam a lambada "No Calor dos Teus Abraços" e, com este LP, ganham Disco de Ouro, o que as projeta nacional e internacionalmente, com músicas tocadas em Portugal, no Canadá e na Suíça. Outros discos e prêmios vieram, entre os quais Prêmio Sharp, Prêmio Caras de Música e indicação ao Grammy Latino. Foi nesta fase que sentiram a necessidade de uma mudança e consultando a numerologia feita por Baralites Campanha, adotaram o nome As Galvão, sem deixarem de ser Irmãs. "Beijinho Doce" (originalmente gravada pelas Irmãs Castro, em quem se espelharam no começo da carreira) "No Calor dos Teus Abraços", "Pedacinhos", "Coração Laçador", "Menino Canoeiro" e "Lembrança" são alguns de seus sucessos. "Pecado Louro", "Não Me Abandones" e "Apenas Um Pecado", lançadas pelas Galvão, foram, mais tarde, regravadas por várias duplas. A cada show que faz, o duo sabe da responsabilidade de dar o melhor de si no palco e intui o que o público está querendo ouvir. E é o público, então, quem passa a ser o diretor musical do espetáculo. Um fato que deixa Mary e Marilene felizes é saber que suas canções já embalaram muitos romances por todo o Brasil. As Galvão não se esquecem jamais de sua história de vida. E Sapezal (SP) faz parte desta história. Foi lá que passaram uma parte da infância e foi de lá que, junto com os pais, seus principais incentivadores, partiram em busca da concretização dos seus sonhos. Depois de um longo caminho feito de dificuldades, lutas e também muita esperança, o sonho de encantar o Brasil com suas belas vozes foi realizado, tanto que o radialista Toni Gomide, carinhosamente, intitulou-as "As Vozes do Século". Um palco, um microfone. É assim que a dupla se sente "em casa" e dá seu melhor recado, contando "causos" e cantando. E tudo de forma simpática, engraçada, comovida, sincera e afetuosa.
Livrinho de Modinhas – Editora Prelúdio (décadas de 50/ 60 e 70)

No tempo dos 78 rotações, eram gravadas apenas 02 músicas em cada disco e se lançava no máximo 03 discos por ano. Os ouvintes e fãs, através de cartas, escolhiam as preferidas que os artistas cantavam ao vivo na rádio. Essas canções eram lançadas no livrinho com as letras para que o público acompanhasse

A inauguração oficial do rádio no Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1922. No ano em que se comemorou o I Centenário da Independência do Brasil (1922), ocorreu no Rio de Janeiro, uma grande feira internacional, a Exposição do Centenário da Independência, na Esplanada do Castelo, que recebeu visitas de empresários americanos trazendo a tecnologia de radiodifusão para demonstrar na feira, que nesta época era o assunto principal nos Estados Unidos.

Para testar o novo meio de comunicação, os americanos da Westinghouse Electric instalaram uma estação de 500 W e uma antena no pico do morro do Corcovado (onde atualmente é o Cristo Redentor). O público ouviu o pronunciamento do Presidente da República, Epitácio Pessoa e a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, transmitida diretamente do Teatro Municipal, isso tudo além de conferências e diversas atrações. Muitas pessoas ficaram impressionadas, pensando que se tratava de algo sobrenatural. A primeira transmissão radiofônica do discurso do presidente Epitácio Pessoa, foi captada em Niterói, Petrópolis, na serra fluminense e em São Paulo, onde foram instalados aparelhos receptores. A reação visionária de Roquete-Pinto a essa tecnologia foi: "Eis uma máquina importante para educar nosso povo". No mesmo ano, nos Estados Unidos, surgiu a primeira emissora comercial, a WEAF, de Nova Iorque, criada pela companhia telefônica American Telephone and Telegraph (atual AT&T). Depois da primeira transmissão no Brasil em 1922, Roquete Pinto tentou sem sucesso convencer o Governo Federal a comprar os equipamentos apresentados na Feira Internacional. Roquete Pinto (1884/1954) foi um médico legista, professor, antropólogo, etnólogo e ensaísta brasileiro. Para o bem da comunicação do Brasil, Roquete-Pinto não desistiu, e conseguiu convencer a Academia Brasileira de Ciências a comprar os equipamentos. Foi então criada a primeira rádio do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro - atual Rádio MEC, fundada em 1922, e dirigida por Roquete-Pinto, com um possante transmissor Marconi com dois mil watts de potência - o melhor da América do Sul - e a criação de uma escola de radiotelegrafia. Menos de um ano mais tarde, em 20 de Abril de 1923, foi inaugurada a primeira rádio brasileira, a "Rádio Sociedade do Rio de Janeiro", fundada por Roquete Pinto e Henry Morize. Henri Charles Morize ou Henrique Morize (1860/1930) foi um engenheiro industrial, geógrafo e engenheiro civil francês, naturalizado brasileiro; Morize foi também o primeiro presidente da Academia Brasileira de Ciências. Voltada para a elite do país, a programação da rádio incluía ópera, recitais de poesia, concertos e palestras culturais e tinha uma finalidade cultural e educativa. Como os anúncios pagos eram proibidos, a rádio era mantida por doações de ouvintes.

Roquete Pinto definiu bem como foi à primeira transmissão de rádio no Brasil: ―Tudo roufenho, distorcido, arrombando os ouvidos, era uma curiosidade sem maiores consequências. Essas frases fazem parte do discurso dele sobre a primeira transmissão radiofônica no Brasil, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro, 1922.
Em 1926, foi inaugurada a Rádio Mairynk Veiga, seguida da Rádio Educadora, além de outras da Bahia, Pará e Pernambuco. A tecnologia era ainda muito incipiente, pois os ouvintes utilizavam-se dos rádios de galena montados em casa, quase sempre por eles mesmos, usando normalmente caixas de charutos. Isso se tornava possível pelo fato dos aparelhos serem compostos por apenas cinco peças, segundo ensinava José Ramos Tinhorão em seu livro editado em 1990. Como visto, no Brasil, as primeiras transmissões AM surgiram com a emissora de Roquette-Pinto, que em 1923 fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que em 1936 iria transformar-se em Rádio Ministério da Educação, que propagaria o ensino à distância.
As frequências AM foram fundamentais na vida do brasileiro em meados do século XX. As rádios de longo alcance, como a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a Super Rádio Tupi e a Rádio Record, que atingiam quase 100% do território nacional ajudaram a propagar os times cariocas e paulistas de futebol por todo o Brasil. O crescimento do rádio na sua primeira década de existência no Brasil se deu de forma lenta, pois como dissemos a legislação brasileira não permitia a veiculação de textos comerciais o que dificultava a sobrevivência financeira da Rádio Sociedade, ou seja, sobreviviam de doações de amigos e sócios. Bem verdade que tal fato não impedia que as emissoras mesmo não produzindo intervalos comerciais, tivessem seus programas patrocinados por anunciantes específicos cujos produtos eram recomendados ao público ao longo do programa. Nos primeiros anos o alcance do rádio era pequeno em termos de público, pois o preço dos aparelhos receptores era alto, tornando-os inacessíveis a grande parte da população. Nas modalidades Rádio Sociedade e rádio-clube2, que, depois da criação da primeira estação de rádio, surgiram em todo o Brasil, o princípio era o mesmo: um grupo de pessoas pagava uma mensalidade para a manutenção do equipamento e o salário dos funcionários, e alguns ainda cediam discos para serem ouvidos por todos. Foi essa característica, adotada por Roquette-Pinto, que tornou possível, num primeiro momento, uma incipiente radiodifusão, que só se tornou um meio de comunicação de massa na década de 1930, com a introdução do rádio comercial e a redução do preço dos receptores. A percepção da potencialidade do rádio não era, como se extrai das palavras de Albert Einstein, privilégio apenas das pessoas que lidavam com o novo meio: em 1925, em visita ao Brasil, ele recomendava ―cuidado na utilização do rádio, pois, se mal usado, as consequências poderão ser lamentáveis.
A partir de 1927, começa a era eletrônica do rádio. O som dos discos não precisa mais ser captado pelo microfone, pois o toca-discos tinha sido conectado a uma mesa de controle de áudio e podia ter seu volume controlado eletronicamente. Com estúdios mais ágeis, as produções dos programas radiofônicos ficam mais aprimoradas.
Com a conformação do rádio espetáculo no início dos anos 1930 a partir do trabalho de César Ladeira, primeiro na Record, de São Paulo, e depois na Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, criam-se as possibilidades concretas para que o veículo atenda às necessidades de divulgação de produtos e serviços de terceiros. A ele, Ortriwano (1985, p. 17) atribui a criação do elenco exclusivo e remunerado, base da profissionalização do meio que irá permitir o surgimento dos programas de auditório, humorísticos e novelas, principais conteúdos para o mercado anunciante da época. Os indícios existentes levam a crer, (Tota 1990, p.71), que a compra da Record, em 1931, por um grupo integrado por Paulo Machado de Carvalho, permite à estação ―estruturar-se como uma moderna empresa de comunicação, acompanhando o processo geral de transformações que caracterizou o Brasil dos primeiros anos da década de 1930.
SULINO E MARRUEIRO

Nos anos 1940 e 1950, o rádio era o meio de comunicação de massa mais importante do Brasil e a maior parte da música veiculada era tocada ao vivo pelos conjuntos regionais, bandas, cantores, cantoras e orquestras. E os programas denominados sertanejos, nas rádios do sul e sudeste do País, projetavam a música caipira. Em um desses programas, “Serra da Mantiqueira”, de Sílvio Frota, na Rádio Bandeirante, em São Paulo, surgiria a dupla Sulino (Francisco Gottardi, 1924-2005) e Marrueiro (João Rosante, 1916-1978), tradicionais cultivadores da moda de viola. Antes, em 1942, Francisco adotara o nome artístico de Limeira, para formar a dupla Limeira e Limeirinha (Amélio Posso).
A dupla acabou em 1945, quando, também, João Rosante deixa o Trio Saudade (havia ainda Nenete e Nininho) e despreza o apelido Ninão. Passa a ser Marrueiro, enquanto Francisco substitui Limeira por Sulino. Juntos, formam o Trio Campeiro, com participação do sanfoneiro Castelinho, que tocou no grupo até 1949; ao sair, deixou formada a dupla Sulino e Marrueiro - que se firmou como intérprete de modas de viola. Impossível separar esta dupla da moda de viola; são dezenas de canções clássicas compostas por Sulino ou divididas com outros letristas e que os dois interpretaram ao longo da carreira. O LP “Sua Majestade a Moda de Viola” é um dos exemplos.
A letra da moda de viola conta fatos históricos ou relacionados à vida das pessoas onde é composta, dando vida aos episódios na voz do violeiro. E Sulino e Marrueiro fazem isso em suas modas, a exemplo dos clássicos “A boiada do Araguaia”, “Herói sem medalha”, “João boiadeiro” (Sulino e Sebastião Víctor ), “Laço de couro” (Zé Paioça), “Nelore valente” (Antônio Carlos da Silva), “O erro da professora” (Teddy Vieira), “O milagre do retrato” (Paulo Calandro), “O peão e o ricaço” (Moacyr dos Santos), “Cachorro Corumbá” e outros
Não se deve confundir a moda de viola “João boiadeiro” gravada por Sulino e Marrueiro, em 1964, com o rasqueado de Moreninho, que fala de João boiadeiro, primeiro brasileiro a receber um coração transplantado, em 1968. Muito menos com uma outra moda de viola, gravada por Tonico e Tinoco em 1961, e com o mesmo título e de autoria de Pedro Capeche e Chiquinho. A moda de viola, diz o dicionário Cravo Albin da MPB, é uma narração em ritmo recitativo, onde o cantador conta uma história. A melodia é solta, como se fosse uma poesia falada com acompanhamento musical. Normalmente são cantadas em duas vozes, com intervalo musical de terça acompanhamento de viola. A métrica geralmente é de sete sílabas (redondilha maior), às vezes aparece de cinco sílabas (redondilha menor).
Cultivadores deste ritmo, Sulino e Marrueiro gravaram o primeiro disco na Copacabana, em 1949, com o cururu “Morena de olhos pretos”, de Sulino e Teddy Vieira, e a moda de viola “Cachorro Corumbá”, de Teddy Vieira e Ado Benatti. Com o sucesso, em1952 estrearam no programa “Brasil Caboclo”, da Rádio Bandeirante, apresentado pelo Capitão Balduíno. De 1954 a 1957 gravaram na Victor sucesso como “Abismo cruel” (Sulino e Zé Fortuna), “Mandamentos do chofer” (Sulino e Ado Benatti) e “Florisbela” (Sulino e Zé do Rancho).
Em 1958 lançou com sucesso o primeiro disco sertanejo da Chantecler, “A volta do boiadeiro” (Sulino e Teddy Vieira) e “Juramento quebrado” (Sulino e Carreirinho), em 78 RPM. Lançou ainda pela mesma gravadora “Peão da cidade” e “O peão e o ricaço” (ambas de Sulino e Moacir dos Santos). Permaneceram na Chantecler de 1958 a 1968. Em 1969, pela Cartaz, a dupla lançou o LP “Laço de couro”, título de uma das faixas da gravação.
Em 1970 lançaram pela Califórnia, entre outras composições, “Aniversário da mamãe” (Sulino e Nelson Gomes), “Tenho fome e tenho sede” (Sulino), “Caboclo do pé quente” e “Empreitada perigosa” (ambas de Sulino e Moacir dos Santos). Do LP da Beverly, de 1971, destacam-se “Duas rosas” (Sulino e Moacir dos Santos), “Meu querido sertão”, “O jogador de baralho” e “Viola amiga” (todas com Quintino Eliseu). Gravaram outros LPs pela Tropicana (1973), Jaboti (1975) e Continental (1994).
Além de cantor e compositor, Sulino escreveu peças teatrais, apresentadas ainda hoje em circos de todo o Brasil, entre elas a “Volta do boiadeiro”, “Quatro caminhos”, “Quatro pistoleiros a caminho do inferno”, “Vingança se escreve com sangue” e “Cada bala uma sepultura”. Depois da morte de Marrueiro, em 1978, o parceiro Sulino formou nova dupla com Amarito (Roberto Amâncio) e gravaram entre 1978 e 1982. Sulino morreu em 2005.

ELES ESCREVERAM E ETERNIZARAM
NO CALENDÁRIO DO TEMPO
A HISTÓRIA MUSICA SERTANEJA
"ETERNA SAUDADE"
- TIÃO CARREIRO E PARDINHO ( Reis e criadores do Pagode no Brasil)
- JOSÉ RICO - MILIONÁRIO E JOSÉ RICO (GARGANTA DE OURO DO BRASIL)
- BELMONTE - BELMENTE E AMARAÍ
- ALADIM - ALAN E ALADIN
- ALVARENGA E RANCHINHO
- ADOLFINHO E CHITÕZITO
- AMADO E ANTÔNIO (JACO E jACOZINHO)
- ATLETA - ATLETA E TREINADOR)
- ABEL - ABEL E CAIM
- ADAUTO SANTOS
- BAMBICO E BAMBUÊ
- BARNABÉ
- BARRERITO
- BARRETO E BARROSO
- BARRINHA
- BIÁ
- BOLINHA E MINEIRINHO
- BRASÃO E BRASÃOZINHO
- PAJÉ - CACIQUE E PAJÉ
- CAÇULA E MARINHEIRO
- CAMPANHA E CUIBANO
- CARLOS CEZAR - CARLOS CEZAR E CRISTIANO
- CARMEM SILVA
- CASCATINHA E INHANA
- CESAR ROSSINI
- CHARANGA E CHARÁY
- CHICO REY - CHICO REY E PARÁ
- CRISTIANE - CLEYTON E CRISTIANE
- DRÁCULA - CONDE E DRÁCULA
- CONSTANTINO E BRASILEIRO
- CRIOLO E SERESTEIRO
- CURIÓ E CANARINHO
- DINO FRANCO E MORAÍ
- DUDUCA - DUDUCA E DALVAN-
- APARECIDA - DUO CIRIEMA
- MIGUEL E ANINHA (DUO GLACIAL)
- DUO GUARUJA
- DUO IRMÃS CELESTE
- ELI SILVA E ZÉ GOIANO
- PINGA E FOGO E INHÁ BENTA
- FALCÃO - FELIPE E FALCÃO
- GARCIA E ZÉ MATÃO
- GOIÁ
- GOIANO - GOIANO E PARANAENSE
- INEZITA BARROSO
- ITAMARACÁ - ITAMARACÁ E JOSÉ NILTON
- JACINTO
- IRMÃOS JACOB
- MOACYR DOS SANTOS
- JECA MINEIRO E LUIZINHO
- JOÃO MINEIRO E MARIANO
- JOÃO PAULO - JOÃO PAULO E DANIEL
- JOÃO MACIFICO
- MANUEL - jOAQUIM E mANUEL
- JULIANO - JULIANO E jARDEL
- JURAY E MARCITO
- LEANDRO - LENADRO E LEONARDO
- LEONCIO E LEONEL
- LIU - LIU E LÉU
- LUIZINHO, LIMEIRA E ZEZINHA
- MANUELITO NUNES - MANUELITO NUNES E NAZARÁ
- MARIANO E COBRINHA
- MÁRIO ZAN
- MATÃO - MATÃO E MONTEIRO
- MENSAGEIRO - MENSAGEIRO E MEXICANO
- MORACY - MOCOCa e Moracy
- MORENO E MORENINHO
- NARDELI
- NELSINHO E DIAMANTE
- NENETE E DORINHO
- NHÁ BARBINA
- NHÔ BELARMINO E NHÁ GABRIELA
- NHÔ PAI E NHÔ FIO
- NONÔ E NANÁ
- PAIOZINHO - PAIOZINHO E ZÉ TAPERA
- PALMEIRA E BIÁ
- PARDAL E PARDINHO
- PEÃO CARREIRO - PEÃO CARREIRO E PRAENSE
- PEDRO E PAULO
- PENA BRANCA E XAVANTINHO
- PIRAPÓ E CAMBARÁ
- PIRIGOSO
- TROVADOR - POETA E TROVADOR
- POLY
- PRIANHÃO E PRAINHA
- PREDILETO - PREFERIDO E PREDILETO
- PRIMIN HO E MANINHO
- DIMARCO - DIMARCO E RANDAL
- RAUL TORRES E FLORÊNCIO
- MEIRINHO - ROBERTO E MEIRINHO
- RONALDO VIOLA - RONALDO VIOLA E JOÃO CARVALHO
- SABIÁ - ROUXINOL E SABIÁ
- SILVEIRA E SILVEIRINHA
- SIMÃO E ABINO
- SULINO E MARRUEIRO
- TEDDY VIEIRA
- TIÃO DO CARRO E ZÉ MATÃO
- TIBAGI E NILTINHO
- TOMAZ E TIMOTEO
- TONICO E TINOCO
- VENANCINHO - TRIO DA VITÓRIA
- BARRERITO E MANGABINHA - TRIO PARADA DU
- VALDERI - VALDERI E MIZAEL
- VELOZINHO - VELOSO E VELOZINHO
- VIEIRA E VIEIRINHA
- VONINHO
- ZÉ DA ESTRADA - PEDRO bENTO E ZE DA ESTRADA
- ZÉ CARREIRO E CARREIRINHO
- ZÉ DO CEDRO E JOÃO DO PINHO
- ZÉ DO RANCHO - ZÉ DO RANCHO E ZÉ DO PINHO
- ZÉ FORTUNA E PITANGUEIRA
- ZICO E ZECA
- ZILO E ZALO
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