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H I S T Ó R I A

 

 

Música sertaneja é um gênero musical do Brasil produzido a partir da década de 1910 por compositores urbanos, rurais e outros chamada genericamente de modasemboladas e fado português cujo som da viola é predominante.

 

 Jararaca e Ratinho                                      Alvarenga e Ranchinho

Inicialmente tal estilo de música foi propagado por uma série de duplas, com a utilização de violas e dueto vocal. Esta tradição segue até os dias atuais, tendo a dupla geralmente caracterizada por cantores com voz tenor (mais aguda), nasal e uso acentuado de um falsete típico. Enquanto o estilo vocal manteve-se relativamente estável ao longo das décadas, o ritmo, a instrumentação e o contorno melódico incorporaram aos poucos elementos de gêneros disseminados pela indústria cultural.

Tais modificações dentro do gênero musical têm provocado muitas confusões e discussões no país a cerca do que seria música caipira/sertaneja. Críticos literários, críticos musicais, jornalistas, produtores de discos, cantores de duplas sertanejas, compositores e admiradores debatem sobre as quais seriam as formas artísticas de expressão do gênero, que levam em conta as mudanças ocorridas ao longo de sua história. Muitos estudiosos seguem a tendência tradicional de integrar as músicas caipira e sertaneja como subgêneros dentro um só conjunto musical, estabelecendo fases e divisões: de 1929 até 1944, como "música caipira" (ou "música sertaneja raiz"); do pós-guerra até a década de 1960, como uma fase de transição da velha música caipira rumo à constituição do atual gênero sertanejo; e do final dos anos sessenta até a atualidade, como música "sertaneja romântica" Outros no meio acadêmico, no entanto, consideram "música caipira" e "música sertaneja" gêneros completamente independentes, baseado na ideia de que a primeira seria a música rural autêntica e/ou do homem rural autêntico, enquanto a segunda seria aquela feita, como "produto de consumo", nos grandes centros .urbanos brasileiros por não-caipiras. Outros autores estendem o conceito de música caipira/sertaneja ao baião, ao xaxado e outros ritmos do interior do Norte e Nordeste.

Se for adotado o critério de que música caipira e sertaneja, são sinônimos, pode-se dividir este gênero musical em alguns subgêneros principais: "Caipira" (ou "Sertanejo de Raiz"), "Sertanejo Romântico" e "Sertanejo Universitário".

 

Sertanejo musical "Certos locais afastados, longe das cidades, ainda que seja mais presente sua relação com o nordeste, do interior, que encontrou vegetação e clima hostis, além da dominação política dos "coronéis", obrigando a desenvolver uma cultura de resistência, do matuto, legitimamente  sertanejo, conhecedor da caatinga. Difere-se da cultura caipira, especificamente originária na área q abrange os estados de GoiásSão PauloMinas GeraisParanáMato GrossoMato Grosso do SulRondônia e Tocantins. Ali se desenvolveu uma cultura do colono que encontrou abundância de águas, terra produtiva e um clima mais ameno, típico do cerrado. É conhecida como "caipira" ou "sertaneja" a execução composta e executada das zonas rurais, do campo, a antiga moda de viola. Os caipiras, duplas ou solo, utilizavam instrumentos típicos do Brasil, como viola caipira.

Primeira era

 

Cornélio Pires 

Foi em 1929 que surgiu a primeira música sertaneja como se conhece hoje. Ela nasceu a partir de gravações feitas pelo jornalista e escritor Cornélio Pires de "causos" e fragmentos de cantos tradicionais rurais do interior paulista, sul e Triângulo Mineiros, sudeste goiano e matogrossense. Na época destas gravações pioneiras, o gênero era conhecido como música caipira, cujas letras evocavam o modo de vida do homem do interior (muitas vezes em oposição à vida do homem da cidade), assim como a beleza bucólica e romântica da paisagem interiorana (atualmente, este tipo de composição é classificada como "música sertaneja de raiz", com as letras enfatizadas no cotidiano e na maneira de cantar).

   

Vieira e Vieirinha

Além de Cornélio Pires e sua "Turma Caipira", destacaram-se nessa tendência, mesmo que gravando em época posterior, as duplas Alvarenga e RanchinhoTorres e FlorêncioTonico e TinocoVieira e Vieirinha, entre outros, e canções populares como "Sergio Forero", de Cornélio Pires, "O Bonde Camarão" de Cornélio Pires e Mariano, "Sertão do Laranjinha", de Ariovaldo Pires e "Cabocla Tereza", de Ariovaldo Pires e João Pacífico.

Atualmente, a música sertaneja de raiz ainda sobrevive, sendo divulgada na Tv Cultura por, Inezita Barroso, com seu programa Viola Minha Viola e Tv. Aparecida com vários programas.

Segunda era

Uma nova fase na história da música sertaneja teve início após a Segunda Guerra Mundial, com a incorporação de novos estilos como polca europeia, os instrumentos (como o acordeom e a harpa). A temática vai tornando-se gradualmente mais amorosa, conservando, todavia, um caráter autobiográfico.

 

Zé Carreiro e Careirinho e Cascatinha e Inhana, Raul Torres e Florêncio

Alguns destaques desta época foram os duos Cascatinha e InhanaIrmãs GalvãoIrmãs CastroSulino e MarrueiroPalmeira e Biá, o trio Luizinho, Limeira e Zezinha (lançadores da música campeira) e o cantor José Fortuna (adaptador da guarânia no Brasil). Ao florzinha da década de 1970, a dupla que mais se destacou foi Milionário e José Rico que modernizou o sertanejo e sistematizou o uso de elementos da tradição mexicana mariachi com floreios de violino e trompete para preencher espaços entre frases e golpes de glote que produzem uma qualidade soluçante na voz.(Milionário e José Rico também são conhecidos no meio sertanejo como "Os Pais Do Sertanejo Moderno").Outros nomes, como a dupla Pena Branca e Xavantinho, seguiam a antiga tradição caipira, enquanto o cantor Tião Carreiro inovava ao fundir o gênero com samba, coco e calango de sexo.

Terceira era

 

Sergio Reis                                    Inhozinho

A introdução da guitarra elétrica e o chamado "ritmo jovem", pelas duplas Léo Canhoto e Robertinho e Belmonte e Amarai, no final da década de 1960, marcam o início da fase moderna da música sertaneja. Tião Carreiro e Pardinho deram uma roupagem bastante eloquente a musica sertaneja de raiz. Um dos integrantes do movimento musical Jovem Guarda, o cantor Sérgio Reis passou a gravar na década de 1970 repertório tradicional sertanejo, de forma a contribuir para a penetração mais ampla ao gênero. Renato Teixeira foi outro artista a se destacar àquela altura. Naquele período, os locais de performance da música sertaneja eram originalmente o circo, alguns rodeios e principalmente as rádios AM. Já a partir da década de 1980, essa penetração estendeu-se às rádios FM e também à televisão - seja em programas semanais matutinos de domingo ou em trilhas sonoras de novela ou programas especial. 

            Nenete e dorinho                     Leo Canhoto e Robertinho                                                   

Durante os anos oitenta, houve uma exploração comercial massificada do sertanejo, somado, em certos casos, à uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da Jovem Guarda. Dessa nova tendência romântica da música sertaneja surgiram inúmeros artistas, quase sempre em duplas, entre os quais,  Milionário e José Rico (que também teve grande destaque e ascensão), Trio Parada DuraChitãozinho & XororóMatogrosso & MathiasLeandro & LeonardoZezé Di Camargo e LucianoChrystian & RalfJoão Paulo & DanielChico Rey & ParanáJoão Mineiro e MarcianoGian e GiovaniRick & RennerGilberto e Gilmar, além das cantoras Nalva Aguiar, Sula Miranda e Roberta Miranda. Alguns dos sucessos desta fase estão "Sonhei Com Você", de José Rico e Vicente Dias, "Fio de Cabelo", de Marciano e Darci Rossi, "Apartamento 37", de Leo Canhoto, "De Igual Pra Igual", de Roberta Miranda e Matogrosso, "Pense em Mim", de Douglas Maio, "Entre Tapas e Beijos", de Nilton Lamas e Antônio Bueno, "É o Amor", de Zezé Di Camargo e "Evidências", de José Augusto e Paulo Sérgio Valle.

Contra esta tendência mais comercial da música sertaneja, reapareciam nomes como da dupla Pena Branca e Xavantinho, adequando sucessos da MPB à linguagem das violas, e surgiam novos artistas como Almir Sater, violeiro sofisticado, que passeava entre as modas de viola e os blues. Na década seguinte, uma nova geração de artistas surgiu dentro do sertanejo disposta a se reaproximar das tradições caipiras, como Roberto CorrêaIvan Vilela, e Miltinho Edilberto.

 

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Pena Brancae Xavantinho                               Liu e Leo              

Quarta era - Sertanejo Universitário

Atenta, a indústria fonográfica lançou na década de 2000 um movimento similar, chamado por alguns de sertanejo universitário, para muitos (breganejo) com nomes como Guilherme & SantiagoMaria Cecília & RodolfoJoão Bosco & ViníciusCésar Menotti & FabianoJorge & MateusVictor & LeoMarília MendonçaHenrique e JulianoFernando & SorocabaGusttavo LimaLuan SantanaMichel TelóMarcos & BeluttiThaeme & ThiagoMarília Mendonça, Henrique e JulianoCristiano AraújoLucas LuccoHenrique & JulianoFred & GustavoMatheus e KauanHenrique & DiegoIsrael NovaesMunhoz & MarianoLoubetPedro Paulo e Alex,João Neto & Frederico. Como esse movimento não para e ganha cada vez mais adeptos, o mercado que antes tinha como foco de surgimento de duplas e artistas sertanejos no estado de Goiás, hoje tem eleito novos ídolos do estado de Mato Grosso do Sul como a revelação escolar Luan Santana e a dupla Maria Cecília & Rodolfo. Porém, Goiás não deixou de revelar nomes no cenário nacional, surgiram os já citados Jorge & Mateus e João Neto e Frederico sem falar de artistas vinculados ao sertanejo mais massificado da década anterior, como Guilherme & SantiagoBruno & MarroneBruno & BarretoEdson & Hudson, e outros.

Dança Sertaneja

A dança sertaneja moderna tem suas origens nas danças sertanejas brasileiras. O termo "Sertanejo" foi inicialmente cunhado pelos portugueses no período das navegações para definir o interior da nova terra, diferindo-o do litoral. Mais tarde, aplicou-se ao interior do país de um modo geral. Assim, sendo o Sertão Brasileiro extremamente vasto, compreendendo as regiões interioranas do país desde o Sul ao Nordeste brasileiro, e tendo em sua história processos de colonização e choques culturais de diversos povos, percebemos inicialmente uma pluralidade ímpar na formação das Danças Sertanejas Tradicionais. Esta mescla de gêneros europeus, indígenas e por vezes africanos originou diversas danças pelo Brasil, levando-se em conta as particularidades históricas e culturais supracitadas de cada região.

Observa-se que o estilo de Dança Sertaneja Moderna (também conhecida como Dança Caipira Sertaneja ou Sertanejo Universitário) tem se propagado e sofrido mutações com maior intensidade em regiões da Grande São Paulo e interior deste estado, como nas cidades de Taboão da Serra, Embu, Cotia, ABC Paulista e Região Metropolitana de Campinas, sendo toda esta região geográfica hoje o polo de vanguarda da Dança Sertaneja.

Podemos classificar hoje a Dança Sertaneja Moderna como pertencente á família das Danças a Dois ou Danças de Salão, que caracterizam-se pelo improviso dado pela comunicação intrínseca que ocorre entre o par durante a dança (comunicação esta chamada por seus praticantes de "condução"), onde temos um "condutor" e um "conduzido". Esta compatibilidade entre o Sertanejo e outras danças em casal acabou por gerar, na Dança Sertaneja, grande influência e incorporação de movimentos de outros gêneros de danças de salão com forte presença no Interior Paulista e Grande São Paulo, sendo em maior grau o ForróSamba-Rock, entre outros.

vanerão ou vanera, tem se propagado na região sul do país, sob forte influência das culturas locais, embora possua forte ligação com o baião e o vanerão nordestino. Paralelamente é encontrado junto a outros estilos de dança em bares e bailes do gênero.

Na região Centro-Oeste é comum os chamados "bailões", que apresentam as músicas sertanejas de toada mais animada, predominantemente das três últimas décadas do século XX. O estilo de dança é simples, sempre em par, comumente com passos de baião e xote. O chamado "dois pra lá, dois pra cá" é o passo predominante, o que levou o estilo a se popularizar nos bailões pelo fácil acompanhamento.

 

                      Zé Fortunae Pitangueira                          Palmeira e Biá                                           

Com já foi dito o pioneiro da musica sertaneja no Brasil foi o jornalista e escritor Cornélio Pires que costumava trazer para os grandes centros os costumes dos caipiras. Desde encenações teatrais a cantores de estilos como o catira, etc. Em 1912 Cornélio lançou um livro chamado Musa Caipira, que trazia versos típicos. No início da década de 20 uma instituição liderada por Mario de Andrade promoveu uma semana para divulgação da arte brasileira, onde pela primeira vez foi montado um grupo intitulado de sertanejo, com instrumentos simples como a viola caipira, misturando alguns ritmos como o Catira, Moda de Viola, Lundu, Cururu, etc, valorizando ainda mais o trabalho de Cornélio Pires. O primeiro registro de um grupo de música sertaneja foi datado de 1924 (A Turma Caipira de Cornélio Pires), formada por violeiros como Caçula e Sorocabinha e alguns outros tão importantes da época. O primeiro registro fonográfico do estilo deu-se em 1929 quando Cornélio Pires, desacreditado pela gravadora Colúmbia, resolveu bancar do seu próprio bolso a gravação e edição do primeiro álbum, que em poucos dias de lançamento esgotou-se nas lojas. Começava daí o interesse pelo estilo por parte das gravadoras. Assim como na música Country americana, uma gravadora que se interessou pela gravação desse trabalho foi a RCA-Victor que convidou o violeiro Mandy para montar um outro grupo intitulado Turma Caipira da Victor, nascendo uma concorrência sadia entre os dois grupos e as duas gravadoras. Já com inúmeros adeptos e crescendo a cada ano mais e mais, na década de 20 começaram a surgir as primeiras duplas como Mariano e Caçula, Zico e Ferrinho, Sorocabinha e Mady, na maioria violeiros das turmas do Cornélio e da Víctor. Na década de 30 surge, sem dúvida, uma das mais importantes duplas sertanejas de todos os tempos (Alvarenga e Ranchinho) que além de tudo eram muito alegres e engraçados. Uma curiosidade sobre a dupla é que de tanta “descontração” foram presos pelo governo de Getúlio Vargas. E muitas outras duplas formaram-se, algumas trazendo a tristeza do sertanejo no peito, outras mostrando o lado alegre do caipira, etc. No Ano de 1939 a dupla Raul Torres e Serrinha inovaram introduzindo na música sertaneja o violão. Mais para frente Raul Torres e Serrinha inovaram novamente criando o primeiro programa de rádio dedicado à música sertaneja, transmitido pela Rádio Record, com a participação de José Rielli, o programa chamava-se Três Batutas do Sertão. Surgiram vários nomes importantes da música sertaneja e o movimento que até então era apenas do eixo São Paulo-Minas Gerais passou a se expandir por todo o país, nascendo influências regionais como as do Rio Grande do Sul, Goiás, Pernambuco (Estado de Raul Torres), Mato Grosso, etc.

O TERMO

O termo sertanejo, do qual a expressão música sertaneja deriva, significa o habitante do sertão nordestino, isto é, a região seca do Nordeste brasileiro. Entretanto, o gênero Música Sertaneja, se refere atualmente não à música da região sertaneja, mas à música originalmente produzida e consumida na área cultural caipira, localizada ao Sul da área sertaneja

AS TRÊS FASES DA MUSICA SERTANEJA

A história da música sertaneja pode ser dividida em três fases, levando em consideração as inovações que vão sendo introduzidas no gênero. De 1929 até 1944, como música caipira ou música sertaneja raiz; do pós-guerra até os anos 60, numa fase de transição; e do final dos anos 60 até a atualidade, como música sertaneja romântica.

Primeira fase (1929 – 1944)

Na primeira fase os cantadores interpretavam modas-de-viola e toadas, canções estróficas que após uma introdução da viola denominada “repique” falavam do universo sertanejo numa temática essencialmente épica, muitas vezes satírico-moralista e menos frequentemente amorosa. Os duetos em vozes paralelas eram acompanhados pela viola caipira, instrumento de cordas duplas e vários sistemas de afinação (como cebolinha, cebolão, rio abaixo) e mais tarde também pelo violão. Artistas representativos desta tendência, mesmo que gravando em época posterior, são Cornélio Pires e sua “Turma”, Alvarenga e Ranchinho, Torres e Florêncio, Tonico e Tinoco, Zé Carreiro e Carreirinho Vieira e Vieirinha, Cascatinha e Inhana, Pena Branca e Xavantinho.

Segunda fase (1945 – anos 60)

 

 

Tonico e tinoco -                 Irmãs Galvão

Os intérpretes mais famosos de música caipira são a dupla Tonico e Tinoco. Em 1946, eles gravaram «Chico Mineiro», de Tonico e Francisco Ribeiro (Continental 15.681), um clássico da música caipira que narra a história de um boiadeiro que descobre ser irmão de seu vaqueiro (Chico Mineiro). Mas este parentesco só é revelado após a morte de Chico. Tonico e Tinoco, em sua performance usam somente a viola caipira e o violão acústico como instrumentos acompanhadores, e como todas as duplas de música sertaneja raiz cantam toda a peça num dueto com vozes paralelas num intervalo de terça. Uma narrativa típica descreve a dureza da vida no sertão e o caráter reservado do sertanejo. Os personagens principais da música caipira são ou vaqueiros, ou os animais com quem o vaqueiro lida no seu cotidiano: gado, mulas, pássaros, etc. O caráter das peças é épico nas narrativas que falam da vida, morte, e fatalidades da vida no sertão

                                                  Inezita Barroso            Goiá            Belmonte e Amarai   

     Rolando Boldrin

Após a guerra introduzem-se instrumentos (harpa, acordeom), estilos (duetos com intervalos variados, estilo mariachi) e gêneros (inicialmente a guarânia e a polca paraguaia e mais tarde o corrido e a canção ranchera mexicanos). Surgem novos ritmos como o rasqueado (andamento moderado entre a polca paraguaia e a guarânia), a moda campeira e o pagode (mistura de catira e recortado). A temática vai ficando gradualmente mais amorosa, conservando, no entanto um caráter autobiográfico. Artistas desta fase de transição são Cascatinha e Inhana, José Fortuna (adaptador da guarânia), Luizinho, Limeira e Zezinha (lançadores da música campeira), Nhô Pai (criador do rasqueado), Irmãs Galvão, Irmãs Castro, Sulino e Marrueiro, Palmeira e Biá, Tião Carreiro (criador do pagode) e Pardinho e, já na década de 70, Milionário e José Rico.

                                                                Almir Sater           Renato Teixeira      Tião Carreiro e Pardinho

      Pedro Bento e Zé da Estrada

 

Fase Romântica

A fase moderna da música sertaneja inicia-se no final dos anos 60 com a introdução da guitarra elétrica e o chamado “ritmo jovem”, por Leo Canhoto e Robertinho. O modelo é a Jovem Guarda, sendo que um de seus integrantes, Sérgio Reis, começa a gravar o repertório tradicional sertanejo, contribuindo para a penetração mais ampla do gênero. Nesta modalidade de música sertaneja os cantores alternam solos e duetos para apresentar canções, muitas vezes em ritmo de balada, que tratam principalmente de amor romântico, de clara inspiração urbana. Algumas canções classificadas como sertanejas nas paradas de sucesso são às vezes interpretadas totalmente por solistas dispensando o recurso tradicional da dupla. Os arranjos instrumentais dessas músicas adicionam instrumentos de orquestra além da base de rock, já incorporada ao gênero. Artistas representativos desta última tendência são Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé de Camargo e Luciano, Christian e Half, Trio Parada Dura, Chico Rei e Paraná, João Mineiro e Marciano, Teodoro e Sampaio, Nalva Aguiar e Roberta Miranda Milionário e Zé Rico.

                                                                                     

                                        Milionário  e Zé  Rico

                                                                                                                        Paula Fernandes    Almir Sater

No final dos anos 60 o duo Leo Canhoto e Robertinho introduziram a guitarra elétrica na música sertaneja, começando uma tendência seguida por vários músicos. «Soldado sem farda» de Leo Canhoto é um exemplo típico: instrumentação básica de rock (guitarra elétrica, baixo elétrico, e bateria) e a batida chamada de «ritmo jovem». A canção, escrita durante a ditadura militar, argumenta que o trabalhador rural é tão defensor da pátria quanto o “soldado fardado”.

Um marco na música sertaneja romântica é a canção «Fio de Cabelo» de Marciano e Darcy Rossi, interpretada pela dupla Chitãozinho e Xororó. A canção menciona um fio de cabelo encontrado num paletó, um remanescente de uma relação amorosa. É escrita em ritmo de guarânia, que como disse acima, foi incorporado ao gênero.

O estilo musical de «Fio de cabelo» se encontra bastante distante da tradicional música caipira. Enquanto as modas e toadas caipiras têm um contorno melódico mais próximo da linguagem falada, a melodia ondulada da música sertaneja romântica cobre uma extensão grande de notas. Enquanto os cantadores caipiras narram suas canções épicas e bucólicas, acompanhados por viola e violão acústicos, os cantores de música sertaneja romântica, interpretam suas canções de amor acompanhados por uma orquestra de dança (cordas, sopros, bateria, guitarra elétrica e ou teclado eletrônico, e baixo elétrico).

                                  Chitãozinho e Xororó                 Cesar e Paulinho             Daniel

 

              Teodoro e Sampaio

 Durante os anos oitenta, houve uma exploração comercial massificada do sertanejo, somado, em certos casos, à uma releitura de sucessos internacionais e mesmo da Jovem Guarda. Dessa nova tendência romântica da música sertaneja surgiram inúmeros artistas, quase sempre em duplas, entre os quais, Trio Parada Dura, Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano, Chrystian & Ralf, João Paulo & Daniel, Chico Rey & Paraná, João Mineiro e Marciano, Gian e Giovani, Rick & Renner, Gilberto e Gilmar, além das cantoras Nalva Aguiar e Roboberta Miranda.

                             

              Peão Carreiro e Zé Paulo              Tião Carreiro                         Duo Glacial

                         Praião e Prainha

 

Duplas e cantores famosos

                                                                    Leonardo        Zé de Camargo e Luciano            Cristian  

       Cristiano Araújo

Nos anos 70 e 80 uma série de duplas sertanejas fizeram sucesso com canções inesquecíveis, duplas como: Milionário e Zé Rico, Allan e Aladim, Christian e Ralf, Chitãozinho e Xororó apareceram na mídia e fizeram grande sucesso com musicas inesquecíveis.

 

 

Zé Fortuna

 

 

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Zé Fortuna e o irmão Pitangueira

JOSÉ FORTUNA nasceu na cidade de Itápolis, Estado de São Paulo, no dia 02 de outubro de 1923. Compôs sua primeira música no dia 26 de setembro de 1942, mas desde cedo, ainda criança, em suas andanças com o pai pela lavoura, já escrevia versos com pedaços de madeira, no chão de terra por onde caminhava. Sua primeira música gravada foi a Moda das Flores, no dia 04 de abril de 1944, por Torres e Florêncio, e desde então nunca mais parou. Nos próximos quarenta anos ele comporia e gravaria perto de duas mil músicas, algumas com mais de cinquenta regravações.

Um de seus maiores sucessos foi a versão da guarânia ÍNDIA, composta há sessenta anos, do outro lado de MEU PRIMEIRO AMOR, também versão de José Fortuna, gravados originalmente por Cascatinha e Inhana, no ano de 1952, músicas que chegaram a vender na ocasião mais de um milhão de cópias. Estas duas composições foram regravadas por dezenas de duplas sertanejas, como também por intérpretes da música popular brasileira, como por exemplo: Agnaldo Timóteo, Ângela Maria, Nara Leão, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, que regravou ÍNDIA, nome dado a um de seus shows no Canecão-Rio de Janeiro. Recentemente a obra foi tema da novela global ALMA GÊMEA, de Walcir Carrasco, na interpretação de Roberto Carlos.

Meu Primeiro Amor, a versão para LEJANIA, composta no mesmo ano para o outro lado de INDIA, e também muito regravada, foi relançada nos últimos anos pelos intérpretes Joana e Fagner. Uma curiosidade é que ÍNDIA, foi a responsável pela introdução da guarânia como estilo musical no Brasil, posto que até então tal gênero musical era desconhecido por aqui, não possuindo mercado propício para a sua expansão, e assim sendo, após o enorme sucesso gravado por Cascatinha e Inhana, intensificou-se o intercâmbio cultural entre Brasil e Paraguai. Estas duas guarânias, bem como outras de autoria de José Fortuna, tais como: ANAHY, SOLIDÃO, MINHA TERRA DISTANTE, VAI COM DEUS, etc... geraram inúmeras regravações, inclusive no exterior.

Entretanto, José Fortuna não foi na sua essência, um compositor de guarânias somente, mas sim de uma grande versatilidade de estilos musicais. Outros de seus grandes sucessos foram as músicas: LEMBRANÇA, PAINEIRA VELHA, BERRANTE DE OURO, CHEIRO DE RELVA, TERRA TOMBADA, O SELO DE SANGUE, ROSTO MOLHADO, VINTE E QUATRO HORAS DE AMOR, ESTEIO DE AROEIRA, A MÃO DO TEMPO, O IPÊ E O PRISIONEIRO, O VAI E VEM DO CARREIRO, etc...todas com várias regravações.

Durante todo este tempo, e paralelamente às suas atividades como compositor, José Fortuna mantêve um trio, do qual pertencia também seu irmão Euclides Fortuna, o Pitangueira, formando com Zé do Fóle o Trio OS MARACANÃS. Eles gravaram mais de quarenta LPs e dezenas de discos ainda em 78 rotações, como também muitos compactos com músicas de José Fortuna. Apresentaram-se em todas as emissoras da Capital e do interior. Curiosamente foi o Trio que inaugurou o canal 5, hoje Rede Globo de Televisão, no ano de 1950.

Além de compositor, José Fortuna foi também autor e escritor de 42 peças de teatro, tais como O PUNHAL DA VINGANÇA, O SELO DE SANGUE, VOZ DE CRIANÇA, LENDA DA VALSA DOS NOIVOS, CRIME DE AMOR, OS VALENTES TAMBÉM AMAM, CORAÇÃO DE HOMEM, etc... percorrendo por conseguinte todo o Brasil, e algumas cidades da América do Sul, com sua Companhia Teatral Maracanã. Além de escritor, atuava também como ator de destaque em todas as suas criações teatrais, e sua Companhia Teatral acabou por receber inúmeros prêmios e troféus, tornando-se assim conhecidos dentro do universo da música sertaneja como OS REIS DO TEATRO.

Em meio a todas essas atividades, publicou também 40 livretos com as letras de suas obras musicais e dezenas de estórias completas, todas em verso - Literatura de Cordel.

Após o encerramento das atividades com sua Companhia Teatral, por volta de 1975, passa então a se dedicar com maior afinco à composição. É a época dos grandes Festivais de Música Sertaneja promovidos pela Rádio Record, em que ele começa a trabalhar em parceria com Carlos Cezar. Participa então seguidamente de mais de 20 Festivais, obtendo sempre as primeiras colocações, principalmente na Capital, onde nos anos de 1979, 1980 e 1981 venceu-os consecutivamente. Em um deles, no ano de 1979, obtém os três primeiros lugares com as músicas: Riozinho(1º lugar), Berrante de Ouro(2º lugar) e Brasil Viola(3º lugar).

Berrante de Ouro, por exemplo já tem mais de setenta regravações. Isto tudo ocorreu em meio a Festivais onde participavam mais de 13.600 concorrentes, durante um período de seis meses, com eliminatórias em todas as Capitais e grandes cidades brasileiras.

Em 1981, também no Festival da Rádio Record, concorrendo com mais de dez mil composições, obteve o primeiro lugar com a música O VAI E VEM DO CARREIRO, além de ganhar, juntamente com Carlos Cezar, os troféus de melhor letra, melodia, orquestração, interpretação e arranjo.

Ainda em 1979, a Secretaria do Trabalho do Estado de São Paulo, oficializou O Hino do Trabalhador Brasileiro, de José Fortuna e Carlos Cezar.

Anteriormente, os artistas se apresentavam nas emissoras de rádio e os shows eram realizados nos circos

 

No âmbito da música sertaneja pode-se afirmar que não há um intérprete que não tenha gravado obras de José Fortuna, desde Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, João Paulo e Daniel, Milionário e José Rico, Tião Carreiro e Pardinho, Tonico e Tinoco, estes inclusive gravaram um LP com doze faixas só com obras de José Fortuna, homenageando o compositor), Sérgio Reis, Roberta Miranda, Cezar e Paulinho, Mococa e Paraíso, enfim, todos os intérpretes do gênero sertanejo, têm com certeza em seu repertório passado ou recente, obras musicais de José Fortuna.

Um fato curioso acontecido em sua vida, foi quando da inauguração da cidade de Brasília, ocasião em que José Fortuna teve o prazer de receber das mãos do então Presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira, um cartão de congratulações e mérito por sua composição SOB O CÉU DE BRASÍLIA, tida como o Hino Inaugural de Brasília.

O Rádio também foi outra de suas grandes paixões. Foi radialista durante toda a sua vida artística, e apresentou o Programa José Fortuna em quase todas as Rádios da Capital: Tupi, Piratininga, Gazeta, Jornal, Record, Nove de Julho, São Paulo, Cometa, Nacional, Difusora, Globo, Morada do Sol, etc...

Ao longo de sua vida, teve o prazer de receber inúmeros troféus, títulos e congratulações, destacando-se dentre estes: o título de Cidadão Osasquense, o Cartão de Prata e a Medalha Anchieta por iniciativa da Câmara Municipal do Estado de São Paulo, o Título de Cidadão Paulistano, também por iniciativa da Câmara Municipal, a Sala José Fortuna no Museu de sua Cidade Natal Itápolis, bem como a Avenida José Fortuna, naquela mesma cidade, inaugurada por ele apenas vinte dias antes do seu falecimento.

Outras cidades que o homenagearam, dando o seu nome à algumas praças e ruas são: São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Guarulhos, São Paulo ( São Miguel Paulista), Osasco, Blumenau (Santa Catarina), São Carlos, Mogi das Cruzes, Mogi-Mirim, etc...

José Fortuna faleceu no dia 10 de novembro de 1983, em sua casa, na cidade de São Paulo, do mal de Chagas que o acompanhou durante toda a sua vida, deixando sua esposa Durvalina e suas duas filhas Iara e Marlene.

 

Deixou inéditas perto de novecentas obras musicais, que foram sendo musicadas e gravadas por seus diversos parceiros, dentre estes destacando-se com maior afinco Paraíso, co-autor juntamente com José Fortuna de inúmeras obras musicais, tais como: O IPÊ E O PRISIONEIRO, AVENIDA BOIADEIRA, ATALHO, RAÍZES DO AMOR,... sendo também o responsável pela administração de todo o repertório atual de José Fortuna.

O compositor está sepultado no Cemitério do Morumbi, na Capital, e em sua campa há uma estrofe de um poema seu musicado, que se intitula O SILÊNCIO DO BERRANTEIRO:

AQUI ESTOU MEUS VELHOS COMPANHEIROS 
OLHEM PRA CIMA, PRA ME VER PASSANDO 
EM MEU CAVALO, RAIO DE LUAR 
PELO ESTRADÃO DE ESTRELAS GALOPANDO 
O MEU BERRANTE HOJE SÃO TROMBETAS 
QUE OS ANJOS TOCAM CHAMANDO A BOIADA 
DE NUVENS BRANCAS NO SERTÃO DO ESPAÇO 
VINDO AO CURRAL AZUL DA MADRUGADA.

Saiba mais sobre Zé Fortuna, acesse: www.josefortuna.com.br

Discografia: Parte dos discos gravados em vinil ao longo de 40 anos de carreira:

- Zé Fortuna e Pitangueira

- Nossos filhos – Zé Fortuna e Pitangueira

- 15 anos de sucesso -  Zé Fortuna e Pitangueira

- Melodias do sertão nas vozes de - Zé Fortuna e Pitangueira

- Os grandes sucessos – Zé Fortuna e Pitangueira

- Céu sem estrelas

- Os Maracanãs – Zé Fortuna e Pitangueira

- O Sertão Canta - Zé Fortuna e Pitangueira

- Os donos da bola - Zé Fortuna e Pitangueira

- Rindo e chorando - Zé Fortuna e Pitangueira

- A Menina das tranças loiras - Zé Fortuna e Pitangueira

- Cavalo branco - Zé Fortuna e Pitangueira

- Venda do Serafim - Zé Fortuna e Pitangueira

- Zé Fortuna e Pitangueira

- Teatro e Música - Zé Fortuna e Pitangueira

- Onde canta os maracanãs - Zé Fortuna e Pitangueira

- O melhor de Zé Fortuna e Pitangueira

- Zé Fortuna e Pitangueira

- Folha seca - Zé Fortuna e Pitangueira

- Zé Fortuna e Pitangueira

- Mundo louco - Zé Fortuna e Pitangueira

- Homem d’água – Zé Fortuna e Pitangueira

- Folha seca - Zé Fortuna e Pitangueira

- Alma de pedra – Zé Fortuna e Pitangueira

- Sonho de corintiano – Zé Fortuna e Pitangueira

- Zé Fortuna e Pitangueira

- História dos times – Zé Fortuna e Pitangueira

- Pequeno mundo – Zé Fortuna e Pitangueira

- Paineira Velha – Zé Fortuna e Pitangueira

- Doce Lembrança – Zé Fortuna e Pitangueira

José Fortuna gravou com o irmão Pitangueira 40 (quarenta) discos de vinil (LPs), 30 dos quais catalogados neste site, com os respectivos textos poéticos das obras musicais constantes nestes fonogramas, todas de autoria de José Fortuna, ressalvadas raras exceções.

O trio " Os Maracanãs" (Zé Fortuna, Pitangueira, Zé do Fole), nome popular dado as aves de pequeno porte do gênero Ara, por isso também chamadas de ararinhas, gravou ainda dezenas de discos em 78 rotações, alguns dos quais também catalogados aqui. 

Se quiser adquirir algum dos discos, entre em contato conosco.               www.josefortuna.com.br, contato@josefortuna.com.br,  (11) 3222.5316 

                                                                                                      
CONFIRA A LETRA DE DOIS GRANDES SUCESSOS DE ZÉ fORTUNA

Riozinho


toada

(José Fortuna/ Carlos Cezar - grav. Jorge Luiz e Fernando / Irmãs Galvão / Lourenço e Lourival)

Meu rio pequeno
Braço líquido dos campos
Rodeado de barrancos
Corroído pelos anos...
Vai arrastando
Folhas mortas e saudade
Pôr-do-sol de muitas tardes
Ilusões e desenganos...
Cruzando vales, chapadões e pantanais
Bebedouro de pardais
Branco espelho de luar...
O seu roteiro não tem volta
Só tem ida
Pra findar a sua vida
Na amplidão azul do mar...
Riozinho amigo
São iguais as nossas águas
Também tenho um rio de mágoas
A correr dentro de mim...
Cruzando n'alma campos secos e desertos
Cada vez vendo mais perto
O oceano de meu fim...
Riozinho amigo
Nasceste junto a colina
Era um fio d'água de mina
Que cresceu tão lentamente...
Margeando matas, ramagens, juncos e flores
Passarinhos multicores
Seguiram vossa corrente...
Riozinho amigo
Quantas vezes assistiu
Acenos de quem partiu
Encontros dos que chegaram...
Foi testemunha de muitas juras de amor
Quantas lágrimas de dor
Suas águas carregaram...
Riozinho amigo
Sob a areia do remanso
Animais em seu descanso
Ali vem matar a sede...
Borboletas em suas margens se amontoam
E depois alegres voam
Na amplidão dos campos verdes...
A brisa encrespa o seu rosto de menino
Como o mais terno e divino
Beijo da mãe natureza...
Lindas paisagens, madrugadas coloridas,
Encontros e despedidas
Seguem vossa correnteza...

LEMBRANÇA


guarânia 

(José Fortuna - grav. Lurdinha Pereira / Zé Fortuna e Pitangueira / Tonico e Tinoco/ Milionário e Zé Rico / Craveiro e Cravinho / Sérgio Reis / Carlos Cezar e Cristiano)

Lembrança por que não foges de mim
Me ajude arrancar do peito esta dor
afasta meu pensamento do seu
porque vamos reviver este amor
amando nós padecemos iguais
eu tenho meu lar e ela também
é triste ser prisioneiro e sofrer
sabendo que a liberdade não tem

Vai... lembrança não voltes mais
para acalmar os meus ais
neste dilema de dor
Vai.... para bem longe de mim
não posso viver assim
devo esquecer esse amor.

Lembrança já imaginaste o que é
distante dois corações palpitar
querendo juntos viver sem poder
com outra ter que viver sem amar
enquanto você lembrança não for
é esse nosso dilema sem fim
pensando nela eu vivo a sofrer
e ela também sofrendo por mim.

Vai... lembrança não voltes mais
para acalmar os meus ais
neste dilema de dor
Vai.... para bem longe de mim
não posso viver assim
devo esquecer esse amor.

 

Borboletas em suas margens se amontoam                                                                           
E depois alegres voam
Na amplidão dos campos verdes...
A brisa encrespa o seu rosto de menino
Como o mais terno e divino
Beijo da mãe natureza...
Lindas paisagens, madrugadas coloridas,
Encontros e despedidas
Seguem vossa correnteza...

Saiba mais sobre Zé Fortuna, acesse: www.josefortuna.com.br

 

 

TONICO E TINOCO,

A dupla coração do Brasil

 

 

Dupla sertaneja formada por João Salvador Perez, o Tonico (São Manuel-SP, em 02 de março de 1917), e José Perez, o Tinoco (nascido em uma fazenda de Botucatu – SP), que hoje pertence ao município de Pratânia, em 19 de novembro de 1920.

A história dessa fantástica dupla inicia em 1930, quando a família Perez trabalhava na fazenda Tavares, em Botucatu, os dois irmãos ouviam discos da série caipira de Cornélio Pires. João frequentava a escola rural e dava lições para os colonos mais velhos. Dos amigos cobrava um litro de querosene por mês (para manter os lampiões da sala de aula), mas dificilmente recebia alguma ajuda.

José, o mais levado, gostava de caçar passarinhos com arapucas (depois os soltava), de brincar com amigos do arraial e aos sábados vestia-se de coroinha para ajudar a celebração da Missa. Após a cerimônia acompanhava o Padre nas refeições, e voltava para casa levando alimentos para os irmãos.

O gosto pela cantoria veio dos avós maternos Olegário e Izabel, que alegravam a colônia com suas canções, ao som de uma antiga sanfona. A primeira música que aprenderam foi Tristeza do Jeca, em 1925. Em 15 de agosto de 1935 fizeram a primeira apresentação profissional. Cantaram na Festa da Aparecidinha/São Manuel, em uma quermesse. Junto com o primo Miguel, formavam o "Trio da Roça".

 

Em 1931, Tonico e Tinoco moravam em Botucatu (SP), na fazenda Vargem Grande, de Petraca Bacci, com os pais, Salvador Perez - um espanhol de Léon, na Astúrias espanhola, chegado ao Brasil criança, em 1892 e Maria do Carmo, uma brasileira descendente de negros com bugres. A exemplo de outras crianças da época, os dois garotos, mal aprenderam a falar, já eram cantadores das modas de viola. Aprendiam as letras com Virgílio de Souza, violeiro das redondezas.

Tonico e Tinoco participavam das primeiras serenatas, alegravam festas e bailes de São João. Nas colônias enfeitadas de bandeirinhas, comiam batata-doce assada na brasa, pamonha, milho verde e bebiam quentão. "Os rapazes trabalhavam o ano inteiro para fazer bonito nos bailes, junto às caboclinhas", conta Tinoco. "Nós lá de calça cumprida, camisa xadrez e as botas penduradas nas costas para não estragar o solado. As meninas com seus vestidos de chita dançavam de pés descalços e com uma flor no cabelo cheirando gostoso." A esperança dos moços e das moças era arrumar um namoro. Foi num desses bailes que Tonico conheceu e apaixonou-se por Zula, filha do administrador da fazenda, Antônio Vani. O pai proibiu o namoro e magoado, Tonico compos Cabocla.

Naqueles anos 30, só existiam 65 emissoras de rádio e 30 mil aparelhos receptores em todo o país, para uma população de 35 milhões de pessoas. Como não havia rádio na região, o conjunto ficou famoso. Mas Tonico e Tinoco só cantavam em dupla nas horas vagas ou nas folgas do trabalho, quando a turma parava para tomar café. Cantavam as modas de viola de Jorginho do Sertão, um autor imaginário, que utilizavam para assinar suas canções, que falava da crise no país com as revoluções de 1930 e 1932.

 

 

No fim do ano agrícola de 1937, os Pérez decidiram, com outras famílias, tentar a vida na cidade de Sorocaba (SP). As irmãs Antonia, Rosalina e Aparecida foram trabalhar na fábrica de tecidos Santa Maria. Tonico foi ser servente na Pedreira Santa Helena, fábrica do cimento Votorantim. Tinoco virou engraxate na Estação Sorocabana e Chiquinho engajou-se na construção da Rodovia Raposo Tavares, que liga o sul de São Paulo ao Mato Grosso do Sul. A crise econômica do país chega ao auge. Getúlio Vargas implanta a ditadura do Estado Novo. Adolf Hitler invade e ocupa a Tchecoslováquia e depois a Polônia. Começa a Segunda Guerra Mundial.

A vida em Sorocaba fica insuportável, nada dava certo para os Pérez e eles decidem retornar ao campo, agora para a fazenda São João Sintra, em São Manoel (SP). À volta, contudo, possibilitou aos irmãos Perez a primeira chance de cantar numa Rádio. O administrador da fazenda, José Augusto Barros, levou-os para cantar na Rádio Clube de São Manoel - ainda hoje lá, na rua Coronel Rodrigues Alves, no centro da cidade. Assim, até o final de 1940, eles ficam trabalhando na roça durante a semana e aos domingos cantam na emissora da cidade. Só por amor à arte, sem ganhar. As dificuldades levaram os Pérez a uma derradeira migração.

 

Em janeiro de 1941 chegam, de mala e cuia - quatro sacos com os trens de cozinha e duas trouxas de roupa - a São Paulo. À falta de profissão, as meninas foram trabalhar em casa de família, Tinoco num depósito de ferro-velho, Chiquinho na metalúrgica São Nicolau e Tonico, sem outra alternativa, comprou uma enxada e foi ser diarista nas chácaras do bairro de Santo Amaro. Os tempos duros da cidade grande tinham lá sua compensação, principalmente nos domingos, quando a família ia ao circo, na rua Lins de Vasconcelos no então pacato bairro do Cambuci. Num desses espetáculos, os manos conheceram pessoalmente Raul Torres e Florêncio, a dupla de violeiros mais famosa de São Paulo e que depois, com Rielli na sanfona, formaram na Rádio Record o famoso trio "Os Três Batutas do Sertão. A Rádio Record era do doutor Paulo Machado de Carvalho, que seria chamado "Marechal da Vitória" quando chefiou as seleções brasileiras de futebol campeãs do mundo em 1958 e 19ó2. Depois conheceram Teddy Vieira - um paulista de Itapetininga que produziu um formidável acervo de 500 músicas sertanejas da melhor qualidade - Palmeira e Piraci, artistas exclusivos da Rádio Difusora, no programa "Arraial da Curva Torta", Zé Carreiro e Carreirinho, os quais surgiram em 1950, por intermédio de Tonico e Tinoco que queriam gravar a moda "Canoeiro" deles e os quatro fizeram um acordo: deixariam Tonico e Tinoco gravar a moda se os mesmos arrumassem um contrato na gravadora para eles gravarem também; existiam no país 76 emissoras de rádio e mais de 1,5 milhão de aparelhos receptores. Era ao redor desses aparelhos que o país todo se debruçava para acompanhar nervosamente o noticiário da guerra pelo Repórter Esso. Anunciado como "testemunha ocular da História", esse noticioso foi o primeiro radio-jornal a utilizar técnicas modernas no país e era transmitido pelas rádios Nacional (Rio) e Record (SãoPaulo).

Em São Paulo, inscreveram-se no programa de calouros comandado por Chico Carretel (Durvalino Peluzo), na Rádio Emissora de Piratininga.

O capitão Furtado, que estava sem violeiro em seu programa Arraial da Curva Torta, na Rádio Difusora, promoveu então concurso para preencher a vaga: os dois irmãos, formando a dupla "Irmãos Perez", cantaram o cateretê "Tudo tem no sertão" (Tonico). Classificados para a final, interpretaram de Raul Torres e Cornélio Pires, (esse último um radialista e pesquisador que foi pioneiro no estudo da vida sertaneja, especialmente a paulista, e que deixou uma extensa obra a respeito.) "Adeus Campina da Serra". Quando terminaram, o auditório aplaudiu de pé, em meio a lágrimas. Todos pediam bis àquela dupla que cantava diferente, com afinação, fino e alto. Todos os outros violeiros foram abraçá-los. O cronômetro marcava 190 segundos de aplausos, contra apenas 90 segundos da dupla segundo colocada. 
Outra citação importante é que tomaram parte desse concurso junto com os Irmãos Perez, duplas profissionais, conhecidas do Rádio como Nhô Nardo e Cunha Junior, Serra Morena e Cafezal, mas o primeiro lugar estava reservado para nossa querida dupla.

 

No dia seguinte o Trio da Roça estava contratado pela Rádio Difusora, que naquele período havia sido comprada pela Tupi, parte de ofensiva do jornalista Assis Chateaubriand para formar uma poderosa rede de veículos de comunicação - os Diários e Emissoras Associados. Três meses depois o contrato foi renovado por dois anos e o salário foi acertado em cruzeiros, a nova moeda que aposentara os réis. Eram 1.200,00 uma fortuna, comparado ao salário mínimo, da época, de 280,00. Já sem o primo Miguel, eles eram apenas os irmãos Pérez. Um dia, durante um ensaio do programa Arraial da Curva Torta, o Capitão Furtado - de batismo Arioswaldo Pires, sobrinho de Cornélio Pires , apresentador do programa e também lendário divulgador da música sertaneja - disse que uma dupla tão original, com vozes gêmeas, não poderia ter nome espanhol. Batizou-os, na hora, de Tonico e Tinoco. 
A divulgação nos programas da rádio transformava a dupla em sucesso imediato, fazendo surgir dezenas de convites para shows. A primeira apresentação dessas foi no cine Catumbi, em São Paulo, hoje transformado em uma casa de forró sertanejo. Depois rumaram para o interior, em excursões que demoravam uma, duas, às vezes, três semanas. Entravam pelo interior paulista de Taquaritinga, Santa Adélia e seguiam de trem por toda a linha araraquarense. Na Mogiana, passavam por Brodosqui, Franca e terminavam em Ribeirão Preto. Apresentavam-se em cinemas, clubes e até em pátios vazios de armazéns. Quando terminaram a primeira excursão, no Circo Biriba, em Ribeirão Preto, fizeram a partilha do lucro: quatro mil e quinhentos cruzeiros para cada um.

A dupla estreou em disco, na Continental, em 1944, com o cateretê "Em vez de me agradece" (Capitão Furtado, Jaime Martins e Aimoré)e que foi lançada em 07/45). Na gravação de "Invés de me Agradece" ocorreu um fato inusitado, pois eles a gravaram e em seguida, quando foram gravar o lado B do disco soltaram a voz tão alto, da forma como cantavam lá na roça e estouraram o microfone . Como o processo de gravação era algo muito caro, o disco saiu apenas com um lado, mas como punição a dupla precisou ficar seis meses fazendo aula de canto para educar a voz e voltar a gravar. Por isso que o lançamento do primeiro 78 RPM para o segundo é curto, pois eles gravaram a primeira moda ainda em 1944. Bem sucedida com essa gravação, que serviu de teste, gravou seu primeiro disco completo, a moda-de-viola "Sertão do Laranjinha", motivo popular adaptado pela dupla e Capitão Furtado, e "Percorrendo o meu Brasil" (com João Merlini), que foi sucesso imediato. No ano seguinte (1946) o sucesso definitivamente chegou com "Chico Mineiro" (Tonico/Francisco Ribeiro). Com o sucesso de Chico Mineiro a dupla consagrou-se definitivamente e tornou-se a dupla sertaneja mais famosa do Brasil. Uma curiosidade: quando Tonico e Tinoco foram gravar Chico Mineiro a gravadora havia informado que esse seria o último disco da dupla, pois eles já haviam gravado 5 discos e existia sempre uma reclamação dos ouvintes com relação a dupla, alegavam que não era possível entender a pronuncia deles nas letras das músicas, os fãs não entendiam o que eles estavam dizendo, aí surgiu Chico Mineiro e tudo mudou, inclusive com o dinheiro que eles ganharam com essa música conseguiram comprar sua 1ª casa para viver com a família. Desde então, tornou-se a dupla sertaneja mais famosa do país.

Ao final da Segunda Guerra, o número de emissoras de rádio saltou para 117, e os aparelhos receptores eram 3 milhões. Tonico e Tinoco estão agora na Rádio Nacional de São Paulo onde nasceu um de seus mais marcantes programas. Um dia, o auditório estava ocupado com um ensaio e como eles precisavam entrar no ar, puxaram os microfones para fora e fizeram a apresentação do corredor. O locutor Odilon Araújo perguntou de onde o programa estava sendo transmitido e Tinoco respondeu: "Da Beira da Tuia". O nome ficou. Com o término da guerra consolidou-se a influência cultural norte-americana em várias partes do planeta, no Brasil inclusive. As grandes orquestras pontificavam com o swing e sua versão mais dançável, o fox-trot. A parte brilhante do Brasil era o Rio de Janeiro, embora a pedra mais vistosa de sua coroa, o cassino da Urca, já não faiscasse mais, ofuscada pela proibição do jogo, em 1946.

Nos anos 40, na São Paulo provinciana ainda havia espaço, via ondas de rádio, para programas sertanejos de grande prestígio: "Manhã na Roça" de Chico Carretel, na Cruzeiro do Sul; "Arraial da Curva Torta" do Capitão Furtado, na Difusora e "Alma Cabocla" do Nhô Zé, na Nacional. Nos turbulentos anos 40 já existiam boas duplas e que dividiam popularidade com Tonico e Tinoco assim como, Raul Torres e Florêncio (1942), Serrinha e Caboclinho (1942), Alvarenga e Ranchinho (1934), Irmãs Castro (1948), Zé Fortuna, Pitangueira e Coqueirinho (1949), Sulino e Marrueiro (1949). 

Tonico e Tinoco -1945

No início dos anos 50 a música sertaneja obteve sua época de ouro e Tonico e Tinoco continuavam absolutos. Programas famosos surgiram nessa década como: "Brasil Caboclo" do Capitão Barduíno, "Onde Canta o Sabiá" do Comendador Biguá e "Serra da Mantiqueira" com Zacarias Mourão na Bandeirantes. Quase todos os grandes nomes da música sertaneja surgiram nessa década: Zé Carreiro e Carreirinho (1950), Zico e Zeca (1952), Irmãs Galvão (1954), Tião Carreiro e Pardinho (1956), Liu e Léu (1957), Craveiro e Cravinho (1959) e muitas mais, mas sem dúvida nenhuma Tonico e Tinoco eram "Os Expoentes Máximos da Música Sertaneja". Apesar da popularidade o trabalho para dupla sertaneja era garantido, porém limitado aos circos somente. Felizmente nessa época apenas em São Paulo estavam baseados cerca de 200 circos que iam ao interior para apresentação dos ídolos sertanejos do rádio.

Quer ouvir na voz da dupla Tonico e Tinoco sua saudação matinal diária para o programa "Onde canta o sabiá", do Capitão Barduino, na famosa Rádio Bandeirantes? 

A dupla começou a acumular sucessos no longínquo 1946, com Chico Mineiro (Tonico/Francisco Ribeiro). Ainda na época do 78 RPM, na Continental, fizeram sucesso e imortalizaram páginas como “Boiadeiro do Norte” (Zulmiro) em 1951, “Fim de Baile” (Tonico/Zé Paioça) em 1954 e “Maldita Cachaça” (Tonico/Ana Maria Pereira/Capitão Furtado) em 1956. Em 1955 gravam de Mário Vieira com a participação especial de Araci de Almeida, os cateretês “Tô Chegando Agora” e Ingratidão”.

 

No ano de 1960 transferem-se para a Philips e permanecem lá até 1963 onde gravam “Canta Moçada” (Tonico/Nhô Fio), Boiada (Zé Paioça) e Moreninha Linda (Tonico/Priminho/Maninho) em 1960. “Morão da Porteira” (Raul Torres/João Pacífico) e “Chofer de Caminhão” (Tonico/Ado Benatti) são sucessos de 1962. No último ano na Philips lançam 02 LP´s e emplacam com “Gaúcho Alegre” (Tonico/Zé Carreiro).

Em 1961 estreiam no Cinema com o filme “Lá no Meu Sertão” de Eduardo Llorente, filme baseado na vida e obra de Tonico e Tinoco. No final de 1960 a dupla recebera um golpe quase mortal, quando Tonico, tuberculoso desde 1940, precisou ser internado num hospital em Campos do Jordão/SP, cedendo lugar para o irmão Chiquinho tanto nos shows, quanto nos programas de rádio e gravações de discos. Tonico fez uma cirurgia e um tempo depois deixou o hospital com a certeza que não voltaria mais a cantar. Tinoco, através da Rádio Nacional onde faziam o programa, pediu para os fãs rezarem pela saúde de Tonico, o qual ficou curado, e voltou a cantar com mais força e beleza. Em devoção a Nossa Senhora Aparecida, a quem a dupla atribuiu sua cura, construíram na Vila Diva em São Paulo/SP uma capelinha que recebe romeiros e devotos até hoje.

Reestreia da dupla Rádio Nacional - 1946

No ano de 1964, já com 20 anos de carreira, Tonico e Tinoco voltam para a Continental e lançam de sua autoria “Arrasta-pé na Tuia” e “Baianinha”. Nesse mesmo ano são contratados pela Chantecler onde permanecem até 1966 e lançam 05 LPs destacando-se “Rei dos Pampas” (Raul Torres) e “Pinho Sofredor” (Fêgo Camargo/Capitão Furtado) em 1964. “Brasil Caboclo” (Tonico/Walter Amaral), “Beijinho Doce” (Nhô Pai) e “As Três Cuiabanas” (Zé Carreiro/Carreirinho ) são sucessos de 1965. Nesse mesmo ano filmam “Obrigado à Matar” de Eduardo Llorente, um filme baseado na lenda do Chico Mineiro. No ano de 1966 lançam “Adeus Mariana” (Pedro Raimundo), “Curitibana” (Tonico/Pirigoso) e “Artista de Circo” (Zé Tapera) com estrondoso sucesso.

Sempre com grande sucesso, no ano de 1967 são contratados com exclusividade pela RCA-Victor já de imediato “estourando” com “Viola Cabocla” (Tonico/Piraci). Ficaram nessa gravadora apenas dois anos: 1967 e 1968. Apesar de pouco tempo na RCA-Victor, fizeram sucesso com “Seresteiro do Sertão” (Tonico/Garrafinha) em 1967. Já em 1968 gravaram “Querer Bem” (Irmãos Motta), “Pé da Letra” (Tonico/Augusto Autran), “Carreiro Triste” (Tonico/Bolinha), “Canoeiro do Mar” (Tonico/Alencar) e “Presépio” (Tonico), assim foi sua memorável passagem pela etiqueta do cachorrinho, onde suas músicas são relançadas e permanecem em catálogo até hoje.

Ano de 1969, novas mudanças na carreira de Tonico e Tinoco, eles estreiam na Rádio Bandeirantes onde permanecem até 1983. Voltam a pertencer ao Cast da Continental, gravam 04 Lps nesse ano, dois deles em comemoração ao aniversário de carreira da dupla: “26 Anos de Glória” gravado no Teatro da Rádio Bandeirantes com a apresentação do Carlito e “27 Anos” onde gravam antigos sucessos imortalizados nas vozes de grandes intérpretes, tais como, “Maringá” (Joubert de Carvalho), “Chuá, Chuá” (Pedro de Sá Pereira/Ary Pavão), “Luar do Sertão” (Catulo da Paixão Cearense). 
No cinema, em 1969, fizeram “A Marca da Ferradura” de Nelson Teixeira Mendes.

 

 

Raul Torres e Florêncio foram desde 1942 ídolos da música caipira, os próprios Tonico e Tinoco se espelharam na dupla no início da carreira. Raul Torres (Vide Link Compositores) ao lado de João Pacífico foram uma das maiores duplas de compositores que já existiram no gênero caipira. Em 1970 Tonico e Tinoco resolvem lançar um LP intitulado “Recordando Raul Torres” em homenagem a esse grande ídolo. Conseguiram a autorização para gravar as músicas, entre elas, “Moda da Mula Preta”, “Pingo d´Agua” e “Chico Mulato” (Raul Torres/João Pacífico), mas infelizmente Raul Torres não chegou a ouvir as gravações, tendo falecido dois meses antes.

Em 1971 lançaram “Chalana” (Mário Zan/Arlindo Pinto) e vários sucessos em homenagem ao Mato Grosso e ao Paraguai no LP “Laço de Amizade”. Gravaram em referência a famosa estrada do norte do Brasil, “Transamazônica” (Tonico/Caetano Erba) e em homenagem a sua terra natal, São Manoel/SP “Minha Terra, Minha Gente” (Tonico). Filmaram ainda nesse ano “Os Três Justiceiros” de Eduardo Lorente, uma espécie de bang-bang, sem muito sucesso.

Em 1972, já com um enorme prejuízo, filmam “Luar do Sertão” de Osvaldo de Oliveira e desistem da carreira de atores. Quase faliram nessa incursão pelo cinema. Mazzaropi fazia sucesso e fortuna pois produzia, distribuía e fiscalizava seus filmes, já Tonico e Tinoco sem condições de ter um fiscal na porta de cada cinema onde seus filmes eram exibidos, foram passados para trás, arcando com um prejuízo imenso.

Em 1979, precisamente no dia 6 de junho, Tonico e Tinoco fazem o que nenhum caipira havia sonhado: apresentam-se no Teatro Municipal, em São Paulo, num show de três horas que reúne um público recorde de 2.500 pessoas. Da beira da tuia, celeiros centenários onde cantavam no passado, os irmãos Perez chegavam a um dos mais famosos teatros do mundo, que até então só abria suas portas para óperas, balés e concertos eruditos.

Permaneceram na Continental até 1982, emplacando vários sucessos. Nesse ano resolvem ir para a Copacabana onde mudam seu repertório, passam a gravar músicas mais alegres, arrasta-pés divertidos e Nadir Perez, esposa de Tinoco passa a assinar várias músicas com a dupla. Gravam Loira, Loirinha (Tonico eTinoco e Nadir), “Cidade Grande” (Pelé) em 1982 e “Baile na Roça” e “Viva a Viola” de Tinoco e Nadir em 1983. No ano de 1983 estreiam o programa “Na Beira da Tuia”, na TV Bandeirantes e lançam o filme “O Menino Jornaleiro”, só que dessa vez como cooprodutore

Receberam na época do rádio mais de 100 mil cartas

Em 1984 participam do filme “A Marvada Carne” de André Klotzel, como convidados especiais e voltam para a Chantecler que nessa época já havia feito a fusão com a Continental e passaram a ser uma só, onde lançam Rei dos Boiadeiros (Tinoco/Nadir). Em 1987 é sucesso Festa na Roça (Tinoco/Nadir). No ano de 1988 gravam “Caipirinha do Arraiá” (Tinoco/Nadir).

 

 

Em 1989 voltam para a Copacabana e gravam “Mãe Natureza” (Tinoco/José Carlos). Nesse disco Tonico já se encontrava bastante debilitado mas continuava sua carreira maravilhosa. Em 1991 na RGE gravam “Juventude no Arrasta-pé” (Tinoco/Nadir).

No ano de 1994 na Polygram com a produção de José Homero e Chitãozinho gravam seu último trabalho, onde destaca-se, “Coração do Brasil” (Joel Marques/Maracaí) com participação especial de Chitãozinho & Xororó e Sandy & Júnior, e “Chora Minha Viola” (Nilsen Ribeiro/Geraldo Meirelles).

Cantando em todos os canais de televisão de São Paulo, com programa exclusivo na TV Bandeirantes, a dupla excursionou pelos Estados do Centro e Sul do país. Vale citar que Tonico e Tinoco tinham uma aceitação fenomenal na região Sul do Brasil, uma região marcada pelo seu tradicionalismo mas que sempre teve as portas abertas para Tonico e Tinoco. A dupla por sua vez em todos Lps sempre homenageava a região Sul com músicas e o público lhe era fiel por isso. A viola e o violão deles sempre possuiu uma harmonia perfeita com a "Cordeona" dos gaúchos, catarinenses e paranaenses. Sempre preferiu, entretanto, as estações de rádio, onde atuou com programas exclusivos na Tupi, Nacional e Bandeirantes, de São Paulo.

 

 

Tonico faleceu em 13 de agosto de 1994 e a partir de então, sem arrefecer, Tinoco e Tinoquinho, continuam a nos encantar com suas modas inesquecíveis!

Finalizando esta biografia, em um belo e rico resumo, podemos afirmar que Tonico e Tinoco, a maior dupla sertaneja de todos os tempos, foram protagonistas dos eventos abaixo descritos, ao longo de sua belíssima carreira de 60 anos:

- Quase 1000 gravações divididas em 83 discos de 78 RPM, 14 compactos Duplos, 09 Compactos Simples e 84 LPs de 33 rpm. A era dos CDs a dupla não acompanhou devido ao falecimento do Tonico em 1994, mas mesmo assim as gravadoras a que eles pertenceram já lançaram no mercado um total de 60 CDs. Tonico e Tinoco venderam mais de cento e cinquenta milhões de cópias, realizando cerca de 40.000 apresentações em toda a carreira.

- Participaram de sete filmes de longa metragem: 

"Lá no Meu Sertão", com direção de Eduardo Llorente, 1961.


 

“LÁ NO MEU SERTÃO”

 

Cinematográfica Cruzeiro do Sul Ltda

Produção: João Salvador Perez e José Perez

Produção Executiva: Eduardo Llorente

Duração: 89 minutos (Preto e Branco)

Categoria: Drama

Ano: 1963

Filmagens: Descalvado - SP; Fazenda da Lagoa Alta e Fazenda Santa Maria

 

Sinopse: Numa fazenda, com casas de pau-a-pique, planícies, cachoeiras e lago moram Glorinha,

filha de fazendeiros, e José, filho de colonos da fazenda e os dois jovens apaixonam-se.

Janjão, também filho de fazendeiros é apaixonado por Glorinha e pede a moça em casamento,

porém ela o rejeita  provocando com isso uma luta entre os rivais.

Os irmãos João (Tonico) e José (Tinoco) partem com a família para São Paulo para participarem

num concurso promovido pelo programa “Arraial da Curva Torta” pela Rádio Difusora.

Devido ao sucesso, a dupla passa a percorrer outros Estados e participar de programas de auditório

(Rádio Nacional) ganhando o sucesso e a fama.

O filme trata com muita propriedade da própria história da dupla Coração do Brasil – Tonico e Tinoco.

 

Elenco:

 

Tinoco

Tonico

Figueiredo, Maximira

Chiquinho

Marçal, Liria

Martins, Wanderley

Militello, Humberto

Fernandes, Linda

Tito Neto

Nhá Barbina

Nhô Zé

Pirolito

Dandrello, Iracema de

Castro, Alberto de

Batista, Enoque

Ferreira, Paulo

Priminho

Rosa, José

Torrinha

Filizola, Pedro

Jorge, Rogerio

Diniz, Carla

Aparecida, Ilze

Gavino, Luiz

Camargo, Benedito

Souza, Osvaldo de

Gomes, Carlos

Bigua

Biguasinha

 


 "Obrigado a Matar", com direção de Eduardo Llorente, 1965.

 


 

“OBRIGADO A MATAR... (Baseado na lenda de Chico Mineiro)”


Sinopse: Já é quase noite. Compadre Tião (Tonico), velho boiadeiro, percorre com poucas cabeças de gado aqueles

sertões de Goiás. Relembra os velhos tempos e revive, naqueles caminhos, sua juventude.

Foi por aqueles campos que Chico Mineiro viveu!

Isso aconteceu há muitos anos atrás.

Honório Aragão, rico boiadeiro, após acampar seus animais num dos “pousos” seguiu para a cidade.

Mal sabia que estava sendo vigiado e quase prestes a ser atacado pelo mais temível bandoleiro da região,

Primo Barbosa, desejoso de apoderar-se de sua bolsa.

Felizmente, na cidade a indiscrição de um dos “capangas” de Primo Barbosa fez com que a notícia do assalto

chegasse aos ouvidos do valente peão Chico Mineiro (Tinoco), de quem afirmavam que só matava em defesa

própria ou daqueles que amava.

Chico Mineiro então, no exato momento em que Honório estava sendo atacado salvou-lhe a vida. E, deste dia

em diante os dois homens não mais se separaram.

Mas, Chico era um tipo estranho e Honório, embora sendo-lhe muito grato temia-o. O peão falava em não matar

e matava; falava constantemente em Deus e violava suas leis. Chico Mineiro desde menino fora “obrigado a

matar” e, por isso ficara marcado!

Um dia, quando os dois boiadeiros atravessavam o rio, avistaram à margem terrível cena: atado a uma árvore,

um jovem estava sendo brutalmente espancado por outro indivíduo. Honório, enraivecido, enfrentou o malfeitor

subjugando-o e, qual não foi sua surpresa ao verificar que o moço maltratado era uma jovem mulher; Marta!

Com a morte do pai, Arruda, irmão de Marta, assumira a chefia da família, tornando-se autêntico déspota.

Sabedor dos amores de Marta e Olegário, filho de um seu antigo desafeto, Arruda mutilara-o barbaramente e,

perante a revolta de Marta, decidira castigá-la também, quando imprevistamente surge Honório.

Agora, já eram três: Chico, Honório e Marta. Durante a caminhada para Barretos, a jovem tentou por todos os

meios conquistar as boas graças de Honório, vendo nele o instrumento ideal para sua vingança contra o irmão.

Chico Mineiro, adivinhando as intenções de Marta, temia por Honório, advertindo-o a respeito. Arruda, por sua

vez, prosseguia perseguindo o grupo, provocando inclusive um estouro da boiada, momento em que Honório

chegou quase a matá-lo, não fosse a intervenção de Chico, leal seu companheiro.

Numa noite fria, usando o blusão de Honório, Chico Mineiro iniciava sua ronda costumeira pelo acampamento.

Arruda, escondido à espreita de hora propícia, vislumbrando apenas uma silhueta que pensou ser de Honório,

assassinou barbaramente, o valente peão.

Sua morte surpreendeu a todos, consternando-os profundamente. Mais chocado ainda ficou Honório Aragão

ao descobrir através de documentos que Chico era seu legítimo irmão, aquele irmão que conforme lhe contava

sua mão, saíra um dia de casa para não mais voltar.

Iniciou então, intensa perseguição contra Arruda, impelido sobretudo por Marta. Mas, certo dia caiu em si,

perguntando-se se caberia a ele fazer justiça com suas próprias mãos. A jovem também se arrependeu.

E, no instante em que os dois homens se defrontaram armados, Marta, interferindo na luta foi mortalmente ferida.

O mesmo sucedeu a Arruda que, talvez por vontade divina, encontrou a morte em sua própria arma.

Honório, desde então, tendo vendido todos os seus pertences, embrenhou-se sertão adentro e dele nunca

mais se soube.

Compadre Tião continua relembrando. Aquela cruz humilde marca a sepultura de Chico Mineiro.

E a noite caí por completo.

 

FICHA TÉCNICA

 

Data e local de produção

Ano: 1965

País: BR

Cidade: São Paulo

Estado: SP

Certificados

Certificado de Censura Federal 26.110 de 15.10.1965, livro 5, 3 cópias, 16mm, 3.073m,proibido para menores

de 14 anos.Certificado de Censura Federal 26.118 de 15.10.1965, livro 5, 127m, trailer, 9 cópias, 35mm, trailer,

proibido para menores de 14 anos.

Produção

Companhia(s) produtora(s): Cinematográfica Cruzeiro do Sul Ltda.

Produção: Perez, João Salvador; Perez, José

Produção executiva: Llorente, Eduardo

Assistência de produção: Moreira, Pedro L.

Gerente de produção: Filizzola, Pietro B.

Distribuição

Companhia(s) distribuidora(s): B.G. Filmes Ltda.

Argumento/roteiro

Roteiro: Llorente, Eduardo

Diálogos: Perez, João Salvador

Adaptação: Perez, João Salvador; Llorente, Eduardo

Direção

Direção: Llorente, Eduardo

Assistência de direção: Martini, Martino

Fotografia

Direção de fotografia: Attili, Giorgio

Assistência de câmera: Kolozsvari, Gyula; Toloni, Pedro Carlos

Arranjos musicais: Migliori, Gabriel

Elenco

Tonico e Tinoco

Rony, Mirian

Nabuco, Maurício

Karan, Jorge

Castro, Alberto

Chiquinho

Martins, Wanderley

Perez, Elcio

Castro, Alberto de

Carvalho, Genê

Martins, Isa

Souza, Durvalino de

Paula, Glória de

Lima, Nestor

Oliveira, Douglas de

Fernandes, Linda

Lins, Ivone de

Labella, Cilene

Costa, Noel

Dias, Cristobal

Simão, Antonio

Barreto, Roberto

Chaud, Cláudio

Nhô Quitério

Pirajá

Carvalho, José de Oliveira

Portiolli, Cláudio

Passaia, José

Hreczynski, Franz

Santos, Edwaldo

Costa, José Celestino da

 

 "A Marca da Ferradura",com direção de Nelson Teixeira Mendes, 1969.

 


A MARCA DA FERRADURA

 

Data e local de produção:

Ano: 1971

País: BR

Cidade: São Paulo

Estado: SP

 

Sinopse:
 

Um homem cruel, que matara a mulher por ciúmes e que odeia a filha cega, domina

a região rural do interior de São Paulo. Regressando à cidade depois de muitos anos,

Tonico e Tinoco disfarçam-se em mascarados e procuram fazer justiça. O homem cruel,

num último acesso de fúria, se converte quando a filha, no altar de Nossa Senhora,

recupera a visão.

Gênero:

Musical; Sertanejo

Dados de produção:

Companhia(s) produtora(s): N. T. M. - Nelson Teixeira Mendes Produtora e Distribuidora de Filmes

Produção: Mendes, Nelson Teixeira

Direção de produção: Moreira, José Paulo

Companhia(s) distribuidora(s): N. T. M. - Nelson Teixeira Mendes Produtora e Distribuidora de Filmes

Autoria:  Oliveira Filho e Tonico

Roteirista: Luchetti, Francisco Rubens

Estória: Baseada em peça teatral Marca da Ferradura, A de Oliveira Filho e Tonico

Direção: Mendes, Nelson Teixeira

Direção de fotografia: Lombardi, Guglielmo

Câmera: Lombardi, Guglielmo

Montagem: Wani, Walter

Cenografia: Boy, Big

Música (Genérico): Mastroianni, Giuseppe

Identidades/elenco:

Tonico

Tinoco

Chiquinho

Leforet, Nelson

Galã, José

Leme, Cecília

Campanha, Silvia Maria

Matos, Antônio Eugênio

Alan, Joia

Magalhães, Faria

Silva, Zélia

Santos, Eduardo de Oliveira - Cel.

Simões, June

Souza, Berenice

Borges, Valda

Lancer, Roy

Barreto, Roberto

Casseca, Arnaldo Vieira

Pires, Aparecida Firmino

Arouasse, Elie Robert

Inellas, Gabriel Zaccaria

Rizzo, Sebastião

Leal, Lourdes

Leal, Léa

Carijo, Luciano

Fernandes, Jota

Soares, Flávio Augusto

Dandoro, Joane

Participação especial Moraes, Ruthinéa de

 

"Os Três Justiceiros", com direção de Eduardo Llorente, 1971.

 


 

OS TRÊS JUSTICEIROS

 

Data e local de produção:

Ano: 1972

País: BR

Cidade: São Paulo

Estado: SP

 

 

Sinopse:

"Bento de Souza, devoto de São João, em cuja honra promove anualmente festas famosas, não é

correspondido por sua esposa, Inocência, que o trai com Trindade, um homem vadio e asqueroso

que vive às custas do próprio Bento. Naquele ano, revoltado com os boatos a seu respeito, Bento

resolve dar sua última festa e expulsar Trindade de casa. Mas nem assim terminam suas desgraças.

O "coronel" Tancredo, homem de baixos instintos e sem escrúpulos, apaixona-se por Jurema,

filha mais nova de Bento, e planeja raptá-la. Mas Serapião, namorado de Candinha, outra filha de Bento,

consegue salvar Jurema da trama. Defende-a contra os capangas de Tancredo que, furioso, ataca o

lugar, disposto a aniquilar Bento. Avisado por amigos de Serapião, Tonico e Tinoco, com a ajuda de

Chiquinho, formam o trio de justiceiros que vêm em socorro de Bento, restabelecendo a ordem no vilarejo."

Gênero:

Aventura rural

Dados de produção:

Companhia(s) produtora(s): N. T. M. - Nelson Teixeira Mendes Produtora e Distribuidora de Filmes

Produção: Mendes, Nelson Teixeira

Direção de produção: Moreira, José Paulo

Produção executiva: Spadoni, Américo

Coordenação de produção: Scarlatti Jr., Alfredo

Companhia(s) distribuidora(s): Difibra Distribuidora de Filmes Ltda.

Autoria: Peres, João Salvador

Roteirista: Mendes, Nelson Teixeira

Estória: de Peres, João Salvador

Direção: Mendes, Nelson Teixeira

Direção de fotografia: Lombardi, Guglielmo

Câmera: Lombardi, Guglielmo

Montagem: Leme, Roberto

Cenografia: Boy, Big

Música (Genérico): Mastroiani, Giuseppe

Elenco:

Tonico

Tinoco

Chiquinho

Leforet, Nelson

Galã, José

Carvalho, Edilse de

Mayor, Miriam

Astrogildo Filho

Pires, Jorge

Silva, Euripedes da

Pirulito

Jardim, Alexandre

Barreto, Roberto

Dantas, René

Teixeira, Mário Lúcio

Participação especial Moraes, Ruthinéa de

 

 

 "Luar do Sertão", com direção de Osvaldo de Oliveira, 1972.

 



LUAR DO SERTÃO

 

 Data e local de produção:

Ano: 1971

País: BR

Cidade: São Paulo

Estado: SP

Sinopse:

Numa cidadezinha do interior paulista, todos vivem felizes: Tinoco e sua noiva Joana, Pirulito e Nhá Barbina.

Um dia chegam os homens encarregados de abrir uma estrada de ferro e, com eles, os aborrecimentos.

Paulo, um dos engenheiros, tenta afastar Joana de Tinoco. Este é acusado do roubo do dinheiro dos

operários e vai preso. Tonico pressiona o delegado a investigar o caso, para que Tinoco prove sua

inocência.

Gênero:

Musical

Dados de produção:

Companhia(s) produtora(s): Titanus Filmes; Servicine - Serviços Gerais de Cinema Ltda.

Produção: Palácios, Alfredo; Galante, Antonio Polo

Direção de produção: Camargo, Letacio

Companhia(s) distribuidora(s): Titanus Filmes

Argumento: Tonico e Tinoco; Palacios, Alfredo

Roteirista: Souza, Márcio de; Oliveira, Osvaldo de; Lucia, Ana

Direção: Oliveira, Osvaldo de

Direção de fotografia: Oliveira, Osvaldo de

Câmera: Oliveira, Osvaldo de

Técnico de som: Cabalar, Julio

Montagem: Renoldi, Sylvio

Elenco:

Tonico

Tinoco

Simplicio

Barbina, Nhá

Pirolito

Costa, Marlene

Bakker, Petrus

Camargo, Letacio

Sacomani, Luiz

Santiago, Baby

Louzada, Wilson

 


"O Menino Jornaleiro", com direção de André Klotzel, tendo Tonico e Tinoco, como convidados especiais, 1984.

 

 

 

“O MENINO JORNALEIRO”

 

Sinopse: Bebeto, filho de Tonico e sobrinho de Tinoco, abandona a vida confortável na fazenda de

seu pai e seu tio para ser charreteiro de Sonia, filha de um fazendeiro vizinho e a quem ela ama em

segredo. O jovem leva diariamente sua amada à escola da cidade, onde ela é professora, passeia

com ela pelos campos e a acompanha a festas, até que um dia lhe confessa seu amor. Sonia revela

que seus sentimentos por ele não vão além de uma forte amizade: ele lhe é como um irmão;

Bebeto no entanto, continua a alimentar suas ilusões, até que certo dia chega à fazenda um agrônomo

contratado pelo Sr. Paulo, pai de Sonia. O agrônomo, um jovem bem apessoado chamado Rodrigo.

Sonia e o rapaz se apaixonam a primeira vista. Bebeto transtornado, muda totalmente o comportamento.

E promete à Sonia que, se ela casar com Rodrigo, ele o matará. Sonia queixa-se ao pai, que depois de

uma violenta briga com Bebeto na cidade, o despede. Bebeto junta-se a outros elementos anteriormente

despedidos da fazenda do Sr. Paulo e que também antipatizavam com o agrônomo e passa os dias

bebendo em sua companhia no armazém do seu Manuel. Um dia eles cercam Rodrigo e, apesar das

tentativas que Bebeto faz para impedir os demais , eles espancam barbaramente o agrônomo.

Inutilizado pela surra, Rodrigo desiste do casamento, torna-se amargo e passa a viver em função de

vingar-se. Com Sr. Paulo e alguns jagunços ele parte em perseguição aos agressores, dando início a

uma série de tocaias, confrontos violentos cujo desfecho será trágico.

Paralelamente a esta história, desenrola-se o drama do pequeno jornaleiro Joãozinho, menino conhecido

e querido na cidade que deve trabalhar duramente apesar de sua pouca idade para ajudar a mãe e o pai,

um carpinteiro que se encontra gravemente enfermo.

A par da ação, o filme é pontilhado de canções da dupla Tonico e Tinoco. Entre elas: Filho de Carpinteiro,

Brasil Caboclo e muitas outras.

Gênero

Drama rural

Dados de produção

Companhia(s) produtora(s): ACES

Produção: Caversan, Alcides; Sales, Edson

Direção de produção: Paulo, José; Pereira, Verginia

Produção executiva: Caversan, Alcides; Sales, Edson

Equipe de produção: Paulo, José; Pereira, Verginia

Companhia(s) distribuidora(s): Cobra Filmes

Argumento: Caversan, Alcides

Roteirista: Caversan, Alcides

Direção: Caversan, Alcides

Direção de fotografia: Alves, Renato

Câmera: Alves, Renato

Técnico de som: Ventura, Jorge

Efeitos especiais de som: Marcos, Anires

Montagem: Wani, Walter

Cenografia: Sales, Edson

Música (Genérico): Tonico e Tinoco; Marcos, Anires; Viana, Renato

Locação: Santana do Parnaiba - SP; Piracaia - SP; Saresópolis - SC; Fazenda Santa Rita - SP;

Luís Carlos, Município de Guararema - SP; Fazenda do sr. Miro, Guararema - SP

Identidades/elenco:

Tonico

Tinoco

Barbosa, José Luis

Ayala, Daliléa

Caversan, Alcides

Fontaine, Alan

Bruno, Renato

Oliveira, Arcilio C. de

Maris, Verginia

Veloso, Julia

Barbosa, Jak

Rodrigues, Aroldo

Santos, Benedita dos

Mecennas, Dalvan

Grey, Deborah

Coutinho, Danilo

Carvalho, Dorival Pereira

Caversan, Elizio

Cataldo, Francesco

Alves, Hiandra

Caversan, João

Sardinha, José

Gomes, Jorge

Luz, José Francisco da

Abreu, Lurdes de

Fernandes, Lucio

Francisco, Luis

Freitas, Marcos

Serra, Marcos Peres

Souza, Nalva de

Vieira, Nilson Fernandes

Oliveira, Nivaldo de

Soares, Paulo

Vianna, Renato

Alves, Renato

Coutinho, Sérgio

Santos, Sonia de Sousa

Frank, Valdir de Mello

 


 "A Marvada Carne", com direção de André Klotzel, tendo Tonico e Tinoco, como convidados especiais

 

 

A MARVADA CARNE

 

Direção e local de produção:

Ano:1985

País: BR

Cidade:

Estado:

Sinopse:

Nhô Quim vive nos cafundós em companhia do cachorro e da cabra de estimação.

Aquela vidinha besta no meio do mato não dá pé e ele resolve cair no mundo e

procurar a solução para duas questões que o incomodam: arranjar uma boa moça

para o casório e comer a tal carne de boi, um desejo que fica ruminado, sem parar,

dentro dele. Nas suas andanças Nhô Quim, vai dar na casa de Nhô Totó, cuja filha

está em conflito com Santo Antonio, que não anda colaborando para ela arranjar

um bom marido.E logo Nhô Quim descobre que o pai da moça tem um boi reservado

para a ocasião do casamento da filha.Será este o momento para Nhô Quim seus dois

 maiores desejos?

Gênero: Comédia

Dados de Produção:

Companhia Produtora:Tatu Filmes

Produção:Cláudio Kahns

Direção de Arte:Adrian Cooper

Música: Rogério Duprat e Passoca

Roteiro:

André Klotzel e C.A. Sofredini

Argumento e Produção:André Klotzel

Elenco:

Adilson Barros

Fernando Torres

Dionísio  Azevedo

Genny Prado

Regina Casé

Lucélia Machiavelli

Paco Sanches

Henrique Lisboa

Chiquinho Brandão

Tio Celso.

 

Shows somente nas emissoras de rádio e circos

 

 

- Durante 40 anos apresentaram-se em Circos e Teatros. Criaram uma Companhia Circense, com a qual percorreram todo o País. Em cada Circo realizavam três sessões por noite. São autores de muitas peças teatrais circenses, entre elas: Chico Mineiro, Tristeza do Jeca, Mão Criminosa, A Marca da Ferradura, Nós e o Destino, É Crime Não Saber Ler, Justiça Divina, Lar Infeliz, Mágoas de Palhaço, Tentação do Vício, Papai Noel Chorou, Último São João, As Madrastas Também Choram, Curitibanas, Morro do Girau, Cabocla, Velho Pai, Deus Tarda Mas Não Falha, Inocente Condenado, Nossa Mãe Honrarás, Última Confissão, Bolo de Amor, Vestido de Noiva. Trabalharam 50 anos em Rádio na seguinte ordem: Rádio Difusora, Rádio Tupi, Rádio Nacional (hoje Globo)e Rádio Bandeirantes. Realizaram um trabalho de utilidade pública durante muitos anos, pois o Rádio era o único meio de comunicação que atingia todo o País. Através de seus programas os ouvintes se comunicavam com parentes distantes.

- Participaram da primeira transmissão da Televisão Brasileira, no ano de 1950. Apresentaram o Programa Na Beira da Tuia nas seguintes emissoras - Bandeirantes(1983),e SBT(1988), Cultura (Viola, Minha Viola).

- Realizaram grandes eventos, como: A Grande Noite da Viola, no Maracanãzinho/Rio de Janeiro(1981), Teatro Municipal de São Paulo(1979), Semana Cultural Tonico e Tinoco no Centro Cultural de São Paulo(1988) e o Troféu Tonico e Tinoco (1992). No mesmo ano, realizaram um show em conjunto com Chitãozinho e Xororó na cidade de São Bernardo do Campo/SP, onde reuniram um público estimado pela Polícia Militar em 100.000 pessoas.

 

 

- Entre as inúmeras premiações destacamos: 04 Roquetes Pinto, Medalha Anchieta(Comenda da Cidade de São Paulo), Ordem do Trabalho (Ministro do Trabalho Almir Pazzianoto), Ordem do Mato Grosso (Comendador), Troféu Imprensa, 02 Prêmios Sharp de Música e o Prêmio Di Giorgio.

-O slogan "A Dupla Coração do Brasil", surgiu em 1951, quando o humorista Saracura resolveu batizá-los assim, pela interpretação de todos os ritmos regionais.

 

FIM DA DUPLA TONICO E TINOCO

 

Tonico (João Salvador Perez), faleceu no dia 13 de agosto de 1994, após uma queda da escada do prédio onde morava. O último show da Dupla Tonico e Tinoco, foi na cidade matogrossense de Juína, no dia 07 de agosto de 1994. Tinoco encontrou forças no amor que recebeu dos fãs, e na saudade do companheiro que partiu. Realizou mais de trinta apresentações contratadas anteriormente a morte do irmão.

TINOCO E ZÉ PAULO

No início do ano de 1995 Tinoco encontrou-se com Zé Paulo, que durante muitos anos cantou ao lado de Peão Carreiro. Deste encontro surgiu uma nova parceria no meio sertanejo. A Gravadora Transcontinental lançou o único CD da dupla no mesmo ano. Em junho de 1996, os amigos decidiram seguir seus próprios caminhos.

TINOCO E TINOQUINHO

Uilton Antônio dos Santos, 27 anos de carreira, gravou 02 compactos e 02 CDs. Trabalhou na década de 70 com a Dupla João Mineiro e Marciano. No início de 1980, resolveu formar sua Banda, realizando grandes eventos pelo interior do Estado de São Paulo. 
Em 1992, "Uilton Santos" (nome artístico) trouxe a sua Banda para integrar o Show de Tonico e Tinoco. 
Com o passar do tempo foi batizado como "Tinoquinho", e adotado de coração por Tinoco como filho. Em junho de 1996 surge a nova formação "Tinoco e Tinoquinho". 

 

 

No ano de 1997 lançaram um CD voltado para a Entidades Carentes. Trabalharam em Comunidades e Associações da cidade de São Paulo. Realizaram mais de 300 apresentações em 15 meses de trabalho. 
Em 1998 a Gravadora Movie-Play lançou no mercado fonográfico um CD com Tinoco cantando as duas vozes. Esta foi a forma que Tinoco encontrou para homenagear Tonico, seu eterno parceiro.

Perto da virada do século, "Tinoco e Tinoquinho" resolveram homenagear os 500 Anos do descobrimento. Através da música "Brasil Caipira", a Dupla canta e conta a história do nosso País. O nome do CD não poderia ser outro, "Brasil Caipira", que está recheado de sucessos já conhecidos do grande público. É mais um lançamento da Gravadora Movie-Play, que resgata assim, a obra da Dupla Caipira mais importante do nosso século, "Tonico e Tinoco".

No dia 21 de novembro de 2000, Tinoco comemorou 80 anos de vida, e 65 anos de carreira no Olympia/São Paulo, com a presença de vários amigos como: Chitãozinho e Xororó, Sérgio Reis, Bruno e Marrone, Jaine, Gilberto e Gilmar entre outros. Mais de 1500 pessoas lotaram o Olympia, homenageando o maior mito da Música Sertaneja: "Tinoco do Brasil". Em março de 2001, a Gravadora Movieplay lançou o CD Show da Vida.

No dia 17 de julho de 2001, Lançou-se na Casa de Espetáculo Olympia em São Paulo, o Show "Arraial Tinoco do Brasil", que consiste em um espetáculo que se passa dentro de uma Festa Caipira, com direito a quadrilha, casamento, música country/caipira, dentro de um cenário original e a participação do violeiro Rodrigo Mattos. O espetáculo contou com a participação de novos talentos, como foi o caso da Dupla Luiz Ricardo e Perceu, que hoje fazem parte da caravana dos Shows de Tinoco e Tinoquinho que percorrem todo o Brasil.

 

Museu em São Manoel S. Paulo em homenagem a Tonico e tinoco

Juntamente com o Jornalista Gildo Sanches, de São Manuel, Tinoco prepara-se para lançar um livro com sua biografia, até chegarmos aos dias de hoje . Nome do livro que será lançado pela Editora Perez: "Tinoco, um Herói do Sertão", que conta com comentários do Prefeito Municipal de Pratânia Roque Jonner (cidade natal de Tinoco), e tem o prefácio escrito pelo Presidente do Tribunal do Trabalho, Ministro Almir Pazzianotto Pinto. (Obs: lançado em 2004)

 

TONICO E TINOCO

ARQUIVO DE DOCUMENTOS DE TONICO E TINOCO

Complementando esta bela biografia da nossa querida dupla, colocamos a seguir, alguns documentos

importantes de suas vidas. Eles nos foram enviados pelo grande amigo Ramiro Viola, da dupla sertaneja Ramiro Viola e Pardini, de Botucatu, que foram muito amigos de Tonico e principalmente do Tinoco, tendo um contato muito grande com ele, até o fim de sua vida.

 

Certidão de casamento dos pais da dupla de cantadores.

 

 

Certidão de nascimento do Tonico. Este documento vem fazer uma correção importante, quanto à data exata de seu nascimento. Ela sempre foi divulgado, inclusive por nós , como sendo 02/03/1917, quando na verdade ele nasceu em 06 de abril de 1917, conforme certidão anexa.

 

Certidão de nascimento do Tinoco, com data correta.

 

 

Certidão de casamento do Tinoco.

 

 

 

Certidão de Nascimento do Tinoco

 

 

catuCertidão de Batismo do Tinoco ocorrido em Botuv4

 

 

 

Tião Carreiro

 

 

José Dias Nunes, conhecido como Tião Carreiro (Montes Claros, em 13 de dezembro de 1934. Transferiu-se para São Paulo, em 15 de outubro de 1956), foi um cantor brasileiro de música sertaneja de raiz e muitas duplas são influenciadas por sua música.

Criado numa fazenda nos arredores de Araçatuba, Interior do estado de São Paulo, começou a tocar violão ainda pequeno, com 8 anos de idade, quando também já cuidava do arado e dos afazeres na roça.

Aprendeu a tocar Viola na adolescência, praticamente sozinho, sem nunca ter tido um professor. Isto porque em 1950, com apenas 13 anos, Tião Carreiro trabalhava no Circo Giglio, onde já cantava em dupla com seu primo Waldomiro da dupla Palmeirinha & Coqueirinho. O dono do circo dizia que "dupla de violeiros tinha que tocar viola" enquanto que na época, Tião tocava violão.

 

Tião Carreiro e Pardinho - Reis e criadores do Pagode no Brasil


No mesmo ano, o mesmo circo apresentava em Araçatuba a dupla Tonico & Tinoco. E enquanto os irmãos estavam no hotel, Tinoco havia deixado sua viola no circo e Tião aproveitou para "decorar a afinação escondido".

Tião Carreiro cantou em diversas duplas, tendo adotado diferentes nomes artísticos, tais como Zezinho (com Lenço Verde), Palmeirinha (com Coqueirinho) e Zé Mineiro (com Tietezinho). Lenço Verde e Coqueirinho eram pseudônimos do mesmo parceiro, o Waldomiro, que era primo de Tião Carreiro. Suas parcerias mais famosas foram com Antônio Henrique de Lima (o Pardinho) e Adauto Ezequiel (o Carreirinho).

 

Pardinho

Alcançou sucesso ao formar dupla com Pardinho, e foi o inventor do pagode sertanejo,  não se confunda com o pagode do samba, mas hoje em dia, esse termo é pouco utilizado. Dentre os maiores sucessos de Tião Carreiro temos: Pagode em Brasília, que foi o primeiro pagode, criado juntamente com Lourival dos Santos, em 1959, Boi Soberano, Filhinho de Papai, Amargurado, Saudade, Arapô,  Cochilou Cachimbo Cai entre outros. A discografia de Tião Carreiro soma mais de 45 discos, tonando-se hoje em dia considerada "Cult" pelos admiradores de Música Sertaneja, é encontrada facilmente em qualquer loja de discos do Brasil.

Tião ficou doente ainda no auge de sua carreira, com diabetes. Veio a falecer no dia 15 de outubro de 1993 em São Paulo.

 

Filha Alex e a Viuva dona Nair, do saudoso Tião Carreiro

 

Em 1954Tião Carreiro conheceu Pardinho no Circo Rapa/Rapa, em Pirajuí, quando Tião ainda tinha o pseudônimo de Zé Mineiro. Lá, eles cantaram pela primeira vez. Em 1956, resolveram tentar a sorte em São Paulo, onde conheceram o prestigiado compositor sertanejo Teddy Vieira que, ouvindo a dupla, batizou José Dias Nunes de Tião Carreiro. Em novembro de 1956, gravaram o primeiro disco juntos com destaque para as músicas "Cavaleiro do Bom Jesus" (de João Alves, Nhô Silva e Teddy Vieira) e "Boiadeiro Punho de Aço" (de Teddy Vieira e Pereira).

 

Pardinho - Xororó - Tião Carreiro - Tonico e Tinoco - Chitãozinho - Cesar

 

A dupla Tião Carreiro e Pardinho é tida como uma das principais da música sertaneja de raiz e inventores do pagode, considerados artistas de primeira linha no gênero. Encenaram também duas peças teatrais, "O Mineiro e o Italiano", um melodrama baseado na música, e "Pai João", o drama de um velho carreiro, e gravaram o filme Sertão em Festa, ambos com grande sucesso. Tião Carreiro e Pardinho chegaram a gravar quase 30 LPs, todos remasterizados em CDs, que continuam em catálogo.

 

Outras informações sobre Tião Carreiro

 

 

Como já mencionamos anteriormente, José Dias Nunes começou cantando com o nome de Zezinho em parceria com Lenço Verde. A dupla não fez muito sucesso e ele trocou o nome para Palmeira e passou a fazer dupla com Coqueirinho. Posteriormente, passou a chamar-se Zé Mineiro e formou dupla com Tietezinho. Já Antônio Henrique de Lima iniciou fazendo dupla com Miranda e posteriormente com Zé Carreiro. A dupla Tião Carreiro e Pardinho formou-se em 1954. A dupla se apresentou em circos e praças públicas. Venceram o torneio de violeiros patrocinado pela Rádio Tupi de São Paulo em 1956 com o cururu "Canoeiro", de Zé Carreiro. A apresentação chamou a atenção de Teddy Vieira, compositor e então da Colúmbia, que os convidou para gravarem um disco. Foi Teddy Vieira quem criou os nomes da dupla, mudando o nome de Carreirinho para Pardinho e o de Tião Mineiro para Tião Carreiro. Tião Carreiro substitui o famoso Zé Carreiro, da dupla Zé Carreiro e Carreirinho.

 

Família de Tião Carreiro fica indignada com destino de viola

                                                    Alexandre Souza - 18/8/20

Viola estava ontem encostada a parede no Centro Ferroviário

Matéria publicada na Folha da Região

MONIQUE BUENO


Terça-Feira - 19/08/2008 - 03h01

 

notícia de que uma viola de grandes dimensões, construída em homenagem ao cantor Tião Carreiro, estava no chão, em meio a fezes de pombos, no Centro Cultural Ferroviário de Araçatuba, causou indignação nos familiares do violeiro, que moram em São Paulo. A viúva do cantor, Nair Avanço Dias, 73, e a filha Alex Marli Dias, 52, ficaram abaladas com o destino do instrumento. Ontem, a viola permanecia no local, encostada em uma parede. 'Muitos fãs do meu pai nos ligaram inconformados', disse Alex Marli. 'Fiquei triste, pois além de menosprezarem a viola, instrumento pelo qual meu pai era apaixonado, acabaram depreciando a imagem dele.'

A viola foi construída por João Espósito Neto, o João Viola, de Maringá (PR), conhecido como 'Gepeto dos instrumentos'. Tem 5,15 metros de altura e 1,61 de largura, segundo João da Viola. Foi feita com cedro, virola e caxeta. 'As cordas foram 
importadas da Alemanha', afirma.

João Viola idealizou o instrumento para homenagear o cantor Tião e decidiu doá-lo à Secretaria de 
Cultura e Turismo de Araçatuba. 'Eu ia até doar para o Museu Tião Carreiro a menor viola do mundo e um cavaco gigante, mas agora estou chateado e não vou mais fazer isso. Não importa onde ela fique exposta, o que importa é o cuidado', diz o criador. O Museu Tião Carreiro, em Araçatuba, foi anunciado, mas depende de reformas e ampliação do acervo para inauguração.

A filha do cantor, morto em 1993, afirmou que não foi contatada pelo município quanto à conclusão da reforma do museu e local para exposição do instrumento. 'A viola deve ser enrolada em cobertor ou outro tecido para evitar a ação do 
tempo enquanto a reforma do museu continua. Ficamos tristes porque meu pai teve uma grande parte de sua história em Araçatuba. A gente gostaria que a viola ocupasse um lugar de destaque', afirmou. 'Se o suporte que encosta a viola quebrou, há serralheiros na cidade que fazem o conserto. O que não pode é ficar em qualquer canto', emendou a viúva. 

Ela diz ainda que está muito chateada com a Prefeitura e com os vereadores da cidade, pois na entrega do instrumento, muitas solenidades foram realizadas e agora desprezam a homenagem. 'Não tem viola como essa no Brasil para ficar abandonada', reclamou.

Na reunião do Conselho Municipal de Cultura ontem, a conservação do acervo histórico foi tema de destaque. 'A notícia nos atentou sobre a preservação do patrimônio cultural; a viola deveria estar pelo menos bem acondicionada', disse a presidente do conselho, Eliete Godoy de Almeida, 43. Ela pretende discutir com a Secretaria de Cultura a reforma dos prédios destinados à conservação desse patrimônio.

 

Viola de Tião Carreiro que encantou o Brasil


SEM ESPAÇO - A vereadora Marly Garcia (PMN) se disse chateada com a situação e admitiu que faltou um cuidado maior com a viola. Quando o instrumento foi doado à cidade, em 2003, Marly era diretora de Cultura de Araçatuba. 'Assim que a recebi, colocamos em uma sala de vidro, na secretaria', disse. A vereadora afirma que a viola não será exposta no Museu Tião Carreiro por falta de espaço. 'Ela será atrativo do teatro Castro Alves, que também está em reforma', diz.

O secretário da Cultura e Turismo de Araçatuba, Alexandre Sonego, diz que o local onde se encontra a viola no momento foi limpo e o suporte já foi consertado. 'A viola não ficou abandonada, ela só estava mal acomodada, mas agora já está levantada. Entre segunda e terça, ela irá para o prédio da Prefeitura, onde ficará exposta até acabar a reforma do teatro Castro Alves', afirmou. De acordo com ele, a sala de vidro também passa por reformas. 

 

Veja publicação abaixo uma das composições gravadas pela dupla Tião Carreiro e Pardinho, ao longo de sua carreira. Reconhecidamente, dentre inúmeros sucessos um dos maiores já lançados até hoje. 

 

Pagode em Brasília

Tião Carreiro e Pardinho

Compositor: Lourival dos Santos / Teddy Vieira

Quem tem mulher que namora
Quem tem burro empacador

Quem tem a roça no mato me chame
Que jeito eu dou
Eu tiro a roça do mato sua lavoura melhora
E o burro empacador eu corto ele de espora
E a mulher namoradeira eu passo o coro e mando embora

Tem prisioneiro inocente no fundo de uma prisão
Tem muita sogra increnqueira e tem violeiro embruião
Pro prisioneiro inocente eu arranjo advogado
E a sogra increnqueira eu dou de laço dobrado
E os violeiro embruião com meus versos estão quebrado

Bahia deu Rui Barbosa
Rio grande deu Getúlio
Em minas deu Juscelino
De São Paulo eu me orgulho
Baiano não nasce burro e gaucho é o rei das cochilhas
Paulista ninguém contesta é um brasileiro que brilha
Quero ver cabra de peito pra fazer outra Brasília

No estado de Goiás meu pagode está mandando
No bazar do Vardomiro em Brasília é o soberano
No repique da viola balancei o chão goiano
Vou fazer a retirada e despedir dos paulistano
Adeus que eu já vou me embora que Goiás tá me chamando

 

 

No mesmo ano, gravaram seu primeiro disco pela Colúmbia. Era um 78 rpm com as músicas "Urutu cruzeiro" e "Resposta de bombardeio". Ainda em 1956, começaram a trabalhar na Rádio Tupi de São Paulo onde permaneceram por seis anos. O primeiro grande sucesso da dupla foi "Cavaleiro do Bom Jesus", de João Alves, Nhô Silva e Teddy Vieira. Gravaram, também, "Facão do Cristiano", de Dito Mineiro e Zé Carreiro, e "Boiadeiro feliz", de Zé Carreiro e Pardinho. Tião Carreiro é considerado juntamente com Lourival dos Santos o criador do pagode sertanejo, um estilo especial de tocar, dedilhando a viola de 10 cordas, assim como um jeito especial no versejar. O pagode foi lançado em 1959, com a música "Pagode de Brasília", composição de Lourival dos Santos e Teddy Vieira. Gravaram 15 discos de 78 rpm. " Rei do gado", "Boiadeiro punho aço", "Hoje eu não posso ir" e "Terra roxa", foram alguns de seus sucessos. O maior sucesso avulso foi "Rio de lágrimas", também conhecida como "Rio de lágrimas", de Lourival dos Santos, Tião Carreiro e Piraci, lançada no LP "A força do perdão". O LP de maior vendagem foi "Levanta patrão".

 

Tião Carreiro e Praiano

Em 1968, gravaram o LP "Em tempo de avanço", pela Chantecler, onde se destaca a música "A beleza do ponteio", biografia de Tião Carreiro de autoria de Capitão Furtado com música de Tião Carreiro. Em 1970, foram os principais intérpretes do filme "Sertão em festa", de Oswaldo de Oliveira, que ficou 32 semanas em cartaz no Cine Art Palácio em São Paulo. Naquele filme, Tião Carreiro e Pardinho interpretaram "Caboclinha malvada", de Serrinha, "Em tempo de avanço", de Lourival dos Santos e Tião Carreiro, "Gerimu", de Arlindo Pinto, "Mestre Carreiro", de Raul Torres, "Oi vida minha", moda de pião, de Cornélio Pires, e "Pagode", de Tião Carreiro e Carreirinho. A dupla separou-se por seis vezes. Uma delas em 1978, iniciando o maior período de afastamento, que terminou quando a dupla se reuniu em 1982, para gravar um novo LP. Gravaram mais de 55 discos com cerca de 700 músicas. Trabalharam nas Rádios Nacional, Record e Globo. Em 1976, o compositor e produtor caipira, Nonô Basílio, colocava a dupla como campeã de vendas à frente de Leo Canhoto e Robertinho, e com todos os discos em catálogo. No início dos anos 90, a dupla ainda fazia de três a quatro shows por semana nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo. Em 1991, a dupla separou-se definitivamente, com Tião Carreiro passando a formar dupla com Praianinho e Carreirinho indo cantar com João Mulato. Tião Carreiro faleceu em 1993, sem conseguir gravar nenhuma música de Luiz Gonzaga, conforme pretendia. Em 1996, ele foi homenageado no CD "Tião Carreiro e seus amigos", lançado pela Continental, em que suas músicas foram cantadas por artistas como Sérgio Reis, Zezé Di Camargo e Luciano, Irmãs Galvão, Almir Sater e Chitãozinho e Xororó.

 

Título de Cidadania honorária

 

Tião Carreiro e Pardinho dando entrevista em rádio local, no dia que receberam Título de Cidadania Honorária de Ituiutaba

Tião Carreiro e Pardinho receberam em vida, uma das mais importantes homenagens de suas carreiras gloriosas, através da Câmara Municipal de Ituiutaba, por iniciativa do vereador, programador e apresentador sertanejo (Programa Tarde Noite Cabocla), Hairton Dias (1989), em reconhecimento pela composição feita e gravada por eles: “Saudade de Ituiutaba”, onde divulgava a cidade, uma das mais progressistas do Triângulo e de Minas Gerais, nos quatro cantos do país. No dia da outorga aproximadamente dez mil pessoas compareceram a Praça Cônego Ângelo (Praça da Prefeitura da cidade), aonde se localiza o prédio daquela edilidade, lotando  as suas dependências, para assistir e ouvirem Tião Carreiro e Pardinho, não só cantar, mas discursarem também. Veja letra abaixo em homenagem a Ituiutaba.

Saudade de Ituiutuba

Tião Carreiro e Pardinho
  
As dores que já senti só uma que não acaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
 
Quem conhece Ituiutaba não esquece nunca mais
É onde se vê progresso e as belezas naturais
É uma terra abençoada coberta de amor e paz
Seu povo é uma família, é um diamante que brilha
No chão de Minas Gerais
 
As dores que já senti só uma que não acaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
 
Quando vou à Ituiutaba vou cantando triunfante
Quando chego vejo a vida mais bonita e fascinante
Na despedida eu choro porque vou ficar distante
Espero um dia na vida nesta terra tão querida
Também ser um habitante
 
As dores que já senti só uma que não acaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba
É a dor da saudade que sinto de Ituiutaba

 

Álbuns (LPs), mais tarde remasterizado em CDs.

·         1961 - Rei do Gado

·         1963 - Casinha da Serra

·         1964 - Linha de Frente

·         1964 - Repertório de Ouro

·         1965 - Os Reis do Pagode

·         1966 - Boi Soberano

·         1967 - Pagode na Praça

·         1967 - Os Grandes Sucessos de Tião Carreiro & Pardinho

·         1967 - Rancho dos Ipês

·         1968 - Encantos da Natureza

·         1968 - Tião Carreiro & Pardinho e Seus Grandes Sucessos

·         1969 - Em Tempo de Avanço

·         1970 - Sertão em Festa

·         1970 - Show

·         1970 - A Força do Perdão

·         1971 - Abrindo Caminho

·         1972 - Hoje Eu Não Posso Ir

·         1973 - Sucessos de Tião Carreiro & Pardinho

·         1973 - Viola Cabocla

·         1973 - A Caminho do Sol

·         1974 - Modas de Viola Classe "A"

·         1974 - Esquina da Saudade

·         1974 - Tangos em Dueto

·         1975 - Modas de Viola Classe "A" - Volume 2

·         1975 - Duelo de Amor

·         1976 - Rio de Pranto

·         1976 - Os Grandes Sucessos de Tião Carreiro & Pardinho - Volume 2

·         1976 - É Isto que o Povo Quer

·         1977 - Pagodes

·         1977 - Rancho do Vale

·         1978 - Terra Roxa

·         1979 - Disco de Ouro

·         1979 - Golpe de Mestre

·         1979 - Pagodes - Volume 2

·         1979 - Tião Carreiro em Solo de Viola Caipira

·         1981 - Modas de Viola Classe "A" - Volume 3

·         1982 - Navalha na Carne

·         1983 - No Som da Viola

·         1984 - Modas de Viola Classe "A" - Volume 4

·         1985 - Felicidade

·         1986 - Estrela de Ouro

·         1988 - A Majestade "O Pagode"

·         1994 - Som da Terra

·         1994 - Som da Terra - Volume 2 - Pagodes

·         1994 - Som da Terra - Volume 3 - Modas de Viola

·         1996 - Saudades de Tião Carreiro - Diversas Duplas

·         1998 - Sucessos de Ouro de Tião Carreiro & Pardinho - As Românticas

·         1999 - Popularidade

·         2001 - Warner 25 anos

·         2003 - Os Gigantes

·         2006 - Warner 30 anos

Observação: como já foi dito, em 1978, Houve o anúncio do fim da dupla, na época, Tião Carreiro formou dupla com o cantor e compositor Paraíso e lançaram 3 LPS, Sendo um ( 1978) pela Gravadora Continental e outros dois ( ambos em 1980) pela Gravadora Chantecler. Já Pardinho, formou a dupla Pardinho & Pardal, lançando 5 LPS (1 em 1978,1 em 1979, e 2 em 1980 e o último em 1981), depois fez dupla com Praiano, mas durou pouco tempo. tendo gravado apenas um LP.

Tião Carreiro deixa seu nome registrado nas páginas douradas e da eternidade, da musica sertaneja do Brasil, tendo sido ao longo de sua carreira um dos mais importantes e consagrados interpretes, compositor, arranjador, produtor, ator e músico, sendo considerado o maior tocador de viola caipira do Brasil. Até hoje influência muitos violeiros em início de carreira. A ele nossa eterna saudade.

 

Goiá

Goiá bem moço em Coromandel/MG

Gérson Coutinho da Silva, mais conhecido como Goiá, Nasceu em 11 de Janeiro de 1935, em Coromandel, MG, na Rua Raul Soares. Desde pequeno Goiá gostava de "falar versos" (recitar trovas), e como sempre recebia em troca um "cachê" (doce, queijo, requeijão, etc.). Ele ganhou do pai uma gaita de boca, que foi sua companheira por muitos anos, até que a trocou por um cavaquinho, mas, sua maior alegria foi quando ganhou um violão.

 

                                     

ILIACA GOIÁ - PARENTE DO COMPOSITOR             GOIÁ

Começou a cantar e fez dupla com vários parceiros, dentre eles, Anterino Coutinho, seu irmão Nelson, Geraldo Telles (Geraldinho do Vigilato) e seu irmão José (Zé do Vigilato). Goiá começou a estudar música com  José Ferreira, e, após passar uma temporada em Lagamar, em casa de sua irmã Maria e do cunhado "Fulô". Em companhia de Miguelinho mudou-se para Patos de Minas, onde cantou  por alguns meses, no programa do "Compadre Formiga", seu amigo Padre Tomaz Oliveira. Mas ele não suportava passar mais que dois meses fora de Coromandel! Saía e voltava, voltava e saía...  Em 1953 ele foi para Goiânia, onde ficou por dois anos, aprendendo muito, em todos os sentidos! Lá formou o "Trio da Amizade", (o primeiro nome artístico foi "Rouxinol"). Com programas diários na inesquecível Rádio Brasil Central.

Goiá compondo 

O Trio da Amizade foi o primeiro do Estado a gravar discos em São Paulo (2 discos  78 RPM na antiga Columbia, atual CBS). Foi por causa de Goiás que ele acabou com o apelido de Goiá. Em 1955 ele foi para São Paulo. E foi na capital paulista que fez amizade com Belmonte. Os dois não gravaram juntos, mas compuseram Saudade de Minha Terra, que se tornaria o Hino Nacional Sertanejo do Brasil!  

Em São Paulo Goiá gravou alguns discos com o "Trio Mineiro" e após uma temporada na Rádio Nacional, nos programas do amigo "Nhô Zé", transferiu-se para a Rádio Bandeirantes, onde foi contratado como apresentador de programas. Na Rádio Bandeirantes Goiá teve suas composições gravadas por quase todas as grandes duplas da época, como Pedro Bento e Zé da Estrada, Liu e Léo, as Irmãs Galvão, Zilo e Zalo, Caçula e Marinheiro, Tibagi e Miltinho, Souza e Monteiro, Primas Miranda, Milionário e José Rico, Chitãozinho e Xororó, Belmonte e Amaraí, Sergio Reis, Clayton Aguiar e João Renes e Reni.

 

Amigo de Goiá

A partir da década de 60, Goiá largou o microfone e passou a viver apenas como compositor. Um dia, para a alegria do povo de Coromandel, a dupla, Goiá e Biá, grava o seu primeiro LP, com todas as composições de Goiá, e muitas falando de Coromandel e Estado de Goiás, sendo que nesta época o seu parceiro e "cunhado" era bem conhecido na música sertaneja, através da dupla "Palmeira e Biá", assim concretizando de vez os seus sonhos acalentados no âmago de sua alma. Mas sentindo certas dificuldades ao cantar em dupla, não com relação a Biá, que sempre foi o seu "parceiro-amigo-irmão", como ele mesmo dizia, separou-se de Biá para gravar individualmente o seu primeiro LP em duas vozes, sendo um dosigo de Goiá primeiros no Brasil a gravar neste estilo.

Nos últimos anos de sua vida, Goiá já escrevia para o estilo sertanejo moderno e já era gravado por Chitãozinho e Xororó, João Mineiro e Marciano, Cesar e Paulinho, Milionário e José Rico, Duduca e Dalvan, Chico Rey e Paraná e muitos outros.

Goiá compôs inúmeras músicas, uma delas virou trilha sonora do filme "A Vingança de Chico Mineiro", embora, ao que conste, ele pouquíssimo recebeu por um trabalho de tão boa qualidade.

Curiosidade da vida de Goiá

Radialista e jornalista Hairton Dias visitando a estátua

de Goiá no centro de Coromandel

 

Apesar de gostar muito de Coromandel-MG, sua cidade natal no Triângulo Mineiro, fora da qual não suportava passar mais que dois meses, Goiá tinha um carinho todo especial pelo Estado de Goiás, principalmente por sua capital Goiânia, onde fez grandes amizades.

  

Radialista e jornalista HD ao lado da estátua deGoiá no centro de Coromandel

 

E em 1955, um novo rumo: a Capital Paulista, para onde partiu com lágrimas nos olhos, mas Goiá estava ciente da importância dessa grande Metrópole para o desenvolvimento de sua carreira artística. 

Belmonte e Amarai, a primeira dupla a gravar "Saudade da minha terra", sucesso imortal de Goiá

Saudades da Minha Terra

De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus, paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão quero voltar
Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada começa a cantar
Com satisfação arreio o burrão
Cortando o estradão saio a galopar
E vou escutando o gado berrando
Sabiá cantando no jequitibá
 
Por nossa senhora, meu sertão querido
Vivo arrependido por ter te deixado
Esta nova vida aqui na cidade
De tanta saudade, eu tenho chorado
Aqui tem alguém, diz que me quer bem
Mas não me convém, eu tenho pensado
Eu fico com pena, mas essa morena
Não sabe o sistema que eu fui criado
Tô aqui cantando, de longe escutando
Alguém está chorando com o rádio ligado
 
Que saudade imensa do campo e do mato
Do manso regato que corta as campinas
Aos domingos ia passear de canoa
Nas lindas lagoas de águas cristalinas
Que doce lembrança daquelas festanças
Onde tinham danças e lindas meninas
Eu vivo hoje em dia sem ter alegria
O mundo judia, mas também ensina
Estou contrariado, mas não derrotado
Eu sou bem guiado pelas mãos divinas
 
Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida, que me viu nascer
Já ouço sonhando o galo cantando
O inhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando a estrada
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer
 
 


Uma consideração interessante sobre seu grande sucesso “Saudade da Minha Terra": corria o mês de Novembro de 1955. Goiá escreveu a música logo que se transferiu de Goiânia para São Paulo. Com saudade de Coromandel-MG, sua terra natal, vagava pelas ruas dessa grande metrópole, na Praça da Sé, recordando seus tempos de infância, as poéticas madrugadas, o cantar da passarada. Alguns anos mais tarde, quando foi gravada pela primeira vez por Belmonte e Amarai fez grande sucesso. Goiá ficou surpreso com o grande sucesso alcançado. Hoje tem mais de quarenta gravações, pelos mais diferentes artistas.  Uma curiosidade, em um trecho da música “Saudade de Minha Terra”, chama à atenção de alguém que a ouve: “tem alguém chorando com o rádio ligado”. Segundo o próprio Goiá, quem chorava com o rádio ligado era a sua mãe, morrendo de saudade dele.

Por volta do ano de 1.971, começa um tempo negro em sua vida; Goiá passou a ser portador de diabetes, e como ele mesmo dizia, abusava muito de sua saúde, não se alimentando corretamente, passando longos períodos de viagens e cantorias, ficando até três anos sem fazer um exame de sangue sequer. E foi em dezembro do ano de 1.979, nos exames realizados em Uberlândia ficou comprovado: além do açúcar no sangue, Goiá tinha "Cirrose Hepática", já bem acentuada, e "Ascite", água no Peritônio.

Goiá já muito doente

 De volta a São Paulo, começou a corrida aos hospitais na tentativa de estacionar a cirrose, e com isso ele perdia peso assustadoramente. Foi quando em novembro de 1.980, já vivendo praticamente só de cama, transferiu-se para Uberaba, ficando mais perto de Coromandel, podendo ser visitado frequentemente pelos seus conterrâneos, trazendo para si, forças para continuar, mesmo acamado, a escrever suas canções.

   

Goiá recebendo homenagem no leitor de dor

E no dia 20 de Janeiro de 1.981, às 8 da manhã, morreu em Uberaba, Minas Gerais, Gerson Coutinho da Silva, o Goiá, aos 46 anos de idade. Seu corpo foi levado para Coromandel onde era esperado por uma multidão de pessoas, exatamente na placa de 5 Km, onde outrora foi sempre esperado pelo seu povo.

Goiá deixa uma grande lacuna na música sertaneja clássica, e para seus fã e adimiradores uma eterna saudade. 

Memorial a Goía no centro de Coromandel sua terra natal

 

 

Inezita Barroso

“A dama da música Sertaneja”

Apresentado o progrma Viola, Minha Viola TV Cultura

Inezita Barroso, nome artístico Ignez Magdalena Aranha de Lima - São Paulo capital, nasceu em 4 de março de 1925. Foi cantoraatrizinstrumentistabibliotecáriafolcloristaprofessoraapresentadora de rádio e televisão brasileira.

Ganhou o título de doutora honoris causa em folclore e arte digital pela Universidade de Lisboa  e atuou também em espetáculosálbunscinemateatro  e produzindo espetáculos musicais de renome nacional e internacional. Adotou o sobrenome Barroso ao se casar, em 1947, aos 22 anos, com o advogado cearense Adolfo Cabral Barroso.

Inezita, ou Inês Madalena Aranha de Lima, começou a cantar e estudar violão aos sete anos. Aos 11 iniciou seu aprendizado de piano. Estreou profissionalmente em 1950, na Rádio Bandeirante.

Inezita bem jovem

 

Mais precisamente em 1953 gravou na RCA Victor, "Canto do Mar" e "Marvada Pinga", entre outras.

A partir de 1954 passou a apresentar-se na TV Record, em programas folclóricos, tema ao qual se dedicou definitivamente e que a consagraria. Em 1955 atuou no filme "Carnaval em Lá Maior" e lançou o seu primeiro LP, "Inezita Barroso", pela Copacabana, que incluía "Banzo", "Funeral dum Rei Nagô" e "Viola Quebrada".

O sucesso não parou mais. Lançou: "Canta Inezita", "Coisas do Meu Brasil", "Lá Vem o Brasil", "Vamos Falar de Brasil" e "Inezita". Em 1956 publicou seu livro "Roteiro de um violão".

Nos anos 60, lançou "Eu Me Agarro na Viola", "Inezita Barroso" e "O Melhor de Inezita", com Lampião de Gás e Moda da Pinga. Depois foi a vez de "Clássicos da Música Caipira"(volume 1), com as canções Chico Mineiro e Pingo-d'agua.

Inezita aos 30 anos de idade

Para representar o Brasil na Expo 70, no Japão, Inezita produziu um documentário. Em 1972 saiu o volume 2 de "Clássicos da Música Caipira", com Rio de Lágrimas. Em 1975 "Inezita em Todos os Cantos" trazia Negrinho do pastoreio e Asa Branca.

Inezita realizou programas especiais para diversos países. Na década de 80, gravou o LP "Joias da Música Sertaneja" e "Inezita Barroso, a Incomparável".

Desde os anos 80 ela comanda o programa "Viola, Minha Viola", na TV Cultura de São Paulo. E desde 1990 faz a apresentação e a direção musical e folclórica do programa "Estrela da Manhã", da Rádio Cultura AM, de São Paulo.

 

Inezita e o cantor Daniel

Professora de folclore, com mais de 70 discos gravados, produziu documentários e programas de televisão, viajando por todo o mundo com seu repertório folclórico, ou "de raiz", como prefere chamá-lo, para realçar o caráter original, as raízes da musicalidade popular brasileira.

 

Inezita Barroso, 89, repassa sua carreira em nova biografia

 

GIULIANA DE TOLEDO
FOLHA DE SÃO PAULO

Perto de completar 90 anos, em março de 2015, Inezita Barroso diz que "ficou tarde para pensar em aposentadoria". "Vou trabalhar até o fim. Parar de cantar e de trabalhar não está nos meus planos", diz ela à Folha.

A cantora e apresentadora está há 35 anos à frente do programa "Viola, Minha Viola", da Cultura. Antes de comandar a atração dedicada à música caipira, porém, Inezita percorreu muita estrada. Literalmente.

Uma das passagens mais saborosas da biografia "Inezita Barroso - Rainha da Música Caipira", recém lançada pelo jornalista Carlos Eduardo Oliveira, conta justamente as jornadas da paulistana pelos rincões do Brasil na década de 1950, dirigindo ela mesma um jipe.

De família quatrocentona, proprietária de fazendas, Inezita já havia enfrentado os parentes para se tornar cantora – seria, então, a primeira a gravar o sucesso "Ronda", escrito por Paulo Vanzolini. Nas viagens de carro, vivenciando de perto os costumes e a música regional, nascia ali também o seu trabalho como folclorista.

 

A rotina de pesquisadora ela faz questão de manter até hoje. "Muitas vezes as pessoas acham que é só ir até lá e gravar [o Viola, Minha Viola']. Mas se esquecem que a equipe do programa e eu escolhemos cada atração. Se ela está lá é porque passou por uma reunião e uma avaliação interna", diz.

"Escutamos, em média, 20 discos a cada reunião. Ouvimos muita coisa boa, mas muita coisa ruim também."

Voz própria

O livro, que tem prefácio do cantor sertanejo Daniel, é o primeiro a contar a vida da artista em primeira pessoa, dividida em capítulos curtos e ilustrada com diversas fotos de seu arquivo pessoal.

"É um livro de fã, um pequeno livro despretensioso, no qual eu preferi dar voz a ela mesma, para que as pessoas a conheçam melhor", explica Oliveira, 47, editor na revista de gastronomia "Gula". As entrevistas que resultaram no livro começaram há cerca de quatro anos.

 

"Acho que ficou uma obra engraçada, porque a vida da Inezita é curiosa", avalia ele, que destaca, entre as histórias menos conhecidas dela, o fato de ter montado um restaurante na avenida Santo Amaro, em São Paulo, nos anos 1970. O negócio, mantido em paralelo com a música, durou pouco, por falta de tempo para administrá-lo.

Oliveira, que se define como "roqueiro nato", diz ter aprendido a gostar de moda de viola por causa dos programas de Inezita na TV, assistidos na juventude nos sábados à noite, antes de ir para a balada. "Inezita foi o primeiro pilar feminino na MPB", defende o autor.

 

 

Aos 90 anos, morre a cantora caipira Inezita Barroso Ela estava internada no hospital Sírio-Libanês desde o dia 19 de fevereiro

 

Presença do Governador de São Paulo Geraldo Alkimin no velória de Inezita

Uma das vozes femininas mais famosas da música sertaneja, Inezita Barroso morreu na noite deste domingo, ao 90 anos. A informação é do site da TV Cultura, onde a cantora comandava desde os anos 1980 o programa Viola, Minha Viola. Inezita Barroso deixa uma filha, Marta Barroso, três netas e cinco bisnetos.


A cantora e apresentadora estava de férias com a família quando ficou com febre e foi socorrida pela família no dia 19 de fevereiro. Ela havia completado 90 anos na quarta-feira passada. Antes desta internação, Inezita havia sofrido uma queda na casa da filha no interior de São Paulo e foi hospitalizada com dores na coluna, mas nenhum trauma foi detectado na época e ela foi liberada.

Com mais de 60 anos de carreira, a cantora também foi atriz. No cinema, atuou em filmes como O preço da vitória e Mulher de verdade com o qual conquistou os prêmios Saci de melhor atriz em 1955 e Governador do Estado, na mesma categoria e ano.

Confira a biografia de Inezita, do site da TV Cultura:



Ignez Magdalena Aranha de Lima, nome de batismo de Inezita Barroso, nasceu em 4 de março de 1925, no bairro da Barra Funda, em São Paulo. Filha de família tradicional paulistana, passou a infância cercada por influências musicais diversas, mas foi na fazenda da família, no interior paulista, que desenvolveu seu amor pela música caipira e pelas tradições populares. Formada em Biblioteconomia na USP (Universidade de São Paulo), Inezita foi uma grande pesquisadora da música caipira brasileira. Por conta própria, percorreu o interior do Brasil resgatando histórias e canções. Reconhecida por este trabalho, foi convidada a dar aulas sobre folclore em uma universidade paulista. Pelo seu trabalho como folclorista, e por ser uma enciclopédia viva da música caipira e do folclore nacional, recebeu o título de doutora Honoris Causa em Folclore pela Universidade de Lisboa.

O nome artístico foi criado aos 25 anos, quando ela juntou seu apelido de infância, Inezita, ao sobrenome do marido, Barroso.

A artista Inezita Barroso era cantora, instrumentista, folclorista, atriz e professora. Começou a cantar e estudar violão aos sete anos. Depois, começou com viola e piano. Tomou gosto pelo universo rural já nos primeiros anos de sua vida e na adolescência realizou recitais e shows. Sua primeira gravação em disco foi realizada no ano de 1951 pela gravadora Sínter. A partir daí, Inezita gravou cerca de 100 discos.

O primeiro DVD musical da dama da música de raiz, Inezita Barroso – Cabocla Eu Sou, foi lançado em dezembro de 2013 e sintetiza os mais de 60 anos de carreira da cantora.

É uma das cantoras mais premiadas do Brasil, sendo detentora de mais de 200 prêmios, entre eles o Prêmio Sharp de Música na categoria Melhor Cantora Regional, o Grande Prêmio do Júri do Prêmio Movimento de Música, em homenagem aos 47 anos de carreira, e o Prêmio Roquette Pinto como Melhor Cantora de Rádio da Música Popular Brasileira. Sua longa carreira foi coroada com o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 2010, e com a escolha de seu nome para ocupar uma das cadeiras da Academia Paulista de Letras, em 2014. Inezita seria empossada oficialmente em meados de março deste ano.

Em 2009, Inezita recebeu do governo do Estado de São Paulo o título vitalício de Grande Oficial pelo compromisso com as raízes culturais do país e pela contribuição significativa para o entretenimento dos brasileiros.

Na tevê, sua carreira começou junto com a TV Record, onde foi à primeira cantora contratada. Depois, passou pela extinta TV Tupi e outras emissoras, até chegar à TV Cultura para comandar o Viola, Minha Viola.

Na rádio, Inezita esteve à frente de microfones da Record, USP e Rádio Cultura AM, onde apresentou, por 10 anos, o programa diário Estrela da Manhã.

O começo de tudo

O mais antigo programa de música da TV brasileira no ar, O Viola, Minha Viola estreou no dia 25 de maio de 1980, com apresentação de Moraes Sarmento (1922-1998) e Nonô Basílio (1922-1997), nos estúdios da TV Cultura, na Barra Funda. A partir da terceira edição, em junho, Inezita Barroso passou a participar da atração como convidada fixa e logo já conquistou a simpatia do público. Meses depois, em agosto, Nonô deixou o programa e Moraes ganhou como parceira a mulher que, anos mais tarde, tornar-se-ia a dama da música caipira no País.

Nessa época, a atração também ganhou espaço exclusivo: mudou-se para o Auditório Franco Zampari, na região da Luz, em São Paulo. Durante algum tempo, o Viola foi itinerante e viajou por diversas cidades do interior paulista, voltando, mais tarde, a fixar-se no Zampari.

Inezita Barroso gravou mais de 1500 edições do Viola, Minha Viola, voltado a modas de viola, música de raiz, lendas e danças folclóricas.



Tendo se tornado um verdadeiro centro da tradicional música de raiz, ao longo dos anos, o palco do Viola recebeu os maiores astros do gênero, como Tonico e Tinoco; João Pacífico; As Galvão; Pedro Bento e Zé da Estrada; Cascatinha e Inhana; Milionário e José Rico; Tião Carreiro e Pardinho; Almir Sater; Daniel; Chitãozinho & Xororó; Renato Teixeira: Sergio Reis; entre muitos outros célebres do cenário musical caipira.

 

Inezita Barroso, considerada a “Dama da Música Sertaneja” sempre será lembrada por sua fidelidade as raízes da música e do folclore brasileiro, ao longo dos 60 anos de carreira. Ela deixa registrado nas páginas da eternidade do folclore e da música de raiz, o seu nome.

 

 

Dino Franco

 

Dino Franco – Um dos maiores compositores da música sertaneja

Terceiro dos doze (12) filhos de José Lázaro Franco e Maria das Dores Ramos Franco. Dino Franco nasceu na cidade paulista de Osvaldo Franco (Paranapanema), no dia 8 de setembro de 1936. Enquanto que Mouraí,  Luiz Carlos Ribeiro nascido (Ibirarema, 19 de julho de 1946. Formaram a dupla da música sertaneja do Brasil “Dino Franco e Mouraí”.

A dupla foi formada em 1980 e atuou por mais de 12 anos e lançaram 11 discos. Dino Franco & Mouraí foram pioneiros na regravação de antigos sucessos da música sertaneja, entre as quais, "Sertaneja" e "A volta do caboclo". Fizeram diversos shows pelo Brasil. Fizeram parte de seu repertório entre outras as composições "Minha mensagem" uma moda ecológica de Dino Franco e Nhô Chico e "Família do interior". Em seu trabalho sempre procuraram cultivar a chamada música caipira. Em 1992 lançaram o décimo primeiro disco, interpretando além das músicas de raiz, guarânias, polcas e boleros.
Destacando-se como maiores sucessos da dupla as músicas "Caboclo na cidade", "Manto Estrelado" e "Cheiro de relva". Com a morte de Mouraí, Dino Franco continua carreira solo.

 

Osvaldo Franco (Dino Franco) nasceu em 08 de setembro de 1936, na cidade paulista de Paranapanema.
Desde muito cedo se inclinou para a vida artística. Em 1954 já trabnalhava na Rádio Marconi de Paraguaçu Paulista. Dois anos após, em 1956, estava na Capital e cantou com Tibagi (da dupla com Miltinho). Nessa época Dino Franco tinha o nome artístico de Pirassununga.

 

A parceria com Tibagi foi desfeita. Dino arruma um novo parceiro e deixa de ser o Pirassununga para se tornar o Junqueira da nova dupla Juquinha e Junqueira. A união desses cantadores durou apenas dois anos.
Em 1963 retorna com o antigo nome (Pirassununga) e faz dupla com Piratininga.
Gravam para a CBS e posteriormente para a Continental. Essa dupla também foi desfeita, só que dessa vez, com a morte de seu novo companheiro.

 

Como sempre, Dino Franco consegue outro parceiro: Belmonte.
Pirassununga e Belmonte gravaram na Chantecler, acompanhados pelo sanfoneiro Zé Maringá. A parceria com Belmonte também se desfez.
O poeta violeiro não desanimou. Dino Franco começou a viajar com duplas famosas da época, fazendo parte da companhia teatral, tais como: Zico e Zéca, Liu e Léu, e Abel e Caim.
O Brasil havia perdido uma de suas maiores estrelas, o Palmeira, da dupla Palmeira e Biá.

 

Biá (Sebastião Alves da Cunha) nascido em Coromandel/MG em 26 de novembro de 1927, se ajusta com Dino Franco e os dois formam uma nova parceria. Esta união faz sair de cena novamente o Pirassununga e em seu lugar aparece então o nome Dino Franco na vida artística. Gravaram juntos 6 LP’s, mas, repetindo o mesmo caminho das anteriores, essa união, do mesmo modo, também se desfaz. Dino Franco se volta para a carreira solo. Como tal chegou a gravar um LP – “ Dino Franco e seus Mariachi”, e tempos depois faz parte de um trio em que atuavam Miltinho Rodrigues e Orlando Silveira. O trio era chamado “Os Medalhões” e chegou a gravar um LP.

 

Corre o tempo e Dino Franco torna-se produtor do “cast” da gravadora Chantecler, produzindo duplas famosas como Lourenço e Lourival, Abel e Caim, Liu e Léu, entre outras.
Após tantas e tantas experiências, aí sim, teve a felicidade de encontrar Mouraí (Luiz Carlos Ribeiro) nascido em Ibirarema/SP, em 19 de julho de 1946, com quem gravou um total de 16 discos. A dupla só veio apartar com a morte de Mouraí ocorrida em 17 de outubro de 2005.

78 ROTAÇÕES



TIBAGI E PIRASSUNUNGA
A - Peão de Minas (Zé Claudino e Anacleto Rosas Jr)
B - Falsos Carinhos (Pirassununga e Benedito Seviero)


JUQUINHA E JUNQUEIRA
06/1960 - RCA CANDEM - CAM1004
A - Mineiro Não Perde o Trem (Silveira e Junqueira)
B - Cela Fria (Silveira e Junqueira)



JUQUINHA E JUNQUEIRA
10/1960 - RCA CANDEM - CAM1017
A - Maldita Aliança (Juquinha)
B - Três Mulheres (Juquinha e Silveira)



JUQUINHA E JUNQUEIRA
02/1961 - RCA CANDEM - CAM1036
A - Estrada da Lama (Juquinha, Dino Franco e Jorge Paulo)
B - Paineira Velha (Pirassununga e Juquinha)



JUQUINHA E JUNQUEIRA
05/1961 - RCA CANDEM - CAM1055
A - Moça Linda (Lourival dos Santos e Piraci)
B - Traidor (Piraci e Jeca Mineiro)



JUQUINHA E JUNQUEIRA
08/1961 - RCA CANDEM - CAM1073
A - Perto do Coração (Raul Tôrres e João Pacífico)
B - Prisioneiro do Amor (Ramon Cariz e Sebastião Victor)

JUQUINHA E JUNQUEIRA
02/1962 - RCA CANDEM - CAM10095
A - Até nos Campos (Ramon Cariz e Jorge Paulo)
B - Mentira (Juquinha e Pirassununga)



JUQUINHA E JUNQUEIRA
1962 - RCA CANDEM - CAM1118
A - Romance de um Burrico (Urbano Reis e Piraci)
B - Sombra que o Vento Leva (Pirassununga e Juquinha)



JUQUINHA E JUNQUEIRA
1962 - RCA CANDEM - CAM1145
A - O Punhal da Vingança (José Fortuna e Nino Silva)
B - Filho de Minas Gerais (Pereirinha e Cicero Silva)



JUQUINHA E JUNQUEIRA
1963 - RCA CANDEM - CAM1168
A - Silenciou o Berrante (Junqueira)
B - Lágrimas de Sangue (Juquinha)



JUQUINHA E JUNQUEIRA
01/1963 - SERTANEJO - CH-10325
A - Nossas Juras (Juquinha e Junqueira)
B - Meu Consolo é Beber (Juquinha e Junqueira)



JUQUINHA E JUNQUEIRA
08/1963 - SERTANEJO - CH-10363
A - Gaúcho o Trem Não Pega (Zé Caboclinho e G. I. Oliviera)
B - A Mulher e o Serviço (Pereirinha)



PIRASSUNUNGA E PIRATININGA
CABOCLO - CS-639
A - Cuidado Moço (Arlindo Pinto e Zé Cupido)
B - Somos de Alguém (Pirassununga e Piratininga)



PIRASSUNUNGA E PIRATININGA
CBS - Nº 3355
A - Aventureira (Pirassununga)
B - Capricho do Destino (Pirassununga e Piratininga)



PIRASSUNUNGA E PIRATININGA
FARROUPILHA - FR-2002
A - A Dança do Chula (Arlindo Pinto e Zé Cupido)
B - Tafuleira (Ado Benatti e Mirinho)



PIRASSUNUNGA E PIRATININGA
A - Juramento (Pirassununga e Sebastião Víctor)
B - Coração de Fera (Pirassununga e Piratininga)



BELMONTE, PIRASSUNUNGA E ZÉ MARINGÁ
1965
A - Coração de Fera (Dino Franco e Zé Maringá)
B - A Fronha (Belmonte e Anacleto Rosas Jr)

 

Outras informações de Dino Franco


Antes de se tornar um compositor famoso,
trabalhou na roça colhendo algodão; viveu em Rancharia e Paraguaçu Paulista, onde fez o Tiro de Guerra e começou sua carreira musical na Rádio Marconi, passando também pelos microfones da extinta Rádio Difusora de Rancharia. Começou a compor no ano de 1951 e afirma ter composto milhares de obras; Dança da Chuva e Tafuleira, em parceira com Piratininga, foi sua primeira gravação, em 78 rotações; O Sertanejo é um Forte é um de seus maiores sucessos.
Desde muito cedo se inclinou para a vida artística. Em 1954 já trabalhava na Rádio Marconi de Paraguaçu Paulista. Dois anos após, em 1956, estava na Capital e cantou com Tibagi (da dupla com Miltinho). Nessa época Dino Franco tinha o nome artístico de Pirassununga.
A parceria com Tibagi foi desfeita. Dino arruma um novo parceiro e deixa de ser o Pirassununga para se tornar o Junqueira da nova dupla Juquinha e Junqueira. A união desses cantadores durou apenas dois anos.
Em 1963 retorna com o antigo nome (Pirassununga) e faz dupla com Piratininga.
Gravam para a CBS e posteriormente para a Continental. Essa dupla também foi desfeita, só que dessa vez, com a morte de seu novo companheiro.
Como sempre, Dino Franco consegue outro parceiro: Belmonte.
Pirassununga e Belmonte gravaram na Chantecler, acompanhados pelo sanfoneiro Zé Maringá. A parceria com Belmonte também se desfez.
O poeta violeiro não desanimou. Dino Franco começou a viajar com duplas famosas da época, fazendo parte da companhia teatral, tais como: Zico e Zéca, Liu e Léu, e Abel e Caim.
O Brasil havia perdido uma de suas maiores estrelas, o Palmeira, da dupla Palmeira e Biá.
Biá (Sebastião Alves da Cunha) nascido em Coromandel/MG em 26 de novembro de 1927, se ajusta com Dino Franco e os dois formam uma nova parceria. Esta união faz sair de cena novamente o Pirassununga e em seu lugar aparece então o nome Dino Franco na vida artística. Gravaram juntos 6 LP?s, mas, repetindo o mesmo caminho das anteriores, essa união, do mesmo modo, também se desfaz. Dino Franco se volta para a carreira solo. Como tal chegou a gravar um LP ? ? Dino Franco e seus Mariachi?, e tempos depois faz parte de um trio em que atuavam Miltinho Rodrigues e Orlando Silveira. O trio era chamado ?Os Medalhões? e chegou a gravar um LP.
Corre o tempo e Dino Franco torna-se produtor do ?cast? da gravadora Chantecler, produzindo duplas famosas como Lourenço e Lourival, Abel e Caim, Liu e Léu, entre outras.
Após tantas e tantas experiências, aí sim, teve a felicidade de encontrar Mouraí (Luiz Carlos Ribeiro) nascido em Ibirarema/SP, em 19 de julho de 1946, com quem gravou um total de 16 discos. A dupla só veio apartar com a morte de Mouraí ocorrida em 17 de outubro de 2005.
1991 - Aposentado, veio para Rancharia há quase cinco anos, depois de passar por Mogi Guaçu e Ivinhema, devido aos parentes, às raízes e "porque sempre buscouí um lugar tranquilo prá viver", mas não parou de criar as composições que lhe deram prestigio e sucesso por todo o país. Sua obra lhe garantiu vaga na Academia Municipalista Brasileira de Letras, onde ocupa a cadeira número 14 que pertenceu ao compositor João Pacífico.
Homem de hábitos simples, Dino vive exclusivamente da música e já perdeu a conta de quantos discos gravou. Diz que já ganhou muito dinheiro "com direito artístico e de vendagem", e muitas homenagens - vários diplomas estão pendurados pelas paredes da sala - mas como ele mesmo diz, "tenho diplomas, troféus, mas a gente não come homenagens, mas sim do trabalho realizado".
Ganhador de dois festivais de música sertaneja, o primeiro do Brasil em 1967 com a música Natureza, com Abel e Caim, e Casa Pobre, com Mato Grosso.

 

PEDRO BENTO E ZÉ DA ESTRADA

 

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Joel Antunes Leme, o Pedro Bento, nasceu em Porto Feliz-SP em 08/06/1934; Valdomiro de Oliveira, o Zé da Estrada, conterrâneo de Tinoco, nasceu em Botucatu-SP (distrito que hoje é o recém emancipado município de Pratânia/SP) em 22/09/1929.

Aos 7 anos de idade, Joel Antunes já cantava Cururus em Porto Feliz-SP; considerado "menino-prodígio", também cantava em Festas do Divino nas regiões de Tietê e Piracicaba entre outras; e sua formação musical foi ao lado de cantadores como Sebastião Roque, Pedro Chiquito, Luís Bueno, João David e Zico Moreira. Pedro ainda fez parte do "Trio Paulistano" e atuou também na dupla "Matinho e Matão" a qual se apresentava na Rádio Clube de Santo André/SP. Participava também cantando no Programa de Nhô Zé na Rádio Nacional. E, aos 13 anos de idade, resolveu se mudar para a Paulicéia Desvairada.
Valdomiro, por outro lado, teve uma trajetória um pouco diferente: foi retireiro e agricultor. Oriundo de família de Cantadores, consta que seu bisavô teria cantado com D. Pedro II e dele recebeu uma viola de madrepérola, com a qual fez questão de ser enterrado. Valdomiro foi também caminhoneiro, resultando daí o seu nome artístico de Zé da Estrada. Além de caminhoneiro, Valdomiro foi também administrador de fazendas. Na carreira musical, além de ter sido cantor mirim, fez parte do trio "Os Fazendeiros", juntamente com Paizinho e com o acordeonista Perigoso, e com sucesso nas rádios Cultura e Nacional.
Foi em São Paulo-SP, no ano de 1954, no programa "Manhãs Na Roça" de Chico Carretel, na Rádio Cruzeiro do Sul, que Joel Antunes conheceu Valdomiro que já residia há 17 anos na Capital Paulista e já havia adotado o pseudônimo de Zé da Estrada. E em 1956 a dupla recém criada passou a atuar na Rádio Cultura e em circos, participando também de campanhas políticas.
E em 1957 a dupla gravou o primeiro 78 RPM na gravadora Continental, interpretando a "Santo Reis" (Pedro Bento - Paulo Vitor) e "Teu Romance" (Pedro Bento - Zé da Estrada - Braz Hernandez). No mesmo ano gravaram mais um disco onde se destacava o valseado "Seresteiro Da Lua" (Pedro Bento - Cafezinho - José Raia), considerado por muitos como o maior sucesso na carreira da dupla. Na época, Pedro Bento e Zé da Estrada eram acompanhados pelo acordeonista Coqueirinho.

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Em 1960 passaram a ser acompanhados pelo acordeonista Célio Cassiano Chagas, o Celinho, formando o trio "Pedro Bento, Zé da Estrada e Celinho", conjunto que se apresentou na Rádio Bandeirantes e, logo depois, na Rádio Tupi, ambas na Capital Paulista. Celinho continua até hoje tocando o Acordeon nos shows de Pedro Bento e Zé da Estrada.
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Apesar da Música Caipira ser um Estilo Musical Genuinamente Brasileiro, ela não ficou livre de influências estrangeiras as quais aconteceram em toda sua história. Conforme já foi dito por Cornélio Pires, o estilo nasceu da fusão das Culturas Europeia (Portuguesa, principalmente), Africana e Indígena.
A influência da Música Folclórica de outros países latinos também se fez presente em nossos ritmos, como por exemplo, a Guarânia Paraguaia que influenciou os ritmos de composições de Nhô Pai e Mário Zan e, também não podemos deixar de mencionar, as diversas Guarânias Paraguaias, com versões para a Língua Portuguesa feitas por José Fortuna e que estouraram nas paradas de sucesso nas vozes de Cascatinha e Inhana. Não esquecendo também de mencionar algumas influências da Música Americana Rural através de versões para o Português gravadas pela dupla Belmonte e Amarai (por exemplo "Os Verdes Campos de Minha Terra" (Putman - versão: Geraldo Figueiredo) que é uma versão do Country "The Green Green Grass of Home").

Não abandonando a autêntica Música Caipira Raiz, Pedro Bento e Zé da Estrada, que também eram fãs da Música Mexicana, passaram a vestir trajes típicos com os característicos "Sombreiros Mexicanos" e passaram a interpretar também músicas típicas desse interessante país latino-americano, entre 1963 e 1971, acompanhados também pelo trompetista Ramón Pérez. E a dupla passou a ser conhecida como "Os Amantes das Rancheiras".

De acordo com a entrevista concedida pela dupla no programa "Viola Minha Viola" que foi ao ar no dia 23/07/2005 pela TV Cultura de São Paulo-SP, após uma visita de Miguel Aceves Mejia ao Brasil, Pedro Bento e Zé da Estrada (que, além da Moda de Viola, já haviam começado a interpretar canções mais românticas, além de Boleros e Rancheiras) resolveram então "plagiar" o célebre cantor mexicano. O primeiro "chapelão mexicano" foi confeccionado em Brotas-SP, com três chapéus de palha, encaixados um sobre o outro. E quando Pepe Ávila havia chegado do México junto com um conjunto de lá, foi que os Amantes das Rancheiras adquiriram as roupagens por completo.
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As características dos Mexicanos tanto nas vestimentas como também na música, na instrumentação e nos "gritinhos dos Mariachis" (Ai, Ai, Ai... Hui, Hui, Hui... ) bastante comuns também nas interpretações de Miguel Aceves Mejia, harmonizaram-se com a Música Raiz Brasileira, não só com Pedro Bento e Zé da Estrada, mas também com outras duplas tais como Tibagi e Miltinho, Belmonte e Amaraí e também Milionário e José Rico, esses últimos tendo gravado não apenas versões, mas também composições próprias nos Ritmos Mexicanos.
Em sua brilhante carreira musical, de quase 50 anos, Pedro Bento e Zé da Estrada gravaram aproximadamente duas mil músicas, num número estimado de 16 discos de 78 RPM, 104 LP's e 22 CD's, com bastante sucesso em diversas composições que se tornaram verdadeiros clássicos da Música Caipira Raiz e que premiaram a dupla com diversos Discos de Ouro e também de Platina.
Dentre seus maiores sucessos musicais, podemos destacar, além de "Seresteiro Da Lua" (Pedro Bento - Cafezinho - José Raia), composições que são verdadeiras obras de arte tais como "Piracicaba" (Nílton A. Melo), "O Sonho do Matuto" (Capitão Furtado - Laureano), "Boi Soberano" (Carreirinho - Isaltino G. Paula - Pedro L. Oliveira), "Mourão Da Porteira" (Raul Torres - João Pacífico), "Sinhá Maria" (René Bittencourt), "Os Três Boiadeiros" (Anacleto Rosas Jr.), "Romaria" (Renato Teixeira) e "Mágoa de Boiadeiro" (Índio Vago - Nonô Basílio), apenas para citar algumas Brasileiras Autênticas!

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Pedro Bento e Zé da Estrada continuam cantando, gravando e se apresentando em shows sempre calorosamente aplaudidos por inúmeros Apreciadores por todo o Brasil. São exemplos de talento e força de vontade, indispensáveis quando se fala na autêntica Música Caipira Raiz. A dupla gravou um dos seus mais recentes CD, lançado em Janeiro de 2003 pela Atração Fonográfica: "Do Jeito Que o Povo Gosta" o qual contém a seleção de repertório escolhida pelo próprio Pedro Bento, com músicas de diversos autores renomados. Destaque para uma regravação de "Mágoa de Boiadeiro" (Índio Vago - Nonô Basílio) que conta com a participação especial de Daniel.

Em uma passagem rápida aqui pela nossa cidade, Pedro Bento, Zé da Estrada e seus músicos estiveram há alguns anos atrás hospedados aqui no Tabatinga Palace Hotel para a realização de um show de final de anos aqui na vizinha cidade de Nova Europa. Na oportunidade nos dirigimos até o hotel onde pudemos conhecer a dupla.

 

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Geferson Sgarbi - Pedro Aravéquia - Tibério Mem - Pedro Bento e Zé da Estrada e Eu

CD PEDRO BENTO E ZÉ DA ESTRADA 50 ANOS - ANO 2007

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Contato para shows: (11) 221-0727 ou (11) 221-4017
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         A DUPLA POSSUI UM MUSEU HISTÓRICO NA CIDADE DE PRATÂNIA SP, ABERTO DIARIAMENTE À VISITAÇÃO PÚBLICA ONDE EXISTEM OBJETOS COMO TROFÉUS, DISCOS, FOTOS, INDUMENTÁRIAS E INSTRUMENTOS MUSICAIS ANTIGOS USADOS PELA DUPLA.
        PEDRO BENTO E ZÉ DA ESTRADA NÃO FIZERAM SUCESSO APENAS NA MÚSICA. NA DÉCADA DE 60, FOI LANÇADO PARA O CINEMA O FILME COM O TÍTULO “OS TRÊS BOIADEIROS”, ONDE A DUPLA TEVE UM BOM DESEMPENHO EM  INTERPRETAR PERSONAGENS DE DESTAQUE, JUNTAMENTE COM O ATOR CHICO DE FRANCO.  MAS ISSO É UMA OUTRA HISTÓRIA...

 Fontes: www.boamusicaricardinho.com
              www.pedrobentoezedaestrada.com.br
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MÚSICAS:
1-A lua é testemunha
2-Coxinilho
3-Amanheci em teus braços
4-Penas de minha alma
5-Tropas e boiadas
6-Mulher de ninguém
7-Desejo antigo
8-Vinte anos
9-Ébrio de amor
10-Galopeira
11-Caminho de minha vida
12-Sete palavras
13-Cavalo preto valente
14-Canção para ti
15-Serenata de amor
16-Contra o vento
17-Fracasso do boêmio


 

 

 

 

JOÃO MINEIRO E MARCIANO

 

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João Sant'Ângelo e José Marciano, ou simplesmente João Mineiro e Marciano foi uma dupla de músicos brasileiros do estilo sertanejo. Fizeram sucesso nos anos 80, tendo um programa na TV, mas separaram em 1993.
A dupla sertaneja João Mineiro e Marciano teve início em 1970 após João Mineiro desfazer uma parceria que já durava 8 anos com a dupla João Mineiro e Zé Goiás tendo a sorte de encontrar José Marciano, que planejava formar uma dupla sertaneja voltada para a música romântica. O primeiro álbum, da então dupla recém-formada, foi lançado em 1973 pela gravadora Chororó Discos, e obteve sucesso com as músicas: “Filha de Jesus” e “Chuvisco da Madrugada”, em parceria com o poeta Goiá a prensagem do disco foi paga por João Mineiro.
Devido ao sucesso, e também ao fato de que a música sertaneja ser muito tocada no Brasil, João Mineiro e Marciano chegaram a apresentar um programa musical no SBT nos anos 80, nas manhãs de domingo, que levava o nome da dupla. Apesar da carreira bem sucedida até aquele momento, e fazendo turnê nos Estados Unidos em 1990, gravando disco em espanhol em 1991, e lançando o disco “Dois Apaixonados”, a dupla se desfez em 1993, por razões ainda não muito esclarecidas, fazendo desse disco o último da carreira dos dois.
 Após a separação em 1993 João Mineiro formou a duplas como: João Mineiro e Marino e João Mineiro e Marciano (isto mesmo sem o "O" no final) ambas formações gravaram um disco apenas pois a dupla que se consolidou foi João Mineiro e Mariano que se manteve até o dia 24 de Março, quando faleceu João Mineiro. Marciano seguiu carreira solo até os dias de hoje.

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Em 2008, João Mineiro & Mariano, realizaram turnê pelo Brasil e estariam preparando um DVD com a participação de grandes nomes, como Milionário & José Rico, Teodoro & Sampaio, Cezar & Paulinho e outros. O DVD (intitulado “Coração não Cansa”) conteria quatro músicas inéditas.

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No dia 24 de março, de 2012, uma noite de sábado, João Sant'Angelo, o João Mineiro, falecia em sua casa em Campo Limpo Paulista depois de passar mal e vindo á ter uma parada cardíaca, depois de complicações devido á uma cirurgia de vesícula. Ele sofria de Diabetes e estava internado em Jundiaí, onde foi velado até às 16:30 horas e depois levado para sua cidade natal Andradas Sul de Minas Gerais.
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No final do ano de 2007 tive a oportunidade de conhecer a dupla João Mineiro e Mariano, no dia 30 de dezembro de 2007 fui convidado para abrir um show da dupla na cidade de Ibitinga.

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CASCATINHA E INHANA

 

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Francisco dos Santos (Cascatinha), nascido em Araraquara (SP), em 20/4/1919, faleceu em São José do Rio Preto (SP), em 14/3/1996 e Ana Eufrosina da Silva Santos (Inhana), nascida em Araras (SP), nasceu em 28/3/1923, faleceu em São Paulo (SP) no dia 11/6/1981. Nascidos no interior de São Paulo, desde cedo a dupla apaixonou-se pela poesia da música sertaneja. Francisco dos Santos já tocava bateria e violão e se apresentava cantando modinhas, canções e valsas românticas. Quando da chegada do circo Nova Iorque na cidade de Araraquara, Francisco conheceu o cantor Chopp e resolveu formar dupla com ele, adotando então o nome artístico de Cascatinha, nome de famosa cerveja da época, para estar de acordo com o nome do parceiro. Por essa época, Ana Eufrosina se apresentava como solista em um conjunto formado por seus irmãos. A dupla Chopp e Cascatinha se apresentava em circos. Francisco e Ana se conheceram e casaram em 1941. Formou-se então o Trio Esmeralda, com Chopp, Cascatinha e Inhana, nome artístico adotado por Ana.  O Trio Esmeralda viajou para o Rio de Janeiro obtendo relativo sucesso. Receberam prêmios nos programas César Ladeira na Rádio Mayrink Veiga, Manuel Barcelos e "Papel carbono", este de Renato Murce, ambos na Rádio Nacional.
Em 1942 o Trio se desfez com a saída de Chopp. Cascatinha e Inhana ingressaram então no Circo Estrela D'Alva, com o qual fizeram excursão pelo interior dos estados do Rio e de São Paulo, para onde retornaram. Em São Paulo continuaram a atuar em diversos circos, tendo permanecido por cinco anos no Circo Imperial.  Em 1947 se apresentaram na Bauru Rádio Clube, que primeiro apresentou a nova dupla em rádios, nos programas "Luar do sertão" e "Cirquinho do Benjamim". Em 1948, passaram a atuar na Rádio América em São Paulo. Em 1950, foram contratados pela Rádio Record onde permaneceram atuando por doze anos. 
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Em 1951, estrearam em disco pela Todamérica cantando a canção "La paloma", de Iradier e Pedro Almeida, e a toada brejeira "Fonteiriça", de José Fortuna, um dos compositores favoritos de Cascatinha. Em 1952, gravaram aqueles que seriam dois de seus maiores sucessos, assim como da própria MPB. Eram a canção "Meu primeiro amor" de H. Gimenez com versão de José Fortuna e Pinheirinho Jr., e a guarânia "Índia" de J. Flores e M. Guerrero, com versão de José Fortuna. A guarânia "Índia" vendeu 300 mil cópias em seu primeiro ano de lançamento e até a segunda metade dos anos 1990 vendeu mais de três milhões de discos. "Índia" mereceu ainda diversas gravações ao longo do tempo como as de Dilermano Reis ao violão, Carlos Lombardi, Trio Cristas e Valdir Calmon e sua orquestra. Em 1973 Gal Costa regravou "Índia", que deu nome a seu LP daquele ano e que obteve grande sucesso.  Cascatinha e Inhana receberam em 1951 e 1953 o Prêmio Roquette Pinto. Em 1953, gravaram a toada "Mulher rendeira" tema folclórico com arranjo de João de Barro. Em 1954, receberam a medalha de ouro da revista "Equipe" e ganharam o slogan de "Os sabiás do sertão", devido aos recursos vocais e às agradáveis nuances desenvolvidos pela dupla.

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Em 1953, continuando a trajetória de sucessos, lançaram as Guarânias "Assunción", de José Fortuna e Federico Riera, e "Flor serrana", de Daniel Salinas e José Fortuna. A partir dessa época, seus nomes estiveram ligados à música paraguaia. Em 1955, estiveram no filme "Carnaval em lá maior", de Ademar Gonzaga, onde cantaram "Meu primeiro amor", outro grande sucesso.  Em 1956, lançaram mais um disco com versões de compositores paraguaios: a canção "Recordações de Ipacaraí", de D. Ortiz e Z. de Mirkim, com versão de Juraci Rego, e a guarânia "Noites do Paraguai", de S. Aguayo e P. J. Carles com versão de Nogueira Santos. Em 1959, lançaram outro de seus maiores sucessos, a guarânia "Colcha de retalhos", de Raul Torres. No mesmo ano, Cascatinha foi promovido a diretor artístico da Todamérica, descobrindo vários talentos.  Em 1972, alcançaram sucesso com "Olhos tristonhos", de Dora Moreno. Em 1978, apresentaram no Teatro Alfredo Mesquita em São Paulo espetáculo no qual contavam sua trajetória artística. Ao longo da carreira apresentaram-se em diversos estados brasileiros, cantaram em circos, teatros e gravaram cerca de 30 discos. Em 1996, a Chantecler, dentro da série "Dose dupla", lançou o CD "Cascatinha e Inhana", com 23 composições gravadas pela dupla, entre as quais, "Índia", "Solidão", "Meu primeiro amor" e "Colcha de retalhos".
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AS IRMÃS GALVÃO

MULHERES DA MÚSICA SERTANEJA RAIZ

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Mary e Marilene: estas são As Galvão. Com mais de 300 músicas gravadas, o duo, que tem como lema uma frase de Albert Einstein "Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor... Lembre-se. Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor com ele você conquistará o mundo", continua a encantar seu público cativo e a conquistar novos fãs. Foi na Rádio Club Marconi, de Paraguaçu Paulista (SP), no ano de 1.947, que Mary, nascida em Ourinhos (SP), e Marilene, em Palmital (SP), nasceram artisticamente como Irmãs Galvão. Na época elas tinham sete e cinco anos, respectivamente. Incentivadas pelos pais, Bertholdo e Maria, e por Mário Pavanelli, a estréia foi em um programa comandado por Sidney Caldini. Depois de passarem pelas rádios Difusora de Assis (SP) e Cultura de Maringá (PR), elas sonhavam ir para São Paulo. A oportunidade veio por meio do Dr. Miguel Leuzi, proprietário de uma rede de emissoras, que as recomendou para uma apresentação na Rádio Piratininga de São Paulo. Lá chegando, foram inscritas em um programa de calouros, "Torre de Babel", sob o comando de Salomão Ésper. Não concorreram ao prêmio, mas cantaram, encantaram e se tornaram profissionais da emissora. A boa repercussão da participação rendeu-lhes uma melhor oferta para cantarem na Rádio Nacional, atual Globo e, em seguida, um contrato pela Rádio Bandeirantes, para os programas "Na Serra da Mantiqueira", apresentado por Comendador Biguá, e "Brasil Caboclo", por Capitão Balduíno. Agradaram em cheio e foram procuradas e contratadas por Diogo Mulero, o "Palmeira", diretor artístico da RCA Victor. Veio, então, o primeiro 78 rotações da carreira e a agenda, já bem recheada de shows, ficou repleta de compromissos devido ao sucesso que as músicas "Carinha de Anjo" e "Rincão Guarani" faziam nas rádios de todo o Brasil. Além da RCA, ao longo da carreira a dupla passou pelas gravadoras Chantecler, CBS, Phillips, Continental, Warner e, atualmente, a Atração. Circos, estúdios de rádios, teatros, ginásios, clubes, casas de cultura, praças. Por onde passavam deixavam impressos o valor, a dignidade e o respeito com que a música sertaneja pode e deve ser levada ao público, seja ele urbano ou rural. Mary e Marilene sempre se preocuparam com tudo em suas apresentações, principalmente com a maneira de vestir-se. O povo do campo se prepara com o que tem de melhor para ir às festas da cidade, daí o empenho de ambas em vestir suas melhores roupas, em respeito e retribuição ao público de modo geral, que sempre teve e tem para com elas, além de admiração, o maior carinho.
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O sucesso dos primeiros programas exclusivamente sertanejos na televisão garantiu uma posição de prestígio a este gênero musical, que passou a ser mais executado do que a chamada "música urbana". E as Irmãs Galvão sempre estavam entre as figuras de proa no "Viola, Minha Viola", "Som Brasil", "Canta Viola", "Especial Sertanejo" e "Musicamp", entre outros. Este fato alavancou a comemoração do Cinquentenário da Música Sertaneja em um espetáculo realizado no Estádio do Pacaembu, tendo entre seus apresentadores nomes importantes como José Russo, Carlito Martins e Geraldo Meirelles. Em 1985, o Maestro Mário Campanha começa a produzir os discos da dupla e com ela inaugurar uma fase mais moderna. Assim, em 1985, lançam a lambada "No Calor dos Teus Abraços" e, com este LP, ganham Disco de Ouro, o que as projeta nacional e internacionalmente, com músicas tocadas em Portugal, no Canadá e na Suíça. Outros discos e prêmios vieram, entre os quais Prêmio Sharp, Prêmio Caras de Música e indicação ao Grammy Latino. Foi nesta fase que sentiram a necessidade de uma mudança e consultando a numerologia feita por Baralites Campanha, adotaram o nome As Galvão, sem deixarem de ser Irmãs. "Beijinho Doce" (originalmente gravada pelas Irmãs Castro, em quem se espelharam no começo da carreira) "No Calor dos Teus Abraços", "Pedacinhos", "Coração Laçador", "Menino Canoeiro" e "Lembrança" são alguns de seus sucessos. "Pecado Louro", "Não Me Abandones" e "Apenas Um Pecado", lançadas pelas Galvão, foram, mais tarde, regravadas por várias duplas. A cada show que faz, o duo sabe da responsabilidade de dar o melhor de si no palco e intui o que o público está querendo ouvir. E é o público, então, quem passa a ser o diretor musical do espetáculo. Um fato que deixa Mary e Marilene felizes é saber que suas canções já embalaram muitos romances por todo o Brasil. As Galvão não se esquecem jamais de sua história de vida. E Sapezal (SP) faz parte desta história. Foi lá que passaram uma parte da infância e foi de lá que, junto com os pais, seus principais incentivadores, partiram em busca da concretização dos seus sonhos. Depois de um longo caminho feito de dificuldades, lutas e também muita esperança, o sonho de encantar o Brasil com suas belas vozes foi realizado, tanto que o radialista Toni Gomide, carinhosamente, intitulou-as "As Vozes do Século". Um palco, um microfone. É assim que a dupla se sente "em casa" e dá seu melhor recado, contando "causos" e cantando. E tudo de forma simpática, engraçada, comovida, sincera e afetuosa.
Livrinho de Modinhas – Editora Prelúdio (décadas de 50/ 60 e 70)
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No tempo dos 78 rotações, eram gravadas apenas 02 músicas em cada disco e se lançava no máximo 03 discos por ano. Os ouvintes e fãs, através de cartas, escolhiam as preferidas que os artistas cantavam ao vivo na rádio. Essas canções eram lançadas no livrinho com as letras para que o público acompanhasse

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OS PRIMÓRDIOS DO RÁDIO NO BRASIL E O SURGIMENTO DA DUPLA SULINO E MARRUEIRO.

 

        A inauguração oficial do rádio no Brasil ocorreu em 7 de setembro de 1922. No ano em que se comemorou o I Centenário da Independência do Brasil (1922), ocorreu no Rio de Janeiro, uma grande feira internacional, a Exposição do Centenário da Independência, na Esplanada do Castelo, que recebeu visitas de empresários americanos trazendo a tecnologia de radiodifusão para demonstrar na feira, que nesta época era o assunto principal nos Estados Unidos.

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       Para testar o novo meio de comunicação, os americanos da Westinghouse Electric instalaram uma estação de 500 W e uma antena no pico do morro do Corcovado (onde atualmente é o Cristo Redentor). O público ouviu o pronunciamento do Presidente da República, Epitácio Pessoa e a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, transmitida diretamente do Teatro Municipal, isso tudo além de conferências e diversas atrações. Muitas pessoas ficaram impressionadas, pensando que se tratava de algo sobrenatural. A primeira transmissão radiofônica do discurso do presidente Epitácio Pessoa, foi captada em Niterói, Petrópolis, na serra fluminense e em São Paulo, onde foram instalados aparelhos receptores. A reação visionária de Roquete-Pinto a essa tecnologia foi: "Eis uma máquina importante para educar nosso povo". No mesmo ano, nos Estados Unidos, surgiu a primeira emissora comercial, a WEAF, de Nova Iorque, criada pela companhia telefônica American Telephone and Telegraph (atual AT&T). Depois da primeira transmissão no Brasil em 1922, Roquete Pinto tentou sem sucesso convencer o Governo Federal a comprar os equipamentos apresentados na Feira Internacional. Roquete Pinto (1884/1954) foi um médico legista, professor, antropólogo, etnólogo e ensaísta brasileiro. Para o bem da comunicação do Brasil, Roquete-Pinto não desistiu, e conseguiu convencer a Academia Brasileira de Ciências a comprar os equipamentos. Foi então criada a primeira rádio do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro - atual Rádio MEC, fundada em 1922, e dirigida por Roquete-Pinto, com um possante transmissor Marconi com dois mil watts de potência - o melhor da América do Sul - e a criação de uma escola de radiotelegrafia. Menos de um ano mais tarde, em 20 de Abril de 1923, foi inaugurada a primeira rádio brasileira, a "Rádio Sociedade do Rio de Janeiro", fundada por Roquete Pinto e Henry Morize. Henri Charles Morize ou Henrique Morize (1860/1930) foi um engenheiro industrial, geógrafo e engenheiro civil francês, naturalizado brasileiro; Morize foi também o primeiro presidente da Academia Brasileira de Ciências. Voltada para a elite do país, a programação da rádio incluía ópera, recitais de poesia, concertos e palestras culturais e tinha uma finalidade cultural e educativa. Como os anúncios pagos eram proibidos, a rádio era mantida por doações de ouvintes.

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       Roquete Pinto definiu bem como foi à primeira transmissão de rádio no Brasil: ―Tudo roufenho, distorcido, arrombando os ouvidos, era uma curiosidade sem maiores consequências. Essas frases fazem parte do discurso dele sobre a primeira transmissão radiofônica no Brasil, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro, 1922.

      Em 1926, foi inaugurada a Rádio Mairynk Veiga, seguida da Rádio Educadora, além de outras da Bahia, Pará e Pernambuco. A tecnologia era ainda muito incipiente, pois os ouvintes utilizavam-se dos rádios de galena montados em casa, quase sempre por eles mesmos, usando normalmente caixas de charutos. Isso se tornava possível pelo fato dos aparelhos serem compostos por apenas cinco peças, segundo ensinava José Ramos Tinhorão em seu livro editado em 1990. Como visto, no Brasil, as primeiras transmissões AM surgiram com a emissora de Roquette-Pinto, que em 1923 fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que em 1936 iria transformar-se em Rádio Ministério da Educação, que propagaria o ensino à distância.
        As frequências AM foram fundamentais na vida do brasileiro em meados do século XX. As rádios de longo alcance, como a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, a Super Rádio Tupi e a Rádio Record, que atingiam quase 100% do território nacional ajudaram a propagar os times cariocas e paulistas de futebol por todo o Brasil. O crescimento do rádio na sua primeira década de existência no Brasil se deu de forma lenta, pois como dissemos a legislação brasileira não permitia a veiculação de textos comerciais o que dificultava a sobrevivência financeira da Rádio Sociedade, ou seja, sobreviviam de doações de amigos e sócios. Bem verdade que tal fato não impedia que as emissoras mesmo não produzindo intervalos comerciais, tivessem seus programas patrocinados por anunciantes específicos cujos produtos eram recomendados ao público ao longo do programa. Nos primeiros anos o alcance do rádio era pequeno em termos de público, pois o preço dos aparelhos receptores era alto, tornando-os inacessíveis a grande parte da população. Nas modalidades Rádio Sociedade e rádio-clube2, que, depois da criação da primeira estação de rádio, surgiram em todo o Brasil, o princípio era o mesmo: um grupo de pessoas pagava uma mensalidade para a manutenção do equipamento e o salário dos funcionários, e alguns ainda cediam discos para serem ouvidos por todos. Foi essa característica, adotada por Roquette-Pinto, que tornou possível, num primeiro momento, uma incipiente radiodifusão, que só se tornou um meio de comunicação de massa na década de 1930, com a introdução do rádio comercial e a redução do preço dos receptores. A percepção da potencialidade do rádio não era, como se extrai das palavras de Albert Einstein, privilégio apenas das pessoas que lidavam com o novo meio: em 1925, em visita ao Brasil, ele recomendava ―cuidado na utilização do rádio, pois, se mal usado, as consequências poderão ser lamentáveis.
           A partir de 1927, começa a era eletrônica do rádio. O som dos discos não precisa mais ser captado pelo microfone, pois o toca-discos tinha sido conectado a uma mesa de controle de áudio e podia ter seu volume controlado eletronicamente. Com estúdios mais ágeis, as produções dos programas radiofônicos ficam mais aprimoradas.
         Com a conformação do rádio espetáculo no início dos anos 1930 a partir do trabalho de César Ladeira, primeiro na Record, de São Paulo, e depois na Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, criam-se as possibilidades concretas para que o veículo atenda às necessidades de divulgação de produtos e serviços de terceiros. A ele, Ortriwano (1985, p. 17) atribui a criação do elenco exclusivo e remunerado, base da profissionalização do meio que irá permitir o surgimento dos programas de auditório, humorísticos e novelas, principais conteúdos para o mercado anunciante da época. Os indícios existentes levam a crer, (Tota 1990, p.71), que a compra da Record, em 1931, por um grupo integrado por Paulo Machado de Carvalho, permite à estação ―estruturar-se como uma moderna empresa de comunicação, acompanhando o processo geral de transformações que caracterizou o Brasil dos primeiros anos da década de 1930.

SULINO E MARRUEIRO

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Nos anos 1940 e 1950, o rádio era o meio de comunicação de massa mais importante do Brasil e a maior parte da música veiculada era tocada ao vivo pelos conjuntos regionais, bandas, cantores, cantoras e orquestras. E os programas denominados sertanejos, nas rádios do sul e sudeste do País, projetavam a música caipira. Em um desses programas, “Serra da Mantiqueira”, de Sílvio Frota, na Rádio Bandeirante, em São Paulo, surgiria a dupla Sulino (Francisco Gottardi, 1924-2005) e Marrueiro (João Rosante, 1916-1978), tradicionais cultivadores da moda de viola. Antes, em 1942, Francisco adotara o nome artístico de Limeira, para formar a dupla Limeira e Limeirinha (Amélio Posso).
    A dupla acabou em 1945, quando, também, João Rosante deixa o Trio Saudade (havia ainda Nenete e Nininho) e despreza o apelido Ninão. Passa a ser Marrueiro, enquanto Francisco substitui Limeira por Sulino. Juntos, formam o Trio Campeiro, com participação do sanfoneiro Castelinho, que tocou no grupo até 1949; ao sair, deixou formada a dupla Sulino e Marrueiro - que se firmou como intérprete de modas de viola. Impossível separar esta dupla da moda de viola; são dezenas de canções clássicas compostas por Sulino ou divididas com outros letristas e que os dois interpretaram ao longo da carreira. O LP “Sua Majestade a Moda de Viola” é um dos exemplos.
     A letra da moda de viola conta fatos históricos ou relacionados à vida das pessoas onde é composta, dando vida aos episódios na voz do violeiro. E Sulino e Marrueiro fazem isso em suas modas, a exemplo dos clássicos “A boiada do Araguaia”, “Herói sem medalha”, “João boiadeiro” (Sulino e Sebastião Víctor ), “Laço de couro” (Zé Paioça), “Nelore valente” (Antônio Carlos da Silva), “O erro da professora” (Teddy Vieira), “O milagre do retrato” (Paulo Calandro), “O peão e o ricaço” (Moacyr dos Santos), “Cachorro Corumbá” e outros
   Não se deve confundir a moda de viola “João boiadeiro” gravada por Sulino e Marrueiro, em 1964, com o rasqueado de Moreninho, que fala de João boiadeiro, primeiro brasileiro a receber um coração transplantado, em 1968. Muito menos com uma outra moda de viola, gravada por Tonico e Tinoco em 1961, e com o mesmo título e de autoria de Pedro Capeche e Chiquinho.  A moda de viola, diz o dicionário Cravo Albin da MPB, é uma narração em ritmo recitativo, onde o cantador conta uma história. A melodia é solta, como se fosse uma poesia falada com acompanhamento musical. Normalmente são cantadas em duas vozes, com intervalo musical de terça acompanhamento de viola. A métrica geralmente é de sete sílabas (redondilha maior), às vezes aparece de cinco sílabas (redondilha menor).

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Cultivadores deste ritmo, Sulino e Marrueiro gravaram o primeiro disco na Copacabana, em 1949, com o cururu “Morena de olhos pretos”, de Sulino e Teddy Vieira, e a moda de viola “Cachorro Corumbá”, de Teddy Vieira e Ado Benatti. Com o sucesso, em1952 estrearam no programa “Brasil Caboclo”, da Rádio Bandeirante, apresentado pelo Capitão Balduíno. De 1954 a 1957 gravaram na Victor sucesso como “Abismo cruel” (Sulino e Zé Fortuna), “Mandamentos do chofer” (Sulino e Ado Benatti) e “Florisbela” (Sulino e Zé do Rancho).
Em 1958 lançou com sucesso o primeiro disco sertanejo da Chantecler, “A volta do boiadeiro” (Sulino e Teddy Vieira) e “Juramento quebrado” (Sulino e Carreirinho), em 78 RPM. Lançou ainda pela mesma gravadora “Peão da cidade” e “O peão e o ricaço” (ambas de Sulino e Moacir dos Santos). Permaneceram na Chantecler de 1958 a 1968. Em 1969, pela Cartaz, a dupla lançou o LP “Laço de couro”, título de uma das faixas da gravação.
Em 1970 lançaram pela Califórnia, entre outras composições, “Aniversário da mamãe” (Sulino e Nelson Gomes), “Tenho fome e tenho sede” (Sulino), “Caboclo do pé quente” e “Empreitada perigosa” (ambas de Sulino e Moacir dos Santos). Do LP da Beverly, de 1971, destacam-se “Duas rosas” (Sulino e Moacir dos Santos), “Meu querido sertão”, “O jogador de baralho” e “Viola amiga” (todas com Quintino Eliseu). Gravaram outros LPs pela Tropicana (1973), Jaboti  (1975) e Continental (1994).
Além de cantor e compositor, Sulino escreveu peças teatrais, apresentadas ainda hoje em circos de todo o Brasil, entre elas a “Volta do boiadeiro”, “Quatro caminhos”, “Quatro pistoleiros a caminho do inferno”, “Vingança se escreve com sangue” e “Cada bala uma sepultura”. Depois da morte de Marrueiro, em 1978, o parceiro Sulino formou nova dupla com Amarito (Roberto Amâncio) e gravaram entre 1978 e 1982. Sulino morreu em 2005.

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ELES ESCREVERAM E ETERNIZARAM 

NO CALENDÁRIO DO TEMPO

A HISTÓRIA MUSICA SERTANEJA

 

"ETERNA SAUDADE"

 

- TIÃO CARREIRO E PARDINHO ( Reis e criadores do Pagode no Brasil)

- JOSÉ RICO      - MILIONÁRIO E JOSÉ RICO (GARGANTA DE OURO DO BRASIL) 

- BELMONTE    - BELMENTE E AMARAÍ                  

- ALADIM                                 - ALAN E ALADIN                             

 - ALVARENGA E RANCHINHO 

 - ADOLFINHO E CHITÕZITO

- AMADO E ANTÔNIO (JACO E jACOZINHO)

- ATLETA     - ATLETA E TREINADOR)

- ABEL        - ABEL E CAIM

- ADAUTO SANTOS

- BAMBICO E BAMBUÊ

- BARNABÉ

- BARRERITO

- BARRETO E BARROSO

- BARRINHA

- BIÁ

- BOLINHA E MINEIRINHO

- BRASÃO E BRASÃOZINHO

- PAJÉ      - CACIQUE E PAJÉ

- CAÇULA E MARINHEIRO

- CAMPANHA E CUIBANO

- CARLOS CEZAR     - CARLOS CEZAR E CRISTIANO

- CARMEM SILVA

- CASCATINHA E INHANA

- CESAR ROSSINI

- CHARANGA E CHARÁY

- CHICO REY         - CHICO REY E PARÁ

- CRISTIANE          - CLEYTON E CRISTIANE

- DRÁCULA            - CONDE E DRÁCULA

- CONSTANTINO E BRASILEIRO

- CRIOLO E SERESTEIRO

- CURIÓ E CANARINHO

- DINO FRANCO E MORAÍ

- DUDUCA              - DUDUCA E DALVAN-

- APARECIDA         - DUO CIRIEMA

- MIGUEL E ANINHA (DUO GLACIAL)

- DUO GUARUJA

- DUO IRMÃS CELESTE

- ELI SILVA E ZÉ GOIANO

- PINGA E FOGO E INHÁ BENTA

- FALCÃO                - FELIPE E FALCÃO

- GARCIA E ZÉ MATÃO

- GOIÁ

- GOIANO                 - GOIANO E PARANAENSE

- INEZITA BARROSO

- ITAMARACÁ          - ITAMARACÁ E JOSÉ NILTON   

- JACINTO

- IRMÃOS JACOB

- MOACYR DOS SANTOS

- JECA MINEIRO E LUIZINHO

- JOÃO MINEIRO E MARIANO

- JOÃO PAULO             - JOÃO PAULO E DANIEL

- JOÃO MACIFICO

- MANUEL                      - jOAQUIM E mANUEL

-  JULIANO                           - JULIANO E jARDEL

- JURAY E MARCITO

- LEANDRO                    - LENADRO E LEONARDO

- LEONCIO E LEONEL

- LIU                                - LIU E LÉU

- LUIZINHO, LIMEIRA E ZEZINHA

- MANUELITO NUNES   - MANUELITO NUNES E NAZARÁ

- MARIANO E COBRINHA

- MÁRIO ZAN

- MATÃO                          - MATÃO E MONTEIRO

- MENSAGEIRO              - MENSAGEIRO E MEXICANO                                                                          

- MORACY                       - MOCOCa e Moracy

- MORENO E MORENINHO

- NARDELI

- NELSINHO E DIAMANTE

- NENETE E DORINHO

- NHÁ BARBINA

- NHÔ BELARMINO E NHÁ GABRIELA

- NHÔ PAI E NHÔ FIO

- NONÔ E NANÁ

- PAIOZINHO                         - PAIOZINHO E ZÉ TAPERA

- PALMEIRA E BIÁ

- PARDAL E PARDINHO

- PEÃO CARREIRO             - PEÃO CARREIRO E PRAENSE

- PEDRO E PAULO

- PENA BRANCA E XAVANTINHO

- PIRAPÓ E CAMBARÁ

- PIRIGOSO

- TROVADOR                     - POETA E TROVADOR

- POLY

- PRIANHÃO E PRAINHA

- PREDILETO                    - PREFERIDO E PREDILETO

- PRIMIN HO E MANINHO

- DIMARCO                              - DIMARCO E RANDAL

- RAUL TORRES E FLORÊNCIO

- MEIRINHO                       - ROBERTO E MEIRINHO

- RONALDO VIOLA          - RONALDO VIOLA E JOÃO CARVALHO

- SABIÁ                             - ROUXINOL E SABIÁ

- SILVEIRA E SILVEIRINHA

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- SULINO E MARRUEIRO

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- TIÃO DO CARRO E ZÉ MATÃO

- TIBAGI E NILTINHO

- TOMAZ E TIMOTEO

- TONICO E TINOCO

- VENANCINHO             - TRIO DA VITÓRIA                                                                       

- BARRERITO E MANGABINHA       - TRIO PARADA DU

- VALDERI                      - VALDERI E MIZAEL

- VELOZINHO                - VELOSO E VELOZINHO

- VIEIRA E VIEIRINHA

- VONINHO

- ZÉ DA ESTRADA               - PEDRO bENTO E ZE DA ESTRADA           

- ZÉ CARREIRO E CARREIRINHO

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- ZÉ DO RANCHO          - ZÉ DO RANCHO E ZÉ DO PINHO

- ZÉ FORTUNA E PITANGUEIRA

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