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Augusto Martins de Andrade

 

917,00

 


Agente Executivo - 1927 a 1931


 
Augusto Martins de Andrade, natural de Ituiutaba, nasceu em 25 de fevereiro de 1886.
Enérgico e honrado. Sua administração foi uma das mais profícuas, tendo realizado algumas obras de suma importância para Ituiutaba.
Pouco se sabe sobre a administração do último Agente Executivo, sabe-se porém que ele adquiriu o primeiro caminhão para transportar carnes para os açougues. Construiu sarjetas, bueiros e encascalhou as principais ruas da cidade. Construiu a estrada que ligando Ituiutaba a Capinópolis. Para elucidar um pouco mais a história de Ituiutaba, segue abaixo um relato feito por Augusto Martins de Andrade sobre o uso da água desde os primórdios na pequena Arraial de São José do Tijuco:

Pré-história

Antigas soluções tijucanas para o abastecimento de água.

A água é indispensável à vida humana. Sem ela, não há sobrevivência e muito menos desenvolvimento civilizador. Geograficamente, nenhum núcleo humano aparece ou prospera em qualquer região, se não contar, em suas proximidades, com fonte de água. O respeitado geógrafo francês Jean Brunhes, disse: “que a água é para um povo riqueza suprema. Ela é alimento. É adubo. É força. É caminho”, e, por outro lado, qualquer habitação humana não floresce se não tiver estritamente ligada a certa quantidade de água.

São José do Tijuco não fugiu da regra. Surgiu nas cercanias do Córrego Sujo (São José), avenidas 5 e 7, abaixo da Rua 26, junto a várias minas d’água. Ali, o Padre Antônio Dias de Gouveia, vigário de Prata construiu a primeira capelinha dedicada a São José (Padroeiro da cidade), de pau-a-pique, chão de terra, na década de trinta do século XIX. Posteriormente, em consequencia de sucessivas e famosas enchentes do Córrego Sujo, os moradores passaram a erguer seus ranchos cobertos de folhas de buriti, com paredes de madeira, e, depois, bem mais tarde, casas de adobe ou tijolo, com telhas comuns, ao longo da Rua do Comércio (Rua 18) (centro comercial do arraial, da Vila e da própria Cidade, durante alguns anos), e da Rua Bela Vista (Rua 16), perto do Ribeirão Pirapitinga e também rico em olhos d’água, uma ou outra casa no Largo da Matriz, na Rua do Cotovelo e na Rua do Brejo (Rua 14).

Com o crescimento do Arraial do Tijuco, novas exigências se impuseram para o abastecimento de água. Foi assim que, por volta dos anos setenta, Antônio Pedro Guimarães (o Morais), e um grupo de arraialenses, em mutirão decidiu abrir um rego d’água para serventia de todos; aliás, obra do interesse da comunidade se fazia mutirão: a construção da primeira e segunda capelinhas, abertura das primeiras ruas, construção de pequenas pontes, escolas, casa do vigário, etc.

O rego d’água foi uma autêntica obra de engenharia prática, fluindo no leito puro da terra, sem cobertura, com oitenta centímetros de profundidade e um metro de largura.  Seu volume seria suficiente para tocar um engenho de serra. Caudal forte, capaz de arrastar uma criança que nele caísse (Antero Guimarães).

Segundo depoimento oral do Agente Executivo Augusto Martins de Andrade, colhido por Hélio Benício de Paiva, o rego d’água começava no lado da vertente do Pirapitinga, com aproveitamento total, pouco abaixo da futura barragem, na antiga Chácara do “Guato”, onde havia um belo buritizal, hoje Córrego do Baduy. Margeava o córrego até a Rua Sírio Libanesa (Antiga Av. 17-A), descendo até a antiga ponte do Pirapitinga, na chácara da Donária, saída para Santa Vitória na época. Dali, serpenteava pela Rua Bela Vista (Rua 16), isto é, pelo terrenos da velha residência dos irmãos Jacob, por cima, passando por chão vago, naqueles idos, tudo era campo, sem quintais, até a Rua 16). Atravessava a hoje Rua 16, pelos terrenos  e corria pela Rua 18, e fazia um esquadro, e passava pelos fundos das casas da Rua Cotovelo, lado direito de quem desce, e prolongava-se até onde é hoje o primeiro prédio do Hospital São José. Ao chegar ao atual cruzamento da Av. 17 com Rua 18, o rego d’água teve que fazer aquele esquadro, porque em frente ao local havia um tremendo brejo, incrível no tempo. Consta que terminava no quintal capitalista de Manoel Alves Vilela, apelidado de Neco Vilela. Quintais toldo plantado de pés de abacaxi, parreira, mangueira, jabuticabeira, de gabiroba e outras apetitosas frutas, muito disputadas pelos alunos do velho professor Jannuzzi e com exaltadas reações do Neco.

A extensão do rego d’água era de pouco mais de um quilômetro e foi tirado com nível de taboca ou bambu, espécie de um “A”, maiúsculo, em arco, no meio de cujo travessão havia um pique. Exatamente na parte superior do arco do “A”, existia um prego, no qual era amarrado um barbante com um peso na sua ponta final (em geral, um saquinho com chumbo). Quando o barbante coincidia com o pique, significava queda livre da água. No momento em que o condutor do nível virava em determinada direção, o peso corria para o lado da queda do terreno. Se não alcançava a queda desejada, o portador voltava para baixo até encontrar o ponto ideal.  Se topava um subida, o peso caía para o lado contrário, e o condutor se afastava de lado até que o barbante coincidisse com o pique.

Nas travessas por onde circulava a água foram construídas pequenas e toscas pontes de aroeira, situadas mais ou menos onde estão as avenidas 17, 15, 13, 9, 7 e 5, para facilidade do trânsito dos carros de bois, das boiadas cavaleiros, etc. Na derivações do rego d’água existia um registro de madeira, com um furo de 5/8 e ½ polegadas, para que toda a água não escoasse para um só morador. Arraialenses mais prestigiosos tinham registros com dois furos e recebiam mais água que os demais...

A limpeza do conduto esteve a cargo dos habitantes até 1893, quando passou a ser distribuída pelo Conselho Distrital. Vale recordar que, nos dias de desobstrução do rego, era de festa para a meninada, porque, interrompido o curso da água ficava fácil apanhar os peixes, alguns bem grandes, sem condição de nado (Antero Guimarães). No começo do século XX, padre Ângelo auxiliado por elementos da colônia italiana, alargou e aprofundou o rego d’água, imprimindo melhor o curso e o teor da pureza da água. Na verdade, os arraialenses reconheciam que a água não era pura e só servia para limpeza de casa e algumas outras utilidades. A água de beber buscavam nas minas das margens do Pirapitinga (Av. 11) ou nas proximidades do Córrego Sujo, vizinhança do primeiro Matadouro Municipal, ou, então, nas minas de João Gomes Pinheiro e de Neco Vilela.  Melhor explicando: na atual Rua 18, esquina da Av. 15, brotava um olho d’água, captado por João Gomes Pinheiro, de que muito se utilizava a população. Tanto assim que, com o aumento da freguesia, já mais ou menos em 1890, João Gomes prolongou e canalizou com bambu o veio até a rua para serventia popular, sem entrada no seu quintal.

Na atual Rua 20, entre 19 e 21, havia um caponete em terrenos de Joaquim e Quirino Vilela de Morais, com muitas minas d’água, local chamado Lagoa, Lagoinha e mais tarde Lagoa do Neco. Neco adquiriu o terreno e reuniu as águas das diversas minas, conduzindo-as, por um rego, até sua casa, depois prédio do antigo Colégio Santa Teresa. É bom salientar que várias destas minas ainda existem ainda hoje, no local citado, pertencentes ao Sr. Benedito Perez Drummond. Em 1901, Henrique Pereira dos Santos, chamado Henrique Português, afamado ceramista, um artista, canalizou essa água em manilhas de quatro polegadas. Nesse tempo, Neco, dada a impertinência do povo, principalmente nas semanas de festa religiosa, com dezenas de carros de boi estacionados próximos de sua casa, famílias cozinhando ao ar livre e dormindo nos carros, mandou fazer um grande tanque, para servir ao público. Antigamente, a lavação de roupa se fazia ou no Córrego Sujo, entre avenidas 5 e 7, onde existia uma queda d’água, num posto de propriedades da Igreja e arrendado por Neco, ou no Ribeirão Pirapitinga, junto a uma cachoeirinha, situada na Av. 13, abaixo da Rua 14. 

A partir de 1930, chegou na cidade alguns agricultores de várias partes do país que para cá vieram para plantar, arroz, milho, feijão, algodão e gergelim. Nessa época inciava-se ainda muito modestamente a vinda de famílias nordestinas para trablhar no campo. Augusto Martins de Andrade foi o último agente executivo, pois a partir de 1932, desapareceu a denominação agente que era escolhido por um colégio eclético e deu lugar a prefeito que era escolhido por voto direto ou indicado pelos governos superiores.

Saiba mais sobre a história de Ituiutaba, acesse: www.fundacaoituiutaba.com.br

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